Celibato e poligamia
Este é o módulo 50 de uma série que esperamos sirva
aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo
compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. Por que a poligamia é contrária à lei natural?
2. Que vantagens acarreta para o homem a
monogamia?
3. Em que consiste o celibato?
4. Em que situação o celibato pode concorrer para
o progresso social?
5. Qual o significado desta advertência de Paulo:
“Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que
abrasar-se”?
Texto para leitura
A poligamia é prática humana tendente a desaparecer
1. O casamento, isto é, a união permanente de dois
seres, é um progresso na marcha da Humanidade. Já a poligamia é lei humana cuja
abolição marca um progresso social. O casamento, segundo as vistas de Deus,
deve fundar-se na afeição dos seres que se unem. Ora, na poligamia não há
afeição real, existe apenas sensualidade.
2. Se a poligamia fosse conforme à lei natural,
deveria haver a possibilidade de que ela se tornasse universal, o que é
materialmente impossível, dada a igualdade numérica dos sexos. Ela deve ser
considerada, assim, mais como um uso ou prática apropriada a certos costumes e
que o aperfeiçoamento social faz que, na maior parte do globo, desapareça pouco
a pouco. Com efeito, apesar de existirem povos que ainda adotam a poligamia,
como as populações muçulmanas do Norte da África e boa parte dos asiáticos, a
tendência é a total abolição dessa prática.
3. A construção da felicidade real não depende do
instinto sexual satisfeito. A permuta de células sexuais entre os seres
encarnados é tão somente um aspecto das multiformes permutas de amor. O
intercâmbio de forças simpáticas, de fluidos combinados, de vibrações
sintonizadas entre almas que se amam, paira acima de qualquer exteriorização
tangível de afeto.
4. Entre poligamia e monogamia existe uma
distância muito grande, e a conquista desta última revela inegavelmente um
poderoso passo evolutivo da Humanidade na área dos sentimentos. A vida a dois,
pelos laços do matrimônio, enseja real oportunidade de progresso, porquanto a
constituição do lar não só permite a reencarnação dos Espíritos e, por
conseguinte, o progresso espiritual, a reparação e o resgate de faltas do
passado, como representa a célula da família universal, unidade primeira da
educação espiritual.
Os celibatários dividem-se em dois grupos distintos
5. Em que pese a importância do casamento
monogâmico, existem pessoas que deliberadamente optam pelo celibato, que é o
estado de uma pessoa que se mantém solteira. Abstinência em matéria de sexo e
celibato na vida de relação pressupõem experiências da criatura em duas faixas
essenciais: a dos Espíritos que escolhem semelhantes posições para burilamento
ou serviço no curso de determinada encarnação, e a daqueles que se veem
forçados a adotá-las, por força de inibições diversas.
6. As pessoas que conseguem abster-se da comunhão
afetiva, com o fim de se fazerem mais úteis ao próximo, decerto traçam a si mesmos
escaladas mais rápidas aos cimos do aperfeiçoamento. É o caso das almas que,
para obterem as sagradas realizações de Deus em si próprias, entregam-se a
labores de renúncia, em existência de santificada abnegação, abdicando
transitoriamente de ligações humanas, de modo a acrisolarem seus afetos e
sentimentos em vida de ascetismo e longas disciplinas materiais.
7. Agindo assim, por amor, amparando os irmãos da
Humanidade, através de variadas maneiras, convertem a existência, sem ligações
sexuais, em caminho de acesso à sublimação, ambientando-se em climas diferentes
de criatividade, porquanto a energia sexual neles não estancou o próprio fluxo,
mas é canalizada para outros objetivos: os de natureza espiritual.
8. Paralelamente a esses seres, que elegem
conscientemente esse tipo de experiência, encontramos outros companheiros que
já renasceram no corpo físico induzidos ou obrigados à abstinência sexual, em
face de inibições irreversíveis ou de processos de inversão pelos quais sanam
erros do passado ou se recolhem a pesadas disciplinas, que lhes facilitam a
execução de compromissos determinados, em assuntos do espírito.
