Cínthia Cortegoso
De Londrina-PR
De Londrina-PR
No meio da manhã, o jovem sentia a liberdade no rosto e
suas mãos passeavam, sensivelmente, pelo mar de trigo. O vento estava ameno,
com o sol dourado refletido no campo.
Caminhava com os braços abertos procurando tocar nos
delicados raminhos. Com o chapéu, protegia o rosto do calor. Deixava o trigo
tombado a cada passada. Calmo, intenso, vivaz era o momento conquistado.
O tato apreciava a textura da planta; o olfato, o cheiro
leve do trigo; a audição levava a seu universo o som do movimento dos ramos e
do canto do pássaro. O gosto da alegria estava em seu ser.
– Benjamin. Venha, filho! – chamou a mãe aproximando-se. –
Hora do almoço.
– Estou a caminho. Você viu minha bengala, mãe? – perguntou
o rapazinho.
– Está próxima do seu cão, o guia que o aguarda
pacientemente.
O jovem pegou no braço da mãe e seguiram para casa. Com os
olhos da alma, buscou o alto e, mais uma vez, agradeceu a vida.
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