Desigualdades das riquezas
Este é o módulo 48 de uma série que esperamos sirva
aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo
compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. A igualdade das riquezas é possível no mundo em
que vivemos?
2. Que consequências danosas adviriam da
repartição igualitária da riqueza?
3. Como o Espiritismo conceitua a pobreza e qual a
sua finalidade?
4. Como o Espiritismo conceitua a riqueza e qual a
sua finalidade?
5. Podemos dizer que a riqueza é também
instrumento de progresso?
Texto para leitura
A igualdade das riquezas traria consequências danosas
1. A igualdade das riquezas, ensinam os Espíritos
Superiores, não é possível no mundo em que vivemos porque a isso se opõe a
diversidade das faculdades e dos caracteres. Os homens que vivem em um mundo de
expiação e provas, como a Terra, não são criaturas iguais. Há entre eles os que
são mais previdentes, mais inteligentes e mais ativos. Logo, se a riqueza fosse
repartida com igualdade entre todos, o equilíbrio em pouco tempo estaria
desfeito.
2. Admitindo, porém, por hipótese, que essa
repartição fosse possível e que o equilíbrio não se rompesse, duas consequências
danosas para o progresso da Humanidade seriam inevitáveis.
3. Primeira: tendo cada um somente o suficiente
para viver, tornar-se-ia inviável a realização de todos os grandes trabalhos
que requerem a alocação de recursos vultosos. Segunda: admitido que a divisão
da riqueza desse a cada um o necessário, não existiria mais o aguilhão que
impele os homens às descobertas e aos empreendimentos úteis. Se Deus a
concentra em certos pontos, é para que daí se expanda e ajude no progresso e
bem-estar de todos.
4. Riqueza e pobreza nada mais são que provas,
pelas quais o Espírito necessita passar, tendo em vista um objetivo mais alto,
que é o seu progresso. Deus concede, pois, a uns a prova da riqueza, e a outros
a da pobreza, para experimentá-los de modos diferentes. Aliás, essas provas
são, com frequência, escolhidas pelos próprios Espíritos, que, no entanto,
nelas geralmente sucumbem.
Riqueza e pobreza são provas muito difíceis
5. Tanto uma quanto outra são, portanto, provas
muito difíceis, porque se na pobreza o Espírito pode ser tentado à revolta e à
blasfêmia contra o Criador, na riqueza expõe-se ele ao abuso dos bens que Deus
lhe empresta, deturpando-lhe seus reais objetivos.
6. Espíritos realmente evoluídos, tanto quanto os
que compreendem perfeitamente o significado a Lei de Causa e Efeito, podem
solicitar a prova da pobreza como oportunidade para o acrisolamento de
qualidades ou a realização de certas tarefas que a riqueza certamente prejudicaria.
Algumas vezes, também, o mau uso da fortuna em precedente existência leva o
Espírito a pedir a condição oposta, com o que espera reparar abusos cometidos e
pôr-se a salvo de novas tentações.
7. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da
paciência e da resignação. A riqueza é, para os que a usufruem, a prova da
caridade e da abnegação. É preciso que entendamos sempre: a existência corpórea
é passageira e a morte do corpo priva o homem de todos os recursos materiais de
que eventualmente disponha no plano terráqueo. Pobres e ricos voltam, portanto,
à vida espiritual em idênticas condições, o que mostra que a condição de rico e
a condição de pobre não passam de expressões transitórias.
8. Nenhuma das provas citadas constitui, evidentemente,
obstáculo à chamada salvação. Se
fosse assim, Deus, que as concede, teria dado a seus filhos um instrumento de
perdição, ideia que repugna à razão. No tocante à riqueza, é fácil perceber
que, pelas tentações que gera e pela fascinação que exerce, constitui uma prova
muito arriscada e até mais perigosa que a pobreza.
A riqueza é poderoso instrumento de progresso
9. Certamente é a esse perigo que Jesus se referia
quando disse: “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um
rico entrar no reino dos céus”, frase registrada por Mateus, Lucas e Marcos. O
Mestre fazia alusão bastante clara aos males e às tentações a que a riqueza
pode conduzir o homem desprevenido, mas é um erro deduzir de suas palavras que
ao rico esteja vedado o acesso à salvação, isto é, valendo-nos dos conceitos
espíritas, à ascensão a planos evolutivos mais elevados.
10. Se a riqueza somente males houvesse de
produzir, Deus não a teria outorgado aos homens. Mas, longe disso, a riqueza,
se não constitui elemento direto de progresso moral, é, sem contestação,
poderoso elemento de progresso intelectual.
11. Com ela pode o homem melhorar a situação
material do mundo em que vive, ampliar a produção de bens, criar maiores e
melhores recursos sociais por meio do estudo, da pesquisa e do trabalho. Eis aí
o motivo pelo qual é considerada elemento de progresso.
12. Se o indivíduo que a detém se torna egoísta,
orgulhoso e insaciável, e a desvia do seu objetivo providencial, prestará
contas de seus atos ante a Justiça Divina, enquanto outros terão, por sua vez,
oportunidade de fruí-la e provar, por suas atitudes, que é possível vencer essa
difícil prova.
Respostas às questões propostas
1. A igualdade das riquezas é possível no mundo em que vivemos?
Não, porque a isso se opõe a diversidade das
faculdades e dos caracteres. Os homens que vivem em um mundo de expiação de
provas, como a Terra, não são criaturas iguais. Há entre eles os que são mais
previdentes, mais inteligentes e mais ativos. Logo, se a riqueza fosse
repartida com igualdade entre todos, o equilíbrio em pouco tempo estaria
desfeito.
2. Que consequências danosas adviriam da repartição igualitária da
riqueza?
Duas seriam as consequências. A primeira: tendo
cada um somente o suficiente para viver, tornar-se-ia inviável a realização de
todos os grandes trabalhos que requerem a alocação de recursos vultosos. A
segunda: admitido que a divisão da riqueza desse a cada um o necessário, não
existiria mais o aguilhão que impele os homens às descobertas e aos
empreendimentos úteis.
3. Como o Espiritismo conceitua a pobreza e qual a sua finalidade?
A pobreza, tal como a riqueza, nada mais é que uma
prova pela qual o Espírito necessita passar, tendo em vista um objetivo mais
alto que é o seu progresso. Deus concede, pois, a uns a prova da riqueza, e a
outros a da pobreza, para experimentá-los de modos diferentes. A pobreza é,
para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação.
4. Como o Espiritismo conceitua a riqueza e qual a sua finalidade?
A riqueza, como foi dito, é também uma prova pela
qual o Espírito tem de passar, visando ao seu progresso. Se na pobreza o
Espírito pode ser tentado à revolta e à blasfêmia contra o Criador, na riqueza
expõe-se ele ao abuso dos bens que Deus lhe empresta, deturpando-lhe seus reais
objetivos. A riqueza é, para os que a usufruem, a prova da caridade e da
abnegação.
5. Podemos dizer que a riqueza é também instrumento de progresso?
Sim. Se não constitui elemento direto de progresso
moral, a riqueza é poderoso elemento de progresso intelectual, pois com ela
pode o homem melhorar a situação material do mundo em que vive, ampliar a
produção de bens, criar maiores e melhores recursos sociais por meio do estudo,
da pesquisa e do trabalho.
Nota:
Eis os links que remetem aos 3
últimos textos:
Módulo 45 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/09/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_14.html
Módulo 46 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/09/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_21.html
Módulo 47 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/09/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_28.html
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