domingo, 5 de fevereiro de 2023

 



Um até breve a uma querida amiga

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

De Londrina-PR

 

Na última sexta, dia 3, logo pela manhã, chegou até nós a notícia: Maria Eloiza nos havia deixado. Esta é a forma usual com que os espíritas nos avisam quando alguém retorna ao plano espiritual, sem necessidade de mencionar a palavra morte ou, como é mais comum entre nós, o vocábulo desencarnação.

O leitor – pensamos nós – certamente não ignora que morte e desencarnação expressam fatos diferentes. A morte atinge o corpo físico; a desencarnação diz respeito à alma. Os corpos morrem, as almas desencarnam, libertam-se, retornam ao plano de onde vieram.

A partida de Maria Eloiza não pode suscitar nenhum motivo de tristeza, porque com sua desencarnação chegou ao fim uma dura e difícil prova que poucas pessoas têm força e coragem para enfrentar. Mas ela a enfrentou, e enfrentou-a de um modo não usual, isto é, trabalhando, estudando, procurando tornar útil cada momento de sua vida, tal como nos recomenda o Espiritismo.

Eloiza e nós nos vimos pela primeira vez, e desde então nos tornamos amigos bem próximos, no carnaval de 1994. O episódio de nosso primeiro encontro foi até curioso. Realizava-se no Lar Anália Franco a primeira edição da CONMEL (Confraternização da Mocidade Espírita de Londrina), evento voltado para a juventude espírita que a partir daquele ano se realizaria anualmente no período do carnaval. [Para saber como surgiu a CONMEL, clique aqui: http://www.oconsolador.com.br/40/especial.html]

Maria Eloiza havia voltado a morar em Londrina, depois de passar alguns anos residindo no interior do estado de São Paulo. Nosso amigo Izaias Claro, conhecido orador e escritor espírita, que ela conhecera em Tupi Paulista, sugeriu-lhe, a pedido dela, que nos procurasse, uma vez que ela não tinha informações sobre o movimento espírita londrinense.

Procurando informar-se a nosso respeito, soube que estaríamos participando da equipe que organizou a 1ª CONMEL, e foi no Lar Anália Franco que nos conhecemos. Como o evento era destinado aos jovens, os recepcionistas estranharam a chegada ali daquela senhora; mas a dúvida logo se dissipou quando ela explicou o motivo de sua ida ao evento.

De 1994 até agora passaram-se quase 29 anos e, em todo esse tempo, não houve atividade espírita nenhuma que organizamos de que ela não participasse. Reuniões públicas, grupos de estudo, atividades de unificação e divulgação espírita, assistência social, círculo de leitura – fosse o que fosse, ali estava, participando ativamente, a Maria Eloiza, que, ao conhecer o trabalho da Comunhão Espírita Cristã de Londrina, logo se engajou e dela se tornou uma das mais ativas colaboradoras, ficando a seu cargo, por vários anos, a direção da Escola-Oficina Pestalozzi, um dos departamentos da Comunhão Espírita.

Quanto às atividades de unificação e divulgação espírita, registre-se seu trabalho na USEL (União das Sociedades Espíritas de Londrina), então responsável pela realização das semanas espíritas e da CONMEL, que ela presidiu com grande competência e dedicação, bem como sua atuação como palestrante, com que levou a mensagem espírita a diversas casas espíritas, entre elas a Comunhão Espírita Cristã de Londrina e o Centro Espírita Nosso Lar, duas instituições a que serviu como voluntária nos últimos 29 anos.

Como o leitor pode ver, foram muitos os trabalhos em comum de que participamos, o último dos quais, de que ela participava com vivo entusiasmo – o Sarau Evangélico Marcelo Cazeta de Oliveira –, acabou sendo a derradeira atividade em que estivemos reunidos, interrompida infelizmente, de maneira inesperada, por força da pandemia. 

Hoje, quase três décadas após o primeiro contato, Maria Eloiza já não está fisicamente entre nós. Mas ninguém duvide de que, assim que puder, ela voltará às atividades e com certeza receberemos com enorme prazer sua visita. [A foto ao lado mostra Maria Eloiza num dos eventos realizados pelo Sarau.] 

Até breve, querida amiga, e que Deus a abençoe e ampare sempre.

Quanto à nossa amizade, que ela possa estender-se ao longo dos séculos, visto que temos muita coisa a fazer e para isso jamais poderemos abrir mão de suas ideias, de sua presença e de sua ajuda.

 

 

 

 

 

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