sábado, 20 de janeiro de 2018

Contos e crônicas




Allan Kardec ante polêmicas

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Que escrever nesta penúltima crônica, antes de alcançar metade da produção estimada, em vida, de Machado de Assis durante o século XIX? Afinal, estamos em cidade alagoana, e ele escrevia sempre no Rio de Janeiro.
Talvez mereça comentário minha constatação de que o preço dos remédios continua absurdo, em qualquer estado do Brasil, do Monte Caburaí (RR) ao Arroio Chuí (RS). O mais impressionante é que fui consultar o preço de antialérgico, em cidade de Alagoas, e constatei que aqui ele custa o triplo do que paguei em Brasília, uma das cidades de renda per capita mais alta do país. Pobres aposentados...
Quem sabe, valha a pena dizer que, estando eu em Japaratinga (AL), percebi que, mesmo com um notebook velho, em casa alugada para curta temporada, continuo produzindo, eletronicamente, meus textos com muito mais rapidez do que os textos manuscritos do Bruxo do Cosme Velho.
Mas o conteúdo... quanta diferença! Enquanto da genial cabeça machadiana brotavam mil ideias e sabedoria, de minha ignara cachola só sai fumacinha...
Falarei um pouco, então, do que as grandes almas fazem quando são atacadas por pessoas tacanhas: nada. A pretensão de ser mais que alguém é própria de quem nada é...
Segundo Evandro Noleto Bezerra, quando Allan Kardec era agredido com mentiras verbais, não revidava, de imediato, a essas atitudes torpes. O Codificador da Doutrina Espírita dizia que a melhor resposta é o silêncio, quando saltam à vista a inveja, o despeito e a baixeza moral dos críticos.
Mas Kardec não deixava de anotar tais infâmias, para que a história mostrasse, futuramente, onde estava a verdade. E, ainda, esclarecia: “[...] há um gênero de polêmica do qual tomamos por norma nos abster: é aquela que pode degenerar em personalismo; não somente ela nos repugna, como nos tomaria um tempo que podemos empregar mais utilmente [...]”.
A única polêmica da qual Kardec jamais se esquivava era a que pudesse colocar em dúvida a seriedade dos princípios espíritas e suas verdades.
Na página 28 da revista mensal Reformador, de jan. 2018, editada pela Federação Espírita Brasileira (FEB), Evandro cita algumas refutações kardequianas a “aleivosias assacadas contra o Espiritismo”, as quais vale a pena conferir: artigo do Univers, maio de 1859; resposta à réplica do abade Chesnel, desse mesmo periódico, em jul. 1859; resposta à Gazette de Lyon em out. 1860 etc.
A relação é grande. Se fôssemos citá-la completa, o espaço desta crônica seria insuficiente...  
Não é difícil ao leitor estudioso acessar esse rico material pela internet. Basta clicar no Google: acervo da Revista Espírita publicado pela FEB.
No mais, amigo leitor, até o tricentésimo número de nossas crônicas.
Au revoir!     






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