Há grande mérito em fazer-se eunuco pelo reino do céu
9. Empreendimentos filantrópicos, atividades
religiosas ou culturais enobrecedoras constituem valioso programa de superação
dos pensamentos torturantes, relacionados com o sexo, favorecendo a transformação
das forças criadoras em elementos de exaltação do bem e de embelezamento da
vida.
10. Numerosos Espíritos – ensinam os imortais –
recebem de Jesus permissão para esse gênero de esforços santificantes,
porquanto nessa tarefa os que se fazem eunucos pelo reino do céu precipitam os
processos de redenção do ser ou dos seres amados, submersos nas provas, e,
simultaneamente, pela sua condição de evolvidos, podem ser mais facilmente
transformados, na Terra, em instrumentos da verdade e do bem.
11. Qualquer atitude extremista opera desarmonia e
perturbação, com lamentáveis consequências que se estendem, após a
desencarnação, em processos de sombras e aflições indescritíveis. Assim, se o
exercício da renúncia, a que certas pessoas se submetem, os faz hipocondríacos
e tristes, não devem vacilar em obedecer à prescrição do apóstolo Paulo, na 1ª Epístola
aos Coríntios, cap. 7, versículo 9: “Mas, se não podem conter-se, casem-se.
Porque é melhor casar do que abrasar-se”.
12. Essas considerações nos levam a concluir que a
vida sexual de cada pessoa é terreno sagrado para ela própria. Em face disso,
abstenção, ligação afetiva, constituição da família, vida celibatária, divórcio
e outras ocorrências, no campo do amor, são problemas pertinentes à
responsabilidade de cada um, erigindo-se em assunto não de corpo para corpo,
mas de coração para coração.
Respostas às questões propostas
1. Por que a poligamia é contrária à lei natural?
O casamento, segundo as vistas de Deus, deve
fundar-se na afeição dos seres que se unem. Na poligamia não há afeição real,
existe apenas sensualidade. Eis aí o motivo por que ela contraria a lei de
Deus.
2. Que vantagens acarreta para o homem a monogamia?
A construção da felicidade real não depende do
instinto sexual satisfeito. A permuta de células sexuais entre os seres
encarnados é tão somente um aspecto das multiformes permutas de amor. O
intercâmbio de forças simpáticas, de fluidos combinados, de vibrações
sintonizadas entre almas que se amam, paira acima de qualquer exteriorização
tangível de afeto. A vida a dois, pelos laços do matrimônio, enseja real
oportunidade de progresso, porquanto a constituição do lar não só permite a
reencarnação dos Espíritos e, por conseguinte, o progresso espiritual, a reparação
e o resgate de faltas do passado, como representa a célula da família
universal, unidade primeira da educação espiritual.
3. Em que consiste o celibato?
O celibato é o estado de uma pessoa que se mantém
solteira. Abstinência em matéria de sexo e celibato na vida de relação
pressupõem experiências da criatura em duas faixas essenciais: a dos Espíritos
que escolhem semelhantes posições para burilamento ou serviço no curso de
determinada encarnação, e a daqueles que se veem forçados a adotá-las, por
força de inibições diversas.
4. Em que situação o celibato pode concorrer para o progresso social?
O celibato concorre para o progresso social quando
o indivíduo se abstém da comunhão afetiva com o fim de se fazer mais útil ao
próximo. É o caso das almas que se entregam a labores de renúncia, em existência
de santificada abnegação, abdicando transitoriamente de ligações humanas, de
modo a acrisolarem seus afetos e sentimentos em vida de ascetismo e longas
disciplinas materiais.
5. Qual o significado desta advertência de Paulo: “Mas, se não podem
conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se”?
O aviso de Paulo é claro: se o exercício da
renúncia, a que certas pessoas se submetem, as faz hipocondríacas e tristes,
não devem vacilar em obedecer à prescrição do notável apóstolo, evitando assim
manter uma posição antinatural que poderá trazer grandes aborrecimentos à
própria pessoa e à sociedade.
Nota:
Eis os links que remetem aos 3
últimos textos:
Módulo 47 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/09/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_28.html
Módulo 48 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/10/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita.html
Módulo 49 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/10/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_12.html
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