sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Iniciação aos clássicos espíritas





Cristianismo e Espiritismo

Léon Denis

Parte 7

Continuamos o estudo do livro Cristianismo e Espiritismo, que vimos realizando conforme a 6ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, baseada em tradução de Leopoldo Cirne. 
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

Questões preliminares

A. Tendo em vista que os apóstolos de Jesus eram pessoas muito simples, onde a Igreja buscou as formas do culto católico e as vestes sacerdotais?
B. Conferir o tratamento de santidade ao patriarca da Igreja encontra amparo nos ensinamentos evangélicos?
C. Por que o autor desta obra afirma que a sociedade que herdamos é obra da Igreja? 

Texto para leitura

82. O mistério da Eucaristia, que pressupõe a presença real do corpo e do sangue de Jesus na hóstia consagrada, foi extraído de palavras de Jesus, de caráter puramente simbólico, tomadas ao pé da letra. (PP. 102 e 103)
83. Todas as formas do culto romano são uma herança do passado: suas cerimônias, seus vasos, os cânticos, a água lustral são legados do Paganismo. Do Bramanismo tomaram o altar, o fogo sagrado que nele arde, o pão e o licor. Do Budismo copiaram o celibato dos padres e a hierarquia sacerdotal. Os próprios dogmas cristãos se encontram na Índia e na Pérsia. (P. 105)
84. Os autores do Evangelho não previram nem os dogmas, nem o culto, nem o sacerdócio. Nada de semelhante se encontra no pensamento evangélico. Ninguém foi menos afeiçoado às práticas exteriores do que Jesus. (PP. 105 e 106)
85. Jesus disse aos apóstolos: “Não queirais ser chamados mestres” (Mateus, XXIII, 8), e os papas se fazem chamar Santidade e consentem em ser incensados, esquecidos do exemplo de Pedro que, ante o centurião Cornélio prosternado a seus pés, advertiu-o: “Levanta-te, que eu também sou homem!” (Cf. Atos, X, 26).  (P. 106)
86. Durante 12 séculos a Igreja dominou, formou a seu talante a alma humana e toda a sociedade. Todos os poderes estavam em suas mãos. Todas as autoridades residiam nela ou dela procediam. A sociedade que herdamos é, pois, obra dela, que foi impotente para dirigir e melhorar o nosso mundo. (P. 108)
87. O materialismo penetrou até à medula no corpo social. De quem é a culpa? Se as pessoas tivessem encontrado na religião, tal como lhes era ensinada, a força moral, o consolo e a direção espiritual de que necessitavam, ter-se-iam afastado dessas igrejas? (P. 108)
88. Um de seus erros é o fato de haver falseado, desnaturado a ideia de Deus. A Igreja romana sempre impôs o temor de Deus às multidões. Seu plano de domínio exigia que ela assim agisse. (PP. 109 e 110)
89. Deus é, ao contrário, todo amor, e para o compreender é preciso desenvolver em nós esse princípio divino, porquanto não podemos conhecer o Criador e dele aproximar-nos senão pelo amor, visto que só o amor atrai e vivifica. (P. 110)
90. Se os preceitos evangélicos tivessem prevalecido, o Cristianismo estaria no apogeu do seu poder e da sua glória. Eis por que será preciso voltar aos puros ensinamentos de Jesus, se quiserem reerguer e salvar a religião. (P. 111) (Continua na próxima edição.)

Respostas às questões preliminares

A. Tendo em vista que os apóstolos de Jesus eram pessoas muito simples, onde a Igreja buscou as formas do culto católico e as vestes sacerdotais?
Todas as formas do culto romano são uma herança do passado: suas cerimônias, seus vasos, os cânticos, a água lustral são legados do Paganismo. Do Bramanismo tomaram o altar, o fogo sagrado que nele arde, o pão e o licor. Do Budismo copiaram o celibato dos padres e a hierarquia sacerdotal. Os próprios dogmas cristãos se encontram na Índia e na Pérsia. Os autores do Evangelho não previram nem os dogmas, nem o culto, nem o sacerdócio. Nada de semelhante se encontra no pensamento evangélico e ninguém foi menos afeiçoado às práticas exteriores do que Jesus. (Cristianismo e Espiritismo, cap. VII, pp. 105 e 106.) 
B. Conferir o tratamento de santidade ao patriarca da Igreja encontra amparo nos ensinamentos evangélicos?
Claro que não. O próprio Cristo disse a seus apóstolos: “Não queirais ser chamados mestres” (Mateus, XXIII, 8) e, no entanto, os papas se fazem chamar Santidade e consentem em ser incensados, esquecidos do exemplo de Pedro que, ante o centurião Cornélio prosternado a seus pés, advertiu-o: “Levanta-te, que eu também sou homem!” (Cf. Atos, X, 26). (Obra citada, cap. VII, p. 106.)
C. Por que o autor desta obra afirma que a sociedade que herdamos é obra da Igreja? 
A História nos mostra que durante 12 séculos a Igreja dominou, formou a seu talante a alma humana e toda a sociedade terrena. Todos os poderes estavam em suas mãos. Todas as autoridades residiam nela ou dela procediam. A sociedade que herdamos é, pois, obra dela, que, apesar de concentrar todo o poder, foi impotente para dirigir e melhorar o nosso mundo, permitindo com isso que o materialismo penetrasse até à medula no corpo social. Se as pessoas tivessem encontrado na religião, tal como lhes era ensinada, a força moral, o consolo e a direção espiritual de que necessitavam, ter-se-iam afastado dela? (Obra citada, cap. VIII, pp. 108 e 109.)

Nota:
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