O porquê da
vida
Léon Denis
1ª Parte
Damos início hoje ao estudo do clássico O porquê da vida, de Léon Denis, com
base na 14ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira. O estudo ora
iniciado será aqui apresentado em 13 partes.
Nossa expectativa é que este estudo sirva para o leitor
como uma forma de iniciação ao estudo dos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto abaixo.
Questões preliminares
A. Por que, segundo Denis, importa-nos saber o que somos,
de onde viemos, para onde vamos?
B. Que fator tem levado muitas pessoas ao materialismo?
C. Que prejuízos decorrem da negação da vida futura?
Texto para
leitura
1. Existe alguém que, nas horas de recolhimento, já deixou
de interrogar a Natureza e o seu próprio coração, pedindo-lhes o segredo das
coisas, o porquê da vida, a razão de ser do Universo? (P. 15)
2. A dificuldade de resolver tais questões, a incoerência
das teorias que tentam explicá-las, as deploráveis consequências que decorrem
da maior parte dos sistemas conhecidos, têm fatigado e levado o espírito humano
à indiferença e ao ceticismo. (P. 15)
3. O homem tem, no entanto, necessidade de saber, precisa
do esclarecimento, da esperança que consola, da certeza que o guia e sustém.
Jamais a necessidade da luz fez sentir-se de um modo mais imperioso, porque uma
transformação imensa se opera no seio das sociedades humanas e os povos aspiram
cada vez mais à liberdade e desejam dirigir-se por si próprios. (P. 16)
4. Essa liberdade, porém, para ser fecunda e oferecer às
obras humanas uma base segura e duradoura, é preciso que seja aureolada pela
luz, pela sabedoria, pela verdade. (P. 17)
5. Importa-nos saber antes de tudo o que somos, de onde
viemos, para onde vamos, e quais são os nossos destinos. As ideias que fazemos
do Universo e suas leis, e do papel que cada um deve exercer sobre este vasto
teatro, tudo isso é de uma importância capital, pois é de conformidade com elas
que dirigimos nossos atos. (P. 17)
6. Conforme o ideal, assim é o homem. Para os povos, da
mesma forma que para os indivíduos, a concepção do mundo e da vida é que
determina os deveres, mostra o caminho a seguir, indica as resoluções a adotar.
(PP. 17 e 18)
7. O homem ignorante dos seus destinos é semelhante ao
viajante que percorre maquinalmente sua rota, sem conhecer o ponto de partida
nem o ponto de chegada, e sem saber qual o motivo da sua viagem, do que
resulta, sem dúvida, o estar sempre disposto a parar diante do menor obstáculo
e a perder o tempo sem cuidar do alvo que deve atingir. (P. 18)
8. O vácuo e a obscuridade das doutrinas religiosas e os
abusos que elas engendraram lançam muitos espíritos no materialismo, os quais
ficam dispostos a crer que tudo acaba com a morte e que o destino do homem é
desaparecer no vácuo. (P. 18)
9. Com a perspectiva do nada, quanto mais praticar a
abnegação e a justiça, tanto mais a vida do homem será fértil em amargores e
decepções. O egoísmo seria então a suprema sabedoria e a existência perderia
toda a dignidade e grandeza. (P. 19)
10. A negação da vida futura suprime também toda sanção
moral. Desse modo, todo ato bom ou mau, criminoso ou sublime, termina com os
mesmos resultados. Não existe compensação para a existência miserável, a dor, a
opressão, nem há consolação para as provas ou esperança para os aflitos. (P.
19)
11. Se tudo acaba com a morte, o indivíduo não tem nenhum
motivo para constranger-se, para comprimir seus instintos e seus gostos. O bem
e o mal, o justo e o injusto se confundem igualmente, se esvaem no nada, e o
suicídio será sempre um meio de escapar aos rigores das leis humanas. (P. 20)
12. Não há efeito sem causa; o nada não pode produzir coisa
alguma. Eis aí axiomas, isto é, verdades incontestáveis. Ora, como se verifica
em cada um de nós a existência de forças, de potências que não podem ser
consideradas como materiais, há necessidade, para explicar sua causa, de
remontar a outra origem além da matéria, a esse princípio que designamos por
alma ou Espírito. (PP. 20 e 21)
13. Sem o amor do bem, o sentimento da justiça e do
progresso, não existe grandeza para a Humanidade. E esses princípios, que se
encontram em graus diversos no ignorante e no homem de gênio, não podem
proceder da matéria, que é desprovida de tais atributos. (P. 21)
Respostas às
questões preliminares
A. Por que,
segundo Denis, importa-nos saber o que somos, de onde viemos, para onde vamos?
A razão disso é muito simples. As ideias que fazemos do
Universo e suas leis, e do papel que cada um deve exercer sobre este vasto
teatro, têm uma importância capital porque é de conformidade com elas que
dirigimos nossos atos. Conforme o ideal, assim é o homem. Para os povos, da
mesma forma que para os indivíduos, a concepção do mundo e da vida é que
determina os deveres, mostra o caminho a seguir, indica as resoluções a adotar.
(O porquê da vida, pp. 17 e 18.)
B. Que fator
tem levado muitas pessoas ao materialismo?
O vácuo e a obscuridade das doutrinas religiosas, bem como
os abusos que elas engendraram, é isso que tem levado muitos ao materialismo,
com o que tais indivíduos ficam dispostos a crer que tudo acaba com a morte e
que o destino do homem é desaparecer no vácuo. (Obra citada, pág. 18.)
C. Que
prejuízos decorrem da negação da vida futura?
A negação da vida futura suprime toda sanção moral. Em face
dela, todo ato bom ou mau, criminoso ou sublime, termina com os mesmos
resultados. Não existe compensação para a existência miserável, a dor, a
opressão, nem há consolação para as provas, ou esperança para os aflitos. Se
tudo acaba com a morte, o indivíduo não tem nenhum motivo para constranger-se,
para comprimir seus instintos e seus gostos. O bem e o mal, o justo e o injusto
se confundem igualmente, se esvaem no nada, e o suicídio será sempre um meio de
escapar aos rigores das leis humanas. (Obra citada, pp. 19 e 20.)
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