JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Pensava no que escrever, quando vi ce matin velha carta de um ilustre
hóspede de minha casa da rua de Mata-cavalos. Não vou traduzir o francês de meu
amigo, para não lhe tirar a beleza da expressão. Ei-la:
“Monsieur Machado,
Je suis à mon compte e actuellement je fais de la recherche au journal
Gazette de Notice et mes responsabilités c’est écrire en toutes lettres
chroniques artistiques.
Je voudrais
travailler pour votre compagnie, afin publier votres chroniques en moi blog.
Même sous pression,
je produis toujours un travail de qualité.
Appelez-moi quand
vous voulez.
Prends soin de toi.
Mes meilleures
salutations,
Lula”.
Como se pode entender, o homem quer publicar minhas crônicas. E, no meio
de alguns reparos crus, há muita simpatia e viva observação. Quanto ao estilo,
é do mais puro, é da escola de França, desde as doutrinas do século XIX.
Entretanto, liguei-lhe, como solicitado, para dizer-lhe que, desses
escritos, somente uma meia dúzia tem algum valor literário. Tanto é assim que
os utilizei em alguns dos meus romances. A maioria faz alusão a fatos do
cotidiano, que, no máximo, servem para embrulhar o pão do dia seguinte à sua
publicação em jornal.
— Meu caro Machado, hoje em dia, raramente se publica crônica em jornal ou
mesmo em revista. Elas
estão aí, às centenas, milhares, publicadas em blogs ou sites.
— Ora, Joteli, isso não tem a menor importância, o que escrevi alhures do
idioma macauense, expressando o progresso de Copacabana, repito-te agora:
“pacatu, pacatu, pacatu”.
— Mas isso faz parte de uma letra musical moderna, Bruxo, que num de seus
versos diz assim: “Minha eguinha pacatu... pacatu, pacatu, pacatu”.
— Ô seu burro, é “Minha eguinha pocotó... pocotó, pocotó, pocotó. Em
suma, é um documento honroso para o autor e para nós”.
Visite o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com
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