domingo, 22 de outubro de 2017

Reflexões à luz do Espiritismo





Columbine, Realengo, Goiânia... como entender tudo isso?

Mais uma ocorrência de difícil compreensão e aceitação enlutou diversas famílias na cidade de Goiânia, capital do estado de Goiás.
Um aluno de 14 anos entrou armado na escola onde estudava e matou dois colegas, além de ferir mais quatro pessoas. 
Detido pela Polícia, o adolescente contou que se inspirou nos massacres de Realengo, no Rio de Janeiro, e de Columbine, nos Estados Unidos. [Na foto ao lado, vê-se o portão do Colégio Goyases com a faixa Família Goyases em luto!]
O massacre de Columbine, ocorrido em abril de 1999, deixou 12 alunos e um professor mortos. Já em Realengo, em abril de 2011, 12 pessoas foram mortas na Escola Municipal Tasso da Silveira.
Naquela época, ou seja, seis anos atrás, um leitor do Rio de Janeiro, reportando-se aos crimes cometidos na Escola Municipal Tasso da Silveira, enviou à redação da revista O Consolador as seguintes perguntas:
1) Mesmo que o fato ali ocorrido possa ser atribuído a uma expiação coletiva dos alunos, a ser desencadeada por uma pessoa, esta poderia, graças ao seu livre-arbítrio, tomar a decisão de não fazer tal coisa, lutando até contra algum obsessor que a tenha influenciado para o ato?
2) Ocorrendo essa hipótese, as crianças expiariam de outra forma suas faltas?
3) O trabalho de uma pessoa dedicada ao bem do próximo pode aliviar muitas de suas faltas, dependendo isso da própria pessoa?
Assim respondemos ao leitor:
Inicialmente é bom deixar claro que a morte daquelas crianças pode ser atribuída a uma expiação coletiva como também a uma prova. Como nos é ensinado pelo Espiritismo, é muito difícil afirmar, num caso concreto, se a vicissitude por que passa uma pessoa advém de uma prova ou de uma expiação.
Com relação à primeira pergunta, a resposta é sim. O rapaz poderia perfeitamente deixar de cometer os crimes, ainda que assediado por um mau Espírito.
Lembremos que ninguém vem ao mundo com a missão de matar. O ato de tirar a vida a alguém é algo que fere a lei natural e não pode ter, portanto, o beneplácito dos poderes que regem a vida na Terra. Nenhuma influência advinda de outra pessoa, encarnada ou desencarnada, é irresistível.
Quanto à segunda pergunta, não ocorrendo os crimes que, de fato, ocorreram na escola de Realengo, e tendo as crianças que desencarnar na idade em que faleceram, é claro que sua desencarnação poderia ocorrer de outra forma e em outras circunstâncias, sem o trauma e o horror que marcaram o triste episódio. Há na literatura espírita relatos de casos assim e a questão n. 853 d´O Livro dos Espíritos, que trata do assunto, é bem clara: “Fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte o é. Chegado esse momento, de uma forma ou doutra, a ele não podeis furtar-vos”.
No tocante à última pergunta, é correto o entendimento de que o trabalho no bem pode não apenas aliviar mas também reduzir as faltas que cometemos no passado, de acordo com uma lei evangélica que nos chegou ao conhecimento graças ao apóstolo Pedro, que assevera em sua 1ª Epístola, 4:8: “(...) tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobre a multidão de pecados”.
O ensinamento do apóstolo tem sido repetido frequentes vezes pelo confrade Divaldo Franco, que usa nesse caso palavras diferentes, a saber: “O bem que fazemos anula o mal que fizemos”, e é, sim, confirmado pelo Espiritismo, que nos oferece, sobre o assunto, inúmeros exemplos.

*

A respeito dos tristes episódios de Columbine, Realengo e do ocorrido anteontem em Goiânia, vem-nos a propósito uma sempre oportuna observação feita por Batuíra (Espírito) no seu livro Mais luz, psicografado por Chico Xavier:
“Fácil comentar os desastres em que tombam tantas esperanças na sombra da criminalidade ou da frustração, mas é preciso saber o que temos feito para que as trevas se dissipem. Doar a precisa orientação no caminho será talvez o mais substancial apoio que sejamos capazes de oferecer aos que nos partilham a marcha. Auxiliemo-nos, pois, uns aos outros, acendendo lâmpadas que nos clareiem a estrada – o coração humano é sempre uma lâmpada viva. Basta que se lhe comunique luz para que irradie de si mesmo a necessária claridade com que se ilumina, iluminando os que se lhe fazem companheiros no dia a dia.”




Como consultar as matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: http://goo.gl/OJCK2W, e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele nos propicia.



Nenhum comentário:

Postar um comentário