quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Pílulas gramaticais (291)



Alguns leitores, embasbacados com o volume de mudanças ocorridas na ortografia e também na pronúncia, em decorrência do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa assinado por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste, pedem-nos que apresentemos aqui um resumo das modificações havidas.
Atendendo ao pedido, vamos transcrever a cada semana partes do Acordo, cuja vigência em nosso país teve início no dia 1º de janeiro de 2009.
Inicialmente, lembremos que o Acordo, conquanto se restrinja à língua escrita, criou condições para que a Academia Brasileira de Letras, ao elaborar o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa que incorporou as mudanças, introduzisse inúmeras modificações na pronúncia, influenciada certamente pelo que ocorre em outros países que adotam oficialmente o nosso idioma.
Os temas de hoje: Alfabeto e Trema – como ficaram após o Acordo.
Alfabeto
Ao antigo alfabeto se acrescentaram, com o Acordo, as letras k, w e y, para utilização:
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt);
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kungfu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.
Trema
Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui. Excetuam-se da regra as palavras estrangeiras e suas derivadas: Bündchen, Müller, mülleriano.
Vejam as palavras abaixo, como eram e como ficaram:
agüentar aguentar
argüir arguir
bilíngüe bilíngue
cinqüenta cinquenta
delinqüente delinquente
eloqüente eloquente
ensangüentado ensanguentado
eqüestre equestre
freqüente frequente
lingüeta lingueta
lingüiça linguiça
qüinqüênio quinquênio
sagüi sagui
seqüência sequência
seqüestro sequestro
tranqüilo tranquilo.

*

Observe esta frase:
- Minha filha viajou de ônibus. Se tivesse ido de avião, já teria chego.
Erro frequente, pelo menos aqui no Paraná, é o uso da palavra “chego” no lugar de “chegado”, que é o particípio do verbo chegar.
Assim, a frase deveria ser redigida nestes termos:
- Minha filha viajou de ônibus. Se tivesse ido de avião, já teria chegado.




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