Paulo
Henrique pergunta-nos: Que diz o Espiritismo a respeito do purgatório e do
inferno?
Contrariamente
ao que muitos pensam, o Espiritismo não nega o purgatório; antes, pelo
contrário, demonstra sua necessidade e justiça, e vai mesmo além: ele o define.
O purgatório seria o nosso próprio planeta, onde expiamos os erros do passado e
nos depuramos, graças às existências sucessivas que o Criador nos concede.
Quanto ao
inferno, ensina o Espiritismo que ele não tem existência real. O inferno não é
um lugar, mas, sim, um estado de espírito, expressão utilizada há algum tempo
pelo saudoso papa João Paulo II.
Com efeito, o
inferno foi descrito como uma imensa fornalha, mas será assim também
compreendido pela alta teologia? Evidentemente que não. Trata-se de uma simples
figura. O fogo que ali se consome é um fogo moral, símbolo das dores mais
intensas e cruciantes.
Podemos dizer
o mesmo com relação à eternidade das penas.
Se fosse
possível conhecer a opinião íntima de todos os homens que raciocinam e se acham
no caso de compreendê-la, mesmo entre os mais religiosos, veríamos para que
lado pende a maioria, porque a ideia de uma eternidade de suplícios é a negação
da infinita misericórdia de Deus e não tem suporte nos ensinamentos do Cristo.
Ensina a
Doutrina Espírita a tal respeito:
A duração do
castigo é subordinada ao melhoramento do Espírito culpado.
Nenhuma
condenação por tempo determinado é pronunciada contra ele.
O que Deus
exige, para pôr fim aos sofrimentos, é o arrependimento, a expiação e a
reparação; em uma palavra, um melhoramento sério e efetivo, uma volta sincera
ao bem.
O Espírito passa
a ser, assim, o árbitro de sua própria sorte. Sua pertinácia no mal
prolonga-lhe os sofrimentos; seus esforços para fazer o bem os minoram ou
abreviam.
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