quinta-feira, 28 de junho de 2018




O papel do perispírito em nossa vida

Este é o módulo 86 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. No processo reencarnatório, que papel exerce o perispírito na formação do corpo físico?
2. Que são centros vitais e qual a sua função na vida das pessoas?
3. De que forma o perispírito do reencarnante se une ao gérmen que dará origem ao corpo físico?
4. Qual é a sede da memória espiritual?
5. Onde podemos localizar a etiologia das moléstias que afligem o corpo físico?

Texto para leitura

Os centros vitais presidem à atividade funcional dos órgãos físicos
1. O perispírito – também chamado de psicossoma ou corpo espiritual – é a força diretriz responsável pela edificação do plano escultural e do tipo funcional de todos os seres. Contém o desenho prévio e as propriedades organogênicas que, ativadas sob a ação da força vital, servirão de regra à formação do novo organismo físico e lhe assinarão o lugar na escala morfológica, segundo o grau evolutivo do indivíduo. É no embrião que se executa essa ação diretiva, mas ela se estende até o fim de sua existência, atuando até mesmo no tocante à regeneração dos tecidos orgânicos destruídos.
2. Ensina André Luiz que o perispírito ou corpo espiritual possui todo o equipamento de recursos automáticos que governam os bilhões de entidades microscópicas a serviço da Inteligência, nos círculos de ação em que nos demoramos, recursos esses adquiridos vagarosamente pelo ser, em milênios de esforço e recapitulação, nos múltiplos setores da evolução anímica. (Cf. Evolução em Dois Mundos, p. 26.)
3. No corpo espiritual – acrescenta André Luiz – situam-se os centros vitais que presidem à atividade funcional dos vários órgãos que integram o corpo físico. Tais centros são fulcros energéticos que, sob a direção automática da alma, imprimem às células a especialização extrema, pela qual o homem possui no corpo denso – e detém no corpo espiritual em recursos equivalentes – as células que produzem fosfato e carbonato de cálcio para a constituição dos ossos, as que se distendem para a recobertura do intestino, as que desempenham complexas funções químicas no fígado, as que se transformam em filtros do sangue na intimidade dos rins e outras tantas que se ocupam do fabrico de substâncias indispensáveis à conservação e defesa da vida nas glândulas, nos tecidos e nos órgãos que constituem o seu veículo de manifestação.
4. No momento de reencarnar, o perispírito do reencarnante une-se molécula a molécula à matéria do gérmen, que encerra uma energia potencial que se transforma em energia atual para o curso da existência do ser. Esse gérmen está sujeito às leis da genética, ou seja, a força vital sofre as ações modificadoras da herança dos pais, que lhe transmitem suas disposições orgânicas. Como já foi dito, a ação da força vital é que leva o perispírito a desenvolver suas propriedades funcionais. 

O perispírito retém todos os conhecimentos adquiridos pela alma
5. O gérmen recapitula, de modo rápido, no seu desenvolvimento, as várias fases da evolução pelas quais a raça passou. Da mesma forma que o perispírito traz o registro de todos os estados do Espírito desde a sua origem, assim também o gérmen material encerra as impressões das etapas percorridas pelo psicossoma ou corpo espiritual.  
6. O perispírito retém todos os estados de consciência, de sensibilidade e de vontade; guarda todos os conhecimentos adquiridos pelo ser. É ele a sede da memória. É ele que armazena, registra e conserva todas as percepções, todas as volições e ideias da alma. Todo o nosso passado fica nele armazenado. As várias etapas do nosso desenvolvimento estão aí registradas. 
7. Ao longo de sua imensa trajetória, desde quando a alma iniciou suas peregrinações terrestres sob as formas mais inferiores, vem o perispírito registrando as experiências vividas pelo ser inteligente, incorporando uma bagagem crescente. É, pois, fácil compreender que os desregramentos, os abusos, os atentados contra o corpo físico e as lesões aos direitos de outrem tenham também seu registro no corpo espiritual e passem a repercutir na existência em que ocorrem ou em futura encarnação. 
8. A esse respeito, ensina Kardec que o duplo fluídico, como um dos elementos componentes do ser humano, além do importante papel que exerce nos fenômenos psicológicos, tem sua participação nas ocorrências fisiológicas e patológicas. Segundo André Luiz, a etiologia das moléstias que afligem o corpo físico e o dilaceram guarda no corpo espiritual as suas causas profundas. O remorso provoca distonias diversas em nossas forças recônditas e desarticula as sinergias do corpo espiritual, criando predisposições mórbidas para essa ou aquela enfermidade. 

