Revista Espírita de 1862
Allan Kardec
Parte 4
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1862, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo será baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A coleção do ano de
1862 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a
dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada parte do estudo,
que é apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a) questões
preliminares;
b) texto para
leitura.
As respostas às
questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões preliminares
A. A multiplicidade
de existências corporais rompe os laços de família?
B. Quem Jobard diz
ter visto no recinto da Sociedade Espírita de Paris?
C. Quando a
identificação dos Espíritos se torna mais fácil?
Texto para leitura
36. Desculpando-se
por não poder atender às cartas dos leitores que lhe chegavam à média diária de
dez, Kardec explica que as evocações, que muitos lhe propunham, só podiam ser
feitas quando houvesse interesse geral. (PP. 63 e 64)
37. Kardec analisa o
argumento – proposto pelos adversários da doutrina da reencarnação – de que a
multiplicidade de existências corporais romperia os laços de família. O
Codificador diz que se dá exatamente o contrário. (PP. 65 a 67)
38. Referindo-se, em
seguida, a Swedenborg, que, nos “Arcanos”,
atribui ao aroma a reprodução das flores, Kardec afirma que o óleo
essencial, volátil, que dá o aroma às flores, jamais teve a faculdade reprodutora,
que reside unicamente no pólen. (P. 68)
39. Jobard
manifestou-se espontaneamente na Sociedade Espírita de Paris e disse de suas
impressões no momento da separação de sua alma, em seguida à morte corporal.
Após um abalo estranho, toda a sua vida avivou-se claramente em sua memória,
desde o nascimento, passando pela juventude, até a idade madura. (PP. 69 e 70)
40. Eis algumas
informações prestadas por Jobard: I - Ele se lembrava de suas existências
anteriores e achava até estar melhorado. II - Na penúltima existência, foi ele
um mecânico roído pela miséria e pelo desejo de aperfeiçoar o seu trabalho,
objetivo que realizou como Jobard. III - No recinto da Sociedade, ele podia ver
os Espíritos ali presentes e mencionou Lázaro, Erasto e o Espírito de Verdade,
além de uma multidão de Espíritos amigos. IV - Dotado agora de maior lucidez,
sabia ser um erro o sistema que atribui a formação da Terra à incrustação de
quatro planetas. (PP. 71 a 73)
41. Evocado depois,
noutro grupo espírita, sendo médium a Sra. Dozon, Jobard disse que O Livro
dos Espíritos fizera uma verdadeira revolução na sua alma e um bem
impossível de descrever. (P. 75)
42. Meses depois,
quando foi aberta pela Sociedade Espírita de Paris uma subscrição em favor dos
operários de Lyon, um sócio lançou 25 francos em nome de Jobard, que agradeceu
a lembrança do seu nome e enalteceu o gesto dos amigos, dizendo que ele faria o
mesmo, se ainda vivesse em nosso mundo. (P. 78)
43. Quando se cogitou
de erguer um monumento ao Sr. Jobard, através de subscrição dos seus amigos,
interrogado sobre o que pensava, ele respondeu: “Para começar, dai o vosso
dinheiro aos pobres; e se, por acaso, nos bolsos dos vossos coletes tiverem
ficado algumas moedas de 5 francos, mandai erigir uma estátua”. A subscrição
foi aberta. (P. 79)
44. Kardec lembra que
uma das dificuldades do Espiritismo é a identificação dos Espíritos que se
manifestam. As melhores provas, diz ele, são as da espontaneidade das
comunicações, mas a identidade dos Espíritos que viveram em eras remotas é mais
ou menos impossível de verificar, razão por que se deve ligar aos nomes uma
importância relativa. (P. 79)
45. Já não se dá o
mesmo com os Espíritos contemporâneos, cujo caráter e hábitos nos são
conhecidos e que podem provar a sua identidade por particularidades e detalhes
que é preciso não pedir, mas esperar. (P. 80)
46. A evocação do
Espírito de Carrère trouxe tais particularidades, confirmadas depois pelo Sr.
Sabô. (PP. 80 e 81)
Respostas às questões propostas
A.
A multiplicidade de existências corporais rompe os laços de família?
Os adversários da doutrina da reencarnação dizem que sim.
Analisando o assunto, Kardec diz que não e afirma que se dá exatamente o
contrário, visto que a reencarnação torna mais firmes e estáveis as relações
entre os membros de uma mesma família. (Revista Espírita de 1862, pp. 65 a
67.)
B. Quem Jobard diz
ter visto no recinto da Sociedade Espírita de Paris?
Jobard declarou
espontaneamente, em sua mensagem, ter visto ali vários Espíritos, como Lázaro,
Erasto e o Espírito de Verdade, além de uma multidão de Espíritos amigos. (Obra
citada, p. 70 a 73.)
C. Quando a
identificação dos Espíritos se torna mais fácil?
Segundo Kardec, a
identidade dos Espíritos que viveram em eras remotas é mais ou menos impossível
de verificar, razão por que se deve ligar aos nomes uma importância relativa.
Já não se dá o mesmo com os Espíritos contemporâneos, cujo caráter e hábitos
nos são conhecidos e que podem provar a sua identidade por particularidades e
detalhes que eles próprios costumam fornecer. (Obra citada, pp. 79 e 80.)
Observação:
Para
acessar a parte 3 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/12/blog-post_21.html
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