O maravilhoso é ser
natural
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
Alma amiga, lembrei-me agora duma frase dita por Jesus:
“Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto que não haja
de ser sabido” (Lucas, 12:2). Palavras que dirigiu aos “fariseus”
de seu tempo, mas também se aplicam aos da época atual.
Explicando sobre a inexistência, na natureza, de nada
sobrenatural, Allan Kardec publica um artigo na Revista Espírita de
setembro de 1860, que no ano seguinte fará parte do capítulo 2, primeira parte
d’O Livro dos Médiuns. Seu título é “Do Maravilhoso e do Sobrenatural”.
É pelo pensamento, diz Kardec, que os espíritos se comunicam conosco, haja
vista ser esse um dos seus atributos.
O Codificador do Espiritismo, obra dos espíritos, como
ele bem admite, embora sua contribuição ímpar, em função de sua alta capacidade
de análise e síntese, explica-nos que o Espiritismo rejeita o título de
“maravilhosos ou sobrenaturais” aos fenômenos espíritas, que ele resume em oito
itens:
1.º O princípio das manifestações fenomenológicas
espíritas é o da existência e sobrevivência da alma à extinção do corpo;
2.º Tais manifestações não são maravilhosas, nem
sobrenaturais. Fazem parte da lei natural;
3.º A designação de muitos fatos como sobrenaturais
deve-se à ignorância das leis da natureza;
4.º São supersticiosas as crenças em fatos sobrenaturais
cujas realidades o Espiritismo demonstra serem impossíveis;
5.º Ainda que haja “um fundo de verdade” em muitas
crenças populares, o Espiritismo não ratifica as que se baseiam em ficções;
6.º Somente os ignorantes julgam o Espiritismo com base
em fatos que este não admite;
7.º A ciência e filosofia espírita baseiam-se em fatos
naturais, pouco conhecidos, mas agora revelados pelos espíritos, que resultam
em nossa elevação moral, após estudo sério, perseverante e profundo;
8.º Por fim, diz Allan Kardec ser necessário observar,
estudar com profundidade, paciência e perseverança, por longo tempo, para se emitir
uma crítica séria ao que o Espiritismo nos vem revelar, por meio da
espiritualidade superior.
Ou seja, nenhuma crítica aos fenômenos mediúnicos existe
que não seja originária da negação a priori e da ignorância de sua ciência, que
não se funda em fenômenos observáveis em laboratórios, mas em nossa observação
espiritual criteriosa, atenta e perseverante, com respeito ao livre-arbítrio
dos espíritos, cuja voz sopra onde quer, como já afirmara Jesus.
O maravilhoso está em tudo se encadear na
natureza, com base na matéria e no espírito, dois dos elementos universais,
como foi revelado a Allan Kardec na questão 27 d’O Livro dos Espíritos,
regidos por Deus, nosso Pai e “criador de todas as coisas”, cujo Espírito paira
soberano no universo e cuja Lei é a Lei Natural, escrita em nossa
consciência, conforme lemos nas questões 614 e 621 da obra citada.
Paz e luz!
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