Ser mais doce nos dias de
hoje
CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
Bem melhor a delicadeza que a rudez.
A beleza do passarinho é aconchegante não pelo seu pouco peso, mas por
ele voar com singeleza e liberdade naturais; ele não faz de conta que é suave,
ele realmente já possui sua suavidade. E como é bom ver o seu voo ou contemplá-lo
observando, em algum galho de árvore.
E também é bem-vindo um olá com sorriso.
Nos segundos em que olhares conhecidos se encontram ou estranhos se
cruzam com afinidade, um sorriso e um olá sempre serão agradáveis, já que,
muitas vezes, para salvar uma vida, basta um sorriso para o olhar cansado da
amargura.
Se o tom mais manso de voz acalenta os ouvidos, então por que ainda
insistir em gritos ameaçadores? Sabe-se que quem esbraveja ou eleva o tom de
voz, ou está sem razão ou com medo está, pois a paz também amansa a forma e o
som das palavras.
A vida é dinâmica.
Nada para, mesmo quando se deseja que o momento de algo seja
eternizado; logo, o momento muito infeliz também passará e outro momento
sucederá naturalmente. E por que tamanha impaciência com os acontecimentos mais
difíceis quanto às pessoas próximas?
Apenas simplicidades como ceder a vez para alguém mais necessitado,
desconsiderar uma atitude inesperada não tão positiva, ser mais paciente com o
que requer mais tolerância, doar mais gentilezas para colher verdadeiros
sorrisos e paz, ouvir alguém sedento em querer falar, observar mais ao redor e
prontificar-se à cooperação do pouco enorme que se é capaz de fazer.
Quantas nobres atitudes aguardam realização!
A doçura é irmã da bondade e da mansidão e o Planeta carece de ações mais
doces para todos os seus habitantes, os humanos, os animais, os vegetais, os
minerais, o ar, a água, o vento, o fogo, toda a sua complexa criação. Decerto
que as crianças e os idosos reclamam um pouco mais de cuidado, no entanto, todo
ser vivo precisa de amor, carinho, respeito, atenção. A energia do bem
transforma a ainda infeliz e renova a vontade de viver, sabendo que a vida é o
grau máximo de renovação.
E quando presenciarmos a aspereza, que seja o sorriso o nobre gesto
retribuído; talvez as primeiras vezes sejam atitudes difíceis, porém, a
necessidade é mister para momentos com mais bondade. Alguns aceitam com
surpresa a gentileza; outros, tão desacostumados, pensam ser para alguém por
perto; uns nem a reconhecem ou percebem; poucos a compreendem e a retribuem,
mas todos desejam a gentil palavra, a ação suave que tão profundamente chegam
ao coração.
Basta de tanta dureza.
Basta de olhar julgador.
Basta de descaso.
Basta de egoísmo.
Basta de indiferença.
Basta de indelicadeza... e insensibilidade.
Que as infelizes ações se dissipem e se transformem em boas energias ‒
já que tudo se transforma ‒ entre os filhos do Pai e irmãos do Mestre.
A natureza e as crianças há tanto já nos ensinam a lei da doçura.
Que os olhos possam aprender e a vontade possa criar dias mais doces,
bondosos, respeitosos e consequentemente bem mais felizes.
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Linda cronica!
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