domingo, 31 de dezembro de 2023

 



Fim de ano

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

 

E eis que chega ao fim mais um ano!

Terá sido um ano feliz? Evidentemente que não, pois se alguns poucos podem rejubilar-se ao final de 2023, não podemos ignorar que a grande maioria dos homens, aqui e no exterior, ainda espera o advento de dias efetivamente felizes, em que a paz reine nos corações e a consciência não mais se debata intranquila.

A Religião poderia – caso se esforçasse para isso – trazer-nos esses dias, porque a felicidade real não está de modo algum vinculada às posses mundanas.

Que ninguém se esqueça de que o homem nasce nu e de igual modo retorna ao plano espiritual. A ideia de se colocar joias, ouro e outras relíquias de valor em nossa tumba, que acalentou os sonhos dos faraós, não passa de uma iniciativa vã, visto que esses bens podem ter enorme valor no plano em que estamos, mas nenhuma utilidade terão no outro mundo.

O homem abastado, que supomos extremamente feliz devido às suas posses, daria certamente toda a sua fortuna ou parte dela em troca da vida de um filho que a morte levasse.

É claro que o amor de pai, a amizade fraterna que cultivamos ao longo da existência, a paz interior que os familiares queridos nos inspiram, nada disso pode ser medido em termos monetários, o que mostra que as aspirações humanas realmente legítimas são, em última análise, as que podem conduzir a criatura ao encontro do Criador, que é o objetivo final da Religião.

Em que pesem tais considerações, vive-se na Terra uma época de materialismo desenfreado e persistente. Não nos reportamos aqui apenas ao materialismo ideológico, mas ao materialismo prático, que encontramos mesmo na vida dos supostamente religiosos. O egoísmo é, não há como contestar, a raiz desse materialismo, que responde por várias distorções que maculam a civilização do nosso tempo e gera essa febre mundial pela acumulação de bens.

O comportamento materialista é também, em realidade, um atestado de falta de fé e uma demonstração da falência das religiões, que não têm conseguido incutir nas cogitações dos homens, salvo uma vez por semana, por ocasião dos cultos religiosos, uma réstia de luz que os norteie na sua jornada terrena.

“Nós vivemos, nós vivemos, nós – os mortos – vivemos...” – eis o recado dos Espíritos daqueles que já partiram para o além-túmulo.

Que sentido tem para nós este aviso?

Sem qualquer cogitação de ordem filosófica, ele tem pelo menos este: que a morte não existe, que a existência terrena é uma faceta da vida do Espírito, que a alma é imortal e que nos importa desenvolvê-la com todas as forças do nosso ser, visto que é ela que sobrevive ao final desse processo.

Assim pensando, vibremos para que o ano que amanhã se inicia nos leve a compreender melhor os apelos da religião que professamos e seja ele o princípio de uma vida de paz e de renovação dos nossos hábitos.

Adeus ao Ano velho, que hoje se finda.

Boas-vindas ao Ano Novo, que esperamos traga luz e esperança para todos nós.

 


 


 

 

 

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