Um amigo nos perguntou: Como o Espiritismo
explica a existência dos meninos prodígios?
Para os que acreditam que os anjos já foram
feitos assim – inteligentes, virtuosos, inacessíveis às doenças que atingem o
homem – não é difícil pensar como o matemático francês Henri Poincaré, que acreditava
no talento congênito. “Matemáticos nascem; eles não são feitos”, disse
Poincaré.
Sabemos, contudo, no que diz respeito a nós
humanos, que nada na vida se conquista de graça. Aprender uma disciplina e tornar-se nela um
especialista respeitado exigem dedicação, estudo e, sobretudo, muito tempo. Como
explicar então os talentos precoces, os meninos prodígios? Teriam essas
criaturas sido criadas assim, recebendo de Deus um privilégio que não é
concedido à maioria de suas criaturas?
Allan Kardec perguntou aos Espíritos Superiores:
“Qual a origem das faculdades extraordinárias dos indivíduos que, sem estudo
prévio, parecem ter a intuição de certos conhecimentos, o das línguas, do
cálculo, etc.?” Os Espíritos responderam: “Lembrança do passado; progresso
anterior da alma, mas de que ela não tem consciência. Donde queres que venham
tais conhecimentos? O corpo muda, o Espírito, porém, não muda, embora troque de
roupagem”.
Tempos atrás, a revista Veja focalizou o caso do
jovem Carlos Matheus Silva Santos, que aos 19 anos de idade formou-se doutor
pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, do Rio de Janeiro,
repetindo assim os passos de Pascal, Leibnitz, Gauss e Evariste Galois, que se
destacaram precocemente no difícil campo da matemática.
A Doutrina Espírita é categórica quanto a esse
assunto. Não existem privilégios na obra da criação. Os meninos e os jovens
prodígios nada mais são do que Espíritos reencarnados que conseguem acessar com
facilidade, por um mecanismo que não é facultado à maioria das crianças e dos
adolescentes, as conquistas intelectuais que fizeram em vidas passadas com
esforço, dedicação e muito estudo.
Os meninos prodígios, longe de representarem
indícios de um privilégio inadmissível por parte do Criador, são uma das provas
mais evidentes da reencarnação, doutrina ensinada por Pitágoras, Sócrates, Platão,
Jesus e revigorada, nos tempos modernos, pelo Espiritismo.
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