No Invisível
Léon Denis
Parte 8
Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do clássico No Invisível, de Léon Denis, cujo título no original francês é Dans l'Invisible.
Nossa expectativa é que este estudo sirva para o leitor
como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto indicado para leitura.
Este estudo é publicado sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. Qual é, segundo Léon Denis, o papel da alta
mediunidade?
B. A mediunidade é um fenômeno peculiar aos nossos
tempos?
C. É certo afirmar que o Cristianismo também se
baseia nas manifestações de além-túmulo?
Texto para
leitura
220. Uma organização prática do Espiritismo comportará, no
futuro, a criação de asilos especiais, onde os médiuns encontrarão reunidas,
com os meios materiais de existência, as satisfações do coração e do espírito,
as inspirações da Arte e da Natureza, tudo o que às suas faculdades pode
imprimir um caráter de pureza e elevação, fazendo em torno deles reinar uma
atmosfera de paz e confiança.
221. Em tais meios, poderiam os estudos experimentais
produzir muito melhores resultados que os que até agora se têm muitas vezes
obtido em condições defeituosas. A intrusão dos Espíritos levianos, as
tendências à fraude, os pensamentos egoísticos e os malévolos sentimentos se
atenuariam pouco a pouco e terminariam por desaparecer. A mediunidade se
tornaria mais regular, mais segura em suas aplicações. Não mais se havia de,
com tanta frequência, observar esse mal-estar que experimenta o sensitivo, nem
ocorreriam esses períodos de suspensão das faculdades psíquicas, culminando
mesmo em seu completo desaparecimento em seguida ao mau uso delas feito.
222. Os espiritualistas de além-mar cogitam de fundar, em
muitos dos grandes centros americanos, “homes” ou edifícios dotados de certo
número de salas apropriadas aos diferentes gêneros de manifestações e munidas
de aparelhos de experimentação e fiscalização. Cada sala, vindo, com o uso, a
impregnar-se do magnetismo particular que convém a tais experiências, seria
destinada a uma ordem especial de fenômenos: materializações, incorporações,
escrita, tiptologia, etc. Um órgão, colocado no centro do edifício, propagaria
a todas as suas partes, nas horas de sessão, enérgicas vibrações, a fim de
estabelecer nos fluidos circulantes e no pensamento dos assistentes a unidade e
harmonia tão necessárias. A música exerce, com efeito, uma soberana influência
nas manifestações, facilitando-as e tornando-as mais intensas, como inúmeros
experimentadores o têm reconhecido.
223. Merecem inteira aprovação esses projetos e devemos
fazer votos pela sua realização em todos os países, porque viriam, por sua
natureza, uma vez realizados, a dar vigoroso impulso aos estudos psíquicos e
facilitar em larga escala essa comunhão dos vivos e dos mortos, mediante a qual
se afirmam tantas verdades de valor incalculável, capazes de, em sua propagação
pelo mundo, renovar a Fé e a Ciência.
224. O importante para o médium, dissemos mais acima, é
assegurar-se uma proteção eficaz. O auxílio do Alto é sempre proporcionado para
o fim a que nos propomos, aos esforços que empregamos para o merecer. Somos
auxiliados, amparados, conforme a importância das missões que nos incumbem,
tendo-se em vista o interesse geral. Essas missões são acompanhadas de provas,
de dificuldades inevitáveis, mas sempre reguladas conforme as nossas forças e
aptidões.
225. Desempenhadas com dedicação, com abnegação, as nossas
tarefas nos elevam na hierarquia das almas. Negligenciadas, esquecidas, não
realizadas, nos fazem retrotrair a escala de progresso. Todas acarretam
responsabilidades. Desde o pai de família que incute em seus filhinhos as noções
elementares do bem, o preceptor da mocidade, o escritor moralista, até o orador
que procura arrebatar as multidões às culminâncias do pensamento, cada um tem
sua missão a preencher.
226. Não há mais nobre, mais elevado cargo que ser chamado
a propagar, sob a inspiração das potências invisíveis, a verdade pelo mundo, a
fazer ouvir aos homens o atenuado eco dos divinos convites, incitando-os à luz
e à perfeição. Tal é o papel da alta mediunidade.
