A
acolhida aconchega o coração
CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
Normalmente uma atitude simples traz
tanto acolhimento ao coração. O espírito não necessita de mirabolantes
acontecimentos para sentir-se afagado, o espírito carece de ações que
representam os valores que lhe são vitais. Como é bom ser acolhido, quando há
essa necessidade e quando essa atitude é de sinceridade e amor torna-se um
abraço refazedor e encorajador ao espírito.
Há tantas maneiras para sentir-se
acolhido, pode acontecer por meio de um sorriso; um olhar complacente; um
aperto de mão; um abraço que ampara e sente a batida do outro coração; a
partilha que contenta dois ou mais; a gentileza, doce exemplo a ser seguido dia
a dia; o respeito de pôr-se no lugar do outro; o feliz recebimento de um
visitante temporário ou vitalício de cada vivência. Acolher e ser acolhido,
dois caminhos necessários durante a estrada da vida.
Ninguém baterá à nossa porta
simplesmente por equivocar-se de endereço, isso poderá ser o pretexto, no
entanto, a ocorrência é sempre exata ao objetivo preestabelecido. E se a
chegada ou a oportunidade apresentam-se, então, que o acolhimento seja
realizado com carinho e respeito.
Mesmo nas ocorrências muito singelas
é perceptível a demonstração de acolhida ou não. Quando chegamos à casa de um
amigo, parente ou conhecido e este nos recebe com carinho e alegria, quanta
felicidade e aconchego sentimos, pois houve toda a essência do acolhimento.
Caso ainda nos ofereça um café com bolachinhas de nata, certamente, será uma
ocasião imensamente feliz. Entretanto, se chegamos à casa de um deles e não há
receptividade, sinceramente, o mal-estar gerado pelo sentimento desprovido de
carinho tornará a ocasião muito infeliz.
É assim com visitas rápidas,
ocorrências inesperadas, chegadas mais prolongadas. A acolhida em toda situação
transforma-se em ação benfazeja e agradável. Todos se sentem muito felizes
quando bem-recebidos. Muitas vezes, o olhar amistoso já é um abraço que se
recebe e olhar para olhos bondosos é além de contentamento, é uma cura
acontecida.
Caso ainda alguns corações sintam o
acolhimento como algo secundário ou desnecessário, ainda não foram acolhidos ou
a necessidade desse ato é inferior ao orgulho resistente. Quando nos colocamos
com mais humildade começamos a compreender que toda atitude simples é a que
acarinha o coração. Menos altivez e bem mais felicidade.
Quando o aumento de sorrisos
sinceros, abraços verdadeiros, bolachinhas de nata com café, olhar amoroso,
tempo para ouvir as palavras que desejam sair de um interior apertado, toque no
ombro significando que há alguém com quem contar nos bons momentos e nos assim
a se transformarem, quando houver mais acolhimento que a fria crítica ou a
infeliz indiferença, mesmo se houver apenas um pequeno copo com água, mas um
coração repleto de consideração, a alegria do acolhimento preencherá o vazio
que se encontra.
Todos discernimos perfeitamente o
acolhimento da ausência de acolhida e todos já sentimos as duas situações
muitas vezes. Não é preciso explicar um e outro, pois o nosso coração já os
diferencia. No entanto, ser acolhedor antes de precisar ser acolhido é atitude
de compreensão e de fazer do nobre presente que é viver a gratidão pela real
essência da vida.
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