sexta-feira, 28 de junho de 2019




O porquê da vida

Léon Denis

1ª Parte

Damos início hoje ao estudo do clássico O porquê da vida, de Léon Denis, com base na 14ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira. O estudo ora iniciado será aqui apresentado em 13 partes.
Nossa expectativa é que este estudo sirva para o leitor como uma forma de iniciação ao estudo dos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

Questões preliminares

A. Por que, segundo Denis, importa-nos saber o que somos, de onde viemos, para onde vamos?
B. Que fator tem levado muitas pessoas ao materialismo?
C. Que prejuízos decorrem da negação da vida futura?

Texto para leitura

1. Existe alguém que, nas horas de recolhimento, já deixou de interrogar a Natureza e o seu próprio coração, pedindo-lhes o segredo das coisas, o porquê da vida, a razão de ser do Universo? (P. 15)
2. A dificuldade de resolver tais questões, a incoerência das teorias que tentam explicá-las, as deploráveis consequências que decorrem da maior parte dos sistemas conhecidos, têm fatigado e levado o espírito humano à indiferença e ao ceticismo. (P. 15)
3. O homem tem, no entanto, necessidade de saber, precisa do esclarecimento, da esperança que consola, da certeza que o guia e sustém. Jamais a necessidade da luz fez sentir-se de um modo mais imperioso, porque uma transformação imensa se opera no seio das sociedades humanas e os povos aspiram cada vez mais à liberdade e desejam dirigir-se por si próprios. (P. 16)
4. Essa liberdade, porém, para ser fecunda e oferecer às obras humanas uma base segura e duradoura, é preciso que seja aureolada pela luz, pela sabedoria, pela verdade. (P. 17)
5. Importa-nos saber antes de tudo o que somos, de onde viemos, para onde vamos, e quais são os nossos destinos. As ideias que fazemos do Universo e suas leis, e do papel que cada um deve exercer sobre este vasto teatro, tudo isso é de uma importância capital, pois é de conformidade com elas que dirigimos nossos atos. (P. 17)
6. Conforme o ideal, assim é o homem. Para os povos, da mesma forma que para os indivíduos, a concepção do mundo e da vida é que determina os deveres, mostra o caminho a seguir, indica as resoluções a adotar. (PP. 17 e 18)
7. O homem ignorante dos seus destinos é semelhante ao viajante que percorre maquinalmente sua rota, sem conhecer o ponto de partida nem o ponto de chegada, e sem saber qual o motivo da sua viagem, do que resulta, sem dúvida, o estar sempre disposto a parar diante do menor obstáculo e a perder o tempo sem cuidar do alvo que deve atingir. (P. 18)
8. O vácuo e a obscuridade das doutrinas religiosas e os abusos que elas engendraram lançam muitos espíritos no materialismo, os quais ficam dispostos a crer que tudo acaba com