227. Falamos de responsabilidade. É necessário insistir sobre
esse ponto. Muitos médiuns procuram, no exercício de suas faculdades,
satisfações de amor-próprio ou de interesse. Descuram de fazer intervir em sua
obra esse sentimento grave, refletido, quase religioso, que é uma das condições
de êxito. Esquecem muitas vezes que a mediunidade é um dos meios de ação pelos
quais se executa o plano divino, e que ele não tem o direito de utilizá-la ao
sabor de sua fantasia.
228. Enquanto não se tiverem compenetrado os médiuns da
importância de sua função e da extensão de seus deveres, haverá no exercício de
suas faculdades uma fonte de abusos e de males. Os dons psíquicos, desviados de
seu eminente objetivo, utilizados para fins de interesses medíocres, pessoais e
fúteis, revertem contra os seus possuidores, atraindo-lhes, em lugar dos gênios
tutelares, as potências malfazejas do Além.
229. Fora das condições de elevação de pensamento, de
moralidade e desinteresse, pode a mediunidade constituir-se um perigo; ao passo
que tendo por fim firme propósito no bem, por suas aspirações ao ideal divino,
o médium se impregna de fluidos purificados; uma atmosfera protetora se forma
em torno dele, o envolve, o preserva dos erros e das ciladas do invisível.
230. E se, por sua fé e comprovado zelo, pela pureza da
alma em que nenhum cálculo interesseiro se insinue, obtém ele a assistência de
um desses Espíritos de luz, depositários dos segredos do Espaço, que pairam
acima de nós e projetam sobre a nossa fraqueza as suas irradiações; se esse
Espírito se constitui seu protetor, seu guia, seu amigo, graças a ele sentirá o
médium uma força desconhecida penetrar-lhe todo o ser, uma chama lhe iluminar a
fronte. Todos quantos tomarem parte em seus trabalhos e colherem os seus
resultados sentirão reanimar-se-lhes o coração e a inteligência às fulgurações
dessa alma superior; um sopro de vida lhes transportará o pensamento às regiões
sublimes do Infinito.
231. VI – Comunhão dos vivos e dos mortos - Certas
pessoas consideram, sem razão, a mediunidade um fenômeno peculiar aos nossos
tempos. A mediunidade, realmente, é de todos os séculos e de todos os países.
Desde as idades mais remotas existiram relações entre a Humanidade terrestre e
o mundo dos Espíritos.
232. Se interrogarmos os Vedas da Índia, os templos do
Egito, os mistérios da Grécia, os recintos de pedra da Gália, os livros
sagrados de todos os povos, por toda parte, nos documentos escritos, nos
monumentos e tradições, encontraremos a afirmação de um fato que tem permanecido
através das vicissitudes dos tempos; e esse fato é a crença universal nas
manifestações das almas libertas de seus corpos terrestres. Veremos essas
manifestações associadas de um modo íntimo e constante à evolução das raças
humanas, a tal ponto que são inseparáveis da história da Humanidade.
233. É, no começo, o culto dos antepassados, a homenagem
prestada aos manes dos heróis e aos lares gênios tutelares da família.
Erigem-lhes altares; dirigem-lhes invocações; depois o culto se estende a todas
as almas amadas; ao esposo, ao filho, ao amigo falecido. Segundo Lucano, as
sombras dos mortos se misturam com os vivos; deslizam pelas ruas e se
introduzem nas habitações; aparecem, falam, na vigília como no sonho, e revelam
o futuro. A telepatia, a premonição, a psicografia, as materializações de
fantasmas são abundantes por toda parte e sempre.
234. Em Delfos, em Elêusis, o Espírito inspira a pítia
convulsa e lhe dita seus oráculos. Nas praias da Jônia, sob a brancura dos
mármores, ao murmúrio das vagas azuis, Pitágoras ensina aos iniciados os
divinos mistérios e, pelos lábios de Teocleia adormecida, conversa com os
gênios invisíveis. Em Êndor, a sombra de Samuel responde às invocações de Saul.
