Eu mesmo
Emílio de Menezes
Eu mesmo estou a
ignorar se posso
Chamar-me ainda o
Emílio de Menezes,
Procurando tomar o
tempo vosso,
Recitando epigramas
descorteses.
Como hei de
versejar? Rimas em osso
São difíceis...
contudo, de outras vezes,
Eu sabia rezar o
Padre-Nosso
E unir meus versos
como irmãos siameses.
Como hei de
aparecer? O que é impossível
É ser um santarrão
inconcebível,
Trazendo as luzes do
Evangelho às gentes...
Sou o Emílio,
distante da garrafa,
Mas que não se
entristece e nem se abafa,
Longe das anedotas
indecentes.
Poeta nascido em
Curitiba em 1866, Emílio de Menezes desencarnou no Rio de Janeiro em 1918. O
soneto acima integra o livro Parnaso de
Além-Túmulo, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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