Justiça e
necessidade da reencarnação
Este
é o módulo 23 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao
estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões
para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. As almas têm a
mesma idade?
2. A que se deve o
progresso alcançado pelos Espíritos em sua trajetória evolutiva?
3. Há diferença de
conteúdo entre os vocábulos reencarnação e ressurreição?
4. Onde cumprimos as
diferentes existências corpóreas indispensáveis ao nosso progresso?
5. Existe diferença
entre encarnar num planeta atrasado e encarnar num planeta como Júpiter?
Texto para leitura
Renascimento e evolução
1. A alma, depois de
residir temporariamente no plano espiritual, reencarna na condição humana,
trazendo consigo a herança, boa ou má, do seu passado. Reaparece então na cena
terrestre para quitar as dívidas que contraiu, conquistar novas capacidades que
facilitarão a sua ascensão e acelerar a marcha para a frente.
2. Não se pode
compreender que o Espírito, destinado à perfeição, consiga realizar todo o seu
progresso numa só existência física. Os próprios fatos do dia a dia repelem tal
ideia. Devemos ver na pluralidade das existências a condição necessária de sua
educação e seu progresso. É à custa do próprio esforço, de suas lutas, de seus
sofrimentos, que ele se redime do seu estado de ignorância e inferioridade e se
eleva, de degrau em degrau, a caminho das inúmeras habitações do Universo.
Somos assim, hoje, o resultado das experiências vividas no passado, como
seremos, amanhã, o produto das nossas ações de agora.
3. Nem todas as
almas têm a mesma idade, nem todas subiram com o mesmo passo seus estágios
evolutivos. Umas percorreram uma carreira imensa e aproximaram-se já do apogeu
dos progressos terrestres; outras mal começaram seu ciclo de evolução no seio
da humanidade. Estas são as almas jovens, emanadas há menos tempo do Foco
Eterno. Chegadas à humanidade, tomarão lugar entre os povos selvagens ou entre
as raças bárbaras que povoam os continentes atrasados, as regiões deserdadas do
globo. E quando, afinal, penetram em nossas civilizações, ainda se deixam
facilmente conhecer pela falta de desembaraço, de jeito, pela sua incapacidade
para todas as coisas e, principalmente, pelas suas paixões violentas.
Objetivo das encarnações sucessivas
4. No encadeamento de
nossas estações terrestres, continua a completar-se a obra grandiosa de nossa
educação, a edificação de nossa individualidade, de nossa personalidade moral.
É por essa razão que a alma tem de encarnar sucessivamente nos meios mais
diversos, em todas as condições sociais. E passando alternadamente pelas provas
da pobreza e da riqueza, pelas experiências de renúncia e de trabalho, é que
ela irá compreendendo a transitoriedade dos bens materiais e desenvolvendo
valores espirituais superiores.
5. São necessárias
as existências de estudo, as missões de dedicação, de caridade, por vias das
quais se ilustra a inteligência e o coração se enriquece com a aquisição de
novas qualidades. Virão depois as existências de sacrifício pela família, pela
pátria, pela humanidade, e ocorrerão, por certo, existências em que o orgulho e
o egoísmo serão abafados através das provas dolorosas de resgate do passado de
erros.
Reencarnação e ressurreição
6. A reencarnação ou
palingenesia fazia parte dos dogmas dos judeus sob o nome de ressurreição. Só
os saduceus (seita judia formada por volta do ano 248 a.C., fundada por Sadoc
), cuja crença era de que tudo acaba com a morte, não acreditavam nisso. Os
judeus entendiam que um homem que vivera podia reviver, sem saber precisamente
de que maneira o fato poderia dar-se. Designavam com o nome de ressurreição o
que o Espiritismo chama reencarnação. Ressurgir em um corpo que já se acha com
seus elementos dispersos ou absorvidos é, como sabemos, cientificamente
impossível. Reencarnação é a volta do Espírito à vida corpórea, mas em outro
corpo formado especialmente para ele e que nada tem de comum com o antigo. A
palavra ressurreição podia assim aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos
outros profetas.
7. Quando Jesus
disse a Nicodemos: “Em verdade, em verdade, digo-te: Ninguém pode ver o reino
de Deus se não nascer de novo”, ante a estranheza do senador dos judeus que não
entendia como tal situação poderia ocorrer, Jesus replicou como que
surpreendido: “Como pode isso fazer-se? Pois quê! és mestre em Israel e ignoras
estas coisas? Digo-te em verdade que não dizemos senão o que sabemos e que não
damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto, não aceitas o nosso
testemunho. Mas, se não credes quando vos falo das coisas da Terra, como me
crereis, quando vos falo das coisas do céu?” (João, 3:1 a 12 ). O Mestre quis
mostrar, com tais palavras, que a reencarnação era um fato óbvio, natural,
inerente à evolução do próprio homem.