Um gênio previne a César, na véspera de sua morte, que não vá ao Senado, e mais
tarde, quando Domiciano cai sob o ferro dos conjurados, da extremidade da
Europa, Apolônio de Tiana assiste, em visão, a esse drama sangrento.
235. Nos círculos de pedra da Gália, sob a fronde sombria
dos carvalhos ou nas linhas sagradas em torno das quais ruge espumante o
oceano, e até nos templos da América Central, a comunhão das almas se efetua.
Por toda parte a vida interroga a morte e esta responde.
236. Sem dúvida, os abusos, as superstições pueris, os
sacrifícios supérfluos se misturam com o culto dos invisíveis; mas nesse íntimo
comércio haurem os homens novas forças. Sabem que podem contar com a presença e
o amparo dos que amavam e esta certeza os torna mais firmes em suas provações.
Aprendem a não mais temer a morte. Os laços de família se fortalecem com isso,
intimamente. Na China, como na Índia, como no território céltico, havia
reuniões em dia fixo, na “câmara dos antepassados”. São numerosos então os
médiuns; ardente é sua fé, poderosas e variadas são as suas faculdades e os
fenômenos obtidos ultrapassam em intensidade tudo o que observamos em nossos
dias.
237. Em Roma eram instituídas cerimônias públicas em honra
dos mortos. A multidão se aglomerava à entrada das criptas. As sibilas
praticavam as encantações, e dos lugares obscuros, dizem os escritores da época,
tal como atualmente dos gabinetes de materialização, via-se emergirem sombras e
se apresentarem em plena luz. Às vezes mesmo os camaradas, os amigos de outrora
retomavam por momentos seu lugar à mesa e no lar comuns.
238. Nos mistérios órficos, dizem Porfiro e Próluz, as
almas dos defuntos apareciam sob a forma humana e conversavam com os
assistentes. Ensinavam-lhes a sucessão das existências e a ascensão final do
Espírito à luz divina, mediante vidas puras e laboriosas. Essas práticas
comunicavam aos iniciados uma fé profunda no futuro, incutiam-lhes uma força
moral, uma serenidade incomparáveis; transportavam seus pensamentos às regiões
sublimes em que tanto se comprouve o gênio grego.
239. Eis que chega, porém, a época de decadência e aí temos
a depressão dos estudos, as intrigas sacerdotais, as rivalidades dos potentados
e, finalmente, as grandes invasões, a ruína e a morte dos deuses. Um vento de
barbaria sopra sobre os mistérios sagrados. Os Espíritos, os gênios tutelares
desertaram. A divina Psique, banida dos altares, remontou às celestes regiões.
Uma a uma, se vão extinguindo as luzes do templo. A grande noite, uma noite de
dez séculos, se estende sobre o pensamento humano.
240. Surge, entretanto, o Cristianismo. Também ele se
baseia nas manifestações de além-túmulo. O Cristo atravessa a existência,
rodeado de uma multidão invisível, cuja presença se revela em todos os seus
atos. Ele mesmo aparecerá, depois da morte, aos discípulos consternados, e sua
presença lhes fortalecerá o ânimo. Durante dois séculos, comunicaram
abertamente os primeiros cristãos com os Espíritos, deles recebendo
instruções. Cedo, porém, a Igreja,
inquieta com as ingerências ocultas, muitas vezes em oposição com seus
intuitos, procurará impedi-las. Interditará aos fiéis todas as relações com os
Espíritos, reservando-se direito exclusivo de provocar e interpretar os
fenômenos.
241. A religião do Cristo é, todavia, portadora de uma
noção inteiramente nova: a utilidade da dor, benéfica e purificadora divindade,
cuja ação não foi pelo mundo pagão compreendida em toda a sua amplitude. Graças
a essa noção, a alma lutará mais vantajosamente contra a matéria e suplantará a
sensualidade.
242. É de toda a vida essa luta, cujo objetivo é o triunfo
alcançado pelo espírito sobre o corpo e a posse da virtude. Alguns clérigos ou
leigos chegarão a adquirir o poder da fé que domina os sentidos e transporta a
alma para além das regiões terrestres, às esferas em que se dilata e exalta o
pensamento.
