domingo, 2 de abril de 2017

Reflexões à luz do Espiritismo


Suicídio: a importância da prevenção

Com o importante apoio do IDE – Instituto de Difusão Espírita, de Araras-SP, desenvolve-se em nosso país uma importante campanha cujo objetivo principal é esclarecer a população acerca do tema suicídio e, com isso, reduzir a sua incidência, que atingiu nos últimos anos um incremento jamais visto.
A campanha a que nos referimos parte do pressuposto de que o tema suicídio não pode mais ficar nas sombras e que é preciso falar sobre ele de forma aberta e clara, visto que sua prevenção começa com o esclarecimento. Afinal, estamos diante de uma questão de saúde pública e é assim, de forma clara e transparente, que as questões dessa natureza devem ser tratadas.
Na revista “O Consolador” o tema suicídio, suas causas e suas consequências já foi por nós examinado em mais de uma ocasião.(1) Existe, no entanto, um aspecto relacionado com o tema que nos parece fundamental no tocante à questão da prevenção.
Como já escrevemos oportunamente, as provas, as dificuldades, as vicissitudes e as tentações fazem parte do processo evolutivo e, dada a sua natureza, não desaparecerão do nosso caminho simplesmente porque nos esclarecemos.
Já lidamos com pessoas bem informadas com relação ao suicídio que tentaram matar-se mais de uma vez, o que não se deu porque acabaram socorridas a tempo. Conversando com elas, disseram-nos que, quando a ideia mórbida é insistente e o assédio é muito grande, dificilmente a pessoa se lembra do que aprendeu ou reúne forças para se conter.
Avulta, então, a necessidade da oração constante e da vigilância, tal como recomendado por Jesus em uma frase que todos conhecemos: Vigiai e orai para não cairdes em tentação!
É inevitável que lembremos aqui a resposta que os instrutores espirituais deram a Kardec com respeito à influência exercida pelos maus Espíritos, que adiante reproduzimos:

469. Por que meio podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos? “Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a influência dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejem ter sobre vós. Guardai-vos de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as paixões más. Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho, pois que esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que Jesus, na oração dominical, vos ensinou a dizer: ‘Senhor! não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal’.” (O Livro dos Espíritos, questão 469.)

Se o conselho dado pelos imortais funciona contra uma influência externa – a que é exercida pelos maus Espíritos –, ele há de certamente funcionar contra as influências internas, as que vêm de nossas inclinações infelizes, que são o que gera, como sabemos, as chamadas tentações e boa parte dos processos obsessivos.
A prevenção do suicídio requer, como se vê, uma conjunção de fatores que se inicia com o esclarecimento, mas não se esgota nele.
Trata-se de um objetivo maior e muito mais amplo, que nos ajudará na superação das dificuldades e vicissitudes inevitáveis no processo reencarnatório.
Referimo-nos ao equilíbrio de nossa alma, convictos de que uma alma equilibrada será capaz sempre de deparar e superar qualquer desafio, por mais doloroso que seja, sem se deixar levar pelo enganoso recurso da evasão, ciente de que o suicídio não resolve problema nenhum, simplesmente o agrava.

(1) Eis os títulos e os links pertinentes aos textos publicados sobre o tema:
Suicídio: opção tola e inútil:
Quando o silêncio não ajuda:
O suicídio e suas nefastas consequências: 




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