Há muitas moradas na casa do Pai
8. Não encarnamos e
reencarnamos apenas no planeta Terra, mas em diferentes mundos. As que aqui
passamos não são as primeiras nem as últimas; são, porém, das mais materiais e
das mais distantes da perfeição, porque a encarnação nos diferentes mundos
guarda relação com o grau evolutivo desses mundos.
9. A constituição do
perispírito está em função da natureza de cada mundo. Passando por
transformações sucessivas, torna-se cada vez mais etéreo, até a depuração
completa, que é a condição dos Espíritos puros.
10. A encarnação,
tal como ocorre na Terra, observa-se também nos mundos inferiores. Nos mundos
superiores, no entanto, onde imperam o sentimento de fraternidade, estando seus
habitantes livres das paixões grosseiras que ocorrem em mundos atrasados, os
Espíritos gozam de uma encarnação bem mais feliz e nenhum temor têm da morte.
11. A duração da existência
corpórea nos diferentes mundos guarda proporção com o grau de superioridade
física e moral de cada um. Quanto menos material o corpo, menos sujeito às
vicissitudes que o desorganizam. Quanto mais puro o Espírito, menos paixões a
dominá-lo. É essa uma graça da Providência, que desse modo abrevia os
sofrimentos das criaturas à medida que elas progridem.
Respostas às questões propostas
1. As almas têm a mesma idade?
Nem todas as almas
têm a mesma idade, nem todas subiram com o mesmo passo seus estágios
evolutivos. Umas percorreram uma carreira imensa e aproximaram-se já do apogeu
dos progressos terrestres; outras mal começaram seu ciclo de evolução no seio
da humanidade. Estas são as almas jovens, emanadas há menos tempo do Foco
Eterno. Chegadas à humanidade, tomarão lugar entre os povos selvagens ou entre
as raças bárbaras que povoam os continentes atrasados, as regiões deserdadas do
globo. E quando, afinal, penetram em nossas civilizações, ainda se deixam
facilmente conhecer pela falta de desembaraço, de jeito, pela sua incapacidade
para todas as coisas e, principalmente, pelas suas paixões violentas.
2. A que se deve o progresso alcançado pelos Espíritos
em sua trajetória evolutiva?
Ao seu próprio
esforço, às lutas, aos sofrimentos, às vicissitudes que enfrentam. É assim que
eles se redimem do seu estado de ignorância e inferioridade e se elevam, de
degrau em degrau, a caminho das inúmeras habitações do Universo. Podemos,
portanto, afirmar que somos hoje o resultado das experiências vividas no
passado, como seremos, amanhã, o produto de nossas ações de agora.
3. Há diferença de conteúdo entre os vocábulos
reencarnação e ressurreição?
Sim. A reencarnação
fazia parte dos dogmas dos judeus sob o nome de ressurreição. Só os saduceus,
cuja crença era a de que tudo acaba com a morte, não a aceitavam. Os judeus
acreditavam que um homem que vivera na Terra podia reviver, sem saber
precisamente de que maneira o fato podia dar-se. Designavam com o nome de ressurreição
o que o Espiritismo chama reencarnação. Ressurgir em um corpo que já se acha
com seus elementos dispersos ou absorvidos é cientificamente impossível. A
reencarnação é a volta do Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo formado
especialmente para ele e que nada tem de comum com o antigo. A palavra ressurreição
podia assim aplicar-se a Lázaro, mas não a Elias, nem aos outros profetas.
4. Onde cumprimos as diferentes existências corpóreas
indispensáveis ao nosso progresso?
O Espiritismo ensina
que não encarnamos e reencarnamos apenas no planeta Terra, mas em diferentes
mundos. As que aqui passamos não são as primeiras nem as últimas; são, porém,
das mais materiais e das mais distantes da perfeição, porque a encarnação nos
diferentes mundos guarda relação com o grau evolutivo desses mundos.
5. Existe diferença entre encarnar num planeta atrasado
e encarnar num planeta como Júpiter?
A encarnação, tal
como ocorre na Terra, observa-se também nos mundos inferiores. Nos mundos
superiores, no entanto, onde impera o sentimento de fraternidade, estando seus habitantes
livres das paixões grosseiras que ocorrem em mundos atrasados, os Espíritos
gozam de uma encarnação bem mais feliz e nenhum temor têm da morte. É o que se
dá com os que vivem em Júpiter, que é, segundo Kardec, um planeta bem superior
ao nosso.
Nota:
Eis
os links que remetem aos 5 últimos textos:
Módulo 18 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/03/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_9.html
Módulo 19 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/03/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_16.html
Módulo 20 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/03/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_23.html
Módulo 21 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/03/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_30.html
Módulo 22 – http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/04/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita.html
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