243. É esse ainda um meio de penetração no invisível. A
alma, desprendida das coisas humanas, na contemplação e no êxtase, comunica-se
com as potências superiores e lhes atribui as formas angélicas ou divinas,
familiares à sua própria crença. Nesses fenômenos – simples lei da Natureza –
verá milagres a Igreja e deles se apropriará. As outras manifestações dos
mortos serão consideradas diabólicas e conduzirão os videntes ao suplício. Sob
a cinza das fogueiras se há de procurar extinguir a ideia renascente. Mas “o
espírito sopra onde quer”. Fora da Igreja, entre os heréticos, prosseguem as
manifestações. Com Joana d'Arc vêm revestir um caráter de grandeza tal que,
diante delas, a crítica mais virulenta hesita, depõe as armas e emudece.
244. Mudaram-se os tempos. No passado, a comunhão das almas
foi, sobretudo, o privilégio dos santuários, a preocupação de alguns limitados
grupos de iniciados. Fora desses esclarecidos círculos – asilos da sabedoria
antiga – as manifestações de além-túmulo eram muitas vezes consideradas
sobrenaturais e associadas a práticas supersticiosas que lhes deturpavam o
sentido. O homem, ignorante das leis da Natureza e da vida, não podia apreender
o ensino que sob os fenômenos se ocultava.
245. Para preparar o atual movimento das ideias e a
compreensão desses fatos, foram necessários o imenso trabalho dos séculos e as
descobertas da Ciência. Esta realizou a sua tarefa. Posto que bem incompleta,
ainda, pelo menos explorou o domínio material, desde as camadas profundas do
solo aos abismos do espaço. Descreveu a história da Terra, sua gênese e
evolução; enumerou os mundos que gravitavam no céu e lhes calculou o peso, as
dimensões, a órbita. Ficou o homem conhecendo o mesquinho lugar que ocupa no
Universo: se aprendeu a conhecer a grandeza de sua inteligência, pôde, em
contraposição, medir a debilidade de seus sentidos.
246. A vida se patenteou por toda parte, no domínio dos
seres microscópicos como na superfície dos globos que rolam na imensidade. O
estudo do mundo invisível vem completar essa ascensão da Ciência; rasga ao
pensamento novos horizontes, perspectivas infinitas. De ora em diante o
conhecimento da alma e de seus destinos não será mais o privilégio dos
iniciados e dos doutos. A Humanidade toda é chamada a participar dos benefícios
espirituais que constituem seu patrimônio. Assim como o Sol se levanta visível
para todos, a luz do Além deve irradiar sobre todas as inteligências,
reanimando todos os corações.
247. VII – O Espiritismo e a mulher – Encontram-se,
em ambos os sexos, excelentes médiuns; é à mulher, entretanto, que parecem
outorgadas as mais belas faculdades psíquicas. Daí o eminente papel que lhe
está reservado na difusão do novo Espiritualismo.
248. Mau grado às imperfeições inerentes a toda criatura
humana, não pode a mulher, para quem a estuda imparcialmente, deixar de ser
objeto de surpresa e algumas vezes de admiração. Não é unicamente em seus
traços pessoais que se realizam, em a Natureza e na Arte, os tipos da beleza,
da piedade e caridade; no que se refere aos poderes íntimos, à intuição e
adivinhação, sempre foi ela superior ao homem.
249. Entre as filhas de Eva é que obteve a antiguidade as
suas célebres videntes e sibilas. Esses maravilhosos poderes, esses dons do
Alto, a Igreja entendeu, na Idade Média, aviltar e suprimir, mediante os
processos instaurados por feitiçaria. Hoje encontram eles sua aplicação, porque
é sobretudo por intermédio da mulher que se afirma a comunhão com a vida
invisível.