Durante a encarnação, é estreita a ligação entre a alma  e o corpo
9. Durante a encarnação, existe, portanto, uma ligação estreita entre a alma e o corpo físico, por meio do perispírito, razão por que qualquer modificação doentia nas células nervosas do cérebro importa numa alteração das faculdades espirituais. 
10. Em condições normais, as sensações modificam a natureza das vibrações da força psíquica. Se essas modificações forem, pela sua intensidade e duração, de molde a ultrapassar um limite mínimo, as sensações serão registradas no perispírito de maneira consciente, ou seja, haverá percepção, o Espírito tomará conhecimento do que está ocorrendo. É a memória de fixação. Se esse limite mínimo não for atingido, haverá registro da sensação, mas somente no inconsciente. 
11. Nem todas as sensações e recordações podem existir simultaneamente. Existe um enfraquecimento do seu ritmo que as leva a descer gradativamente abaixo do limite mínimo de percepção, razão por que entram na faixa do inconsciente. É por isso que todos os atos da vida vegetativa e orgânica têm sido conservados no perispírito durante a evolução da alma através da longa série dos reinos inferiores. A repetição continuada de certos atos cria hábitos. No início, esses atos são conscientes, mas, com a repetição, tornam-se mecânicos, até se fazerem automáticos e inconscientes. 
12. A memória evocativa permite-nos lembrar os conhecimentos, através de pontos de referência, cuja localização no passado seja conhecida. Por associação de ideias, esses pontos de referência nos ligam aos acontecimentos que se agrupam ao seu redor, transportando-nos à época das ocorrências. Para essa rememoração há de haver uma associação da vontade à atenção, donde resulta trazer-se à consciência as imagens recolhidas no arquivo perispiritual.

Respostas às questões propostas

1. No processo reencarnatório, que papel exerce o perispírito na formação do corpo físico?
O perispírito é a força diretriz responsável pela edificação do plano escultural e do tipo funcional de todos os seres. Contém o desenho prévio e as propriedades organogênicas que, ativadas sob a ação da força vital, servirão de regra à formação do novo organismo físico e lhe assinarão o lugar na escala morfológica.
2. Que são centros vitais e qual a sua função na vida das pessoas?
Os centros vitais são fulcros energéticos que, sob a direção automática da alma, imprimem às células a especialização que lhes é peculiar e presidem, assim, à atividade funcional dos vários órgãos que integram o corpo físico.
3. De que forma o perispírito do reencarnante se une ao gérmen que dará origem ao corpo físico?
O perispírito une-se molécula a molécula à matéria do gérmen, que encerra uma energia potencial que se transforma em energia atual para o curso da existência do ser. 
4. Qual é a sede da memória espiritual?
A sede da memória é o perispírito, que armazena, registra e conserva todas as percepções, todas as volições e ideias da alma. 
5. Onde podemos localizar a etiologia das moléstias que afligem o corpo físico?
Segundo André Luiz, a etiologia das moléstias guarda no corpo espiritual as suas causas profundas. O remorso provoca distonias diversas em nossas forças recônditas e desarticula as sinergias do corpo espiritual, criando predisposições mórbidas para essa ou aquela enfermidade.

Bibliografia:
Obras Póstumas, de Allan Kardec, item 12, p. 45.
A Evolução Anímica, de Gabriel Delanne, pp. 39, 55, 56, 81, 225 e 226.
Evolução em Dois Mundos, de André Luiz, pp. 26, 28, 213 e 214.

Nota:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:



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