250. Mais uma vez se revela à mulher em sua sublime função
de mediadora, que o é em toda a Natureza. Dela provém a vida; é ela a própria
fonte desta, a regeneradora da raça humana, que não subsiste e se renova senão
por seu amor e seus ternos cuidados. E essa função preponderante que desempenha
no domínio da vida, ainda a vem preencher no domínio da morte. Mas nós sabemos
que a morte e a vida são uma, ou antes, são as duas formas alternadas, os dois
aspectos contínuos da existência.
251. Mediadora também é a mulher no domínio das crenças.
Sempre serviu de intermediária entre a nova fé que surge e a fé antiga que
definha e vai desaparecendo. Foi o seu papel no passado, nos primeiros tempos
do Cristianismo, e ainda o é na época presente.
252. O Catolicismo não compreendeu a mulher, a quem tanto
devia. Seus monges e padres, vivendo no celibato, longe da família, não
poderiam apreciar o poder e o encanto desse delicado ser, em quem enxergavam,
antes, um perigo.
253. A antiguidade pagã teve sobre nós a superioridade de
conhecer e cultivar a alma feminina. Suas faculdades se expandiam livremente
nos mistérios. Sacerdotisa nos tempos védicos, ao altar doméstico, intimamente
associada, no Egito, na Grécia, na Gália, às cerimônias do culto, por toda a
parte era a mulher objeto de uma iniciação, de um ensino especial, que dela
faziam um ser quase divino, a fada protetora, o gênio do lar, a custódia das
fontes da vida. (Continua na próxima semana.)
Respostas às
questões preliminares
A. Qual é, segundo Léon Denis, o papel da alta mediunidade?
Não há
mais nobre, mais elevado cargo que ser chamado a propagar, sob a inspiração das
potências invisíveis, a verdade pelo mundo, a fazer ouvir aos homens o atenuado
eco dos divinos convites, incitando-os à luz e à perfeição. Tal é o papel da
alta mediunidade. Para isso é importante que haja responsabilidade, porque
muitos médiuns procuram, no exercício de suas faculdades, satisfações de
amor-próprio ou de interesse. Descuram de fazer intervir em sua obra esse
sentimento grave, refletido, quase religioso, que é uma das condições de êxito.
Esquecem muitas vezes que a mediunidade é um dos meios de ação pelos quais se
executa o plano divino, e que ele não tem o direito de utilizá-la ao sabor de
sua fantasia. (No Invisível - O
Espiritismo experimental: V - Educação e função dos médiuns.)
B. A mediunidade é um fenômeno peculiar aos
nossos tempos?
Não. A mediunidade é de todos os séculos e de
todos os países. Desde as idades mais remotas existiram relações entre a
Humanidade terrestre e o mundo dos Espíritos. Se
interrogarmos os Vedas da Índia, os templos do Egito, os mistérios da Grécia,
os recintos de pedra da Gália, os livros sagrados de todos os povos, por toda
parte, nos documentos escritos, nos monumentos e tradições, encontraremos a
afirmação de um fato que tem permanecido através das vicissitudes dos tempos.
Esse fato é a crença universal nas manifestações das almas libertas de seus
corpos terrestres. (Obra citada - O Espiritismo experimental: VI – Comunhão dos
vivos e dos mortos.)
C. É certo afirmar que o Cristianismo também se baseia nas manifestações
de além-túmulo?
Sim.
Também ele se baseia nas manifestações de além-túmulo. O Cristo atravessou a
existência rodeado de uma multidão invisível, cuja presença se revelava em
todos os seus atos. Ele mesmo apareceu, depois da morte, aos discípulos
consternados, e sua presença lhes fortaleceu o ânimo. Durante dois séculos,
comunicaram abertamente os primeiros cristãos com os Espíritos, deles recebendo
instruções. Inquieta, porém, com as ingerências ocultas, muitas vezes em
oposição com seus intuitos, a Igreja logo procurou impedi-las, interditando aos
fiéis todas as relações com os Espíritos e reservando-se o direito exclusivo de
provocar e interpretar os fenômenos. (Obra citada - O Espiritismo experimental:
VI – Comunhão dos vivos e dos mortos.)
Observação:
Para acessar a Parte 7 deste estudo, publicada na
semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/01/blog-post_27.html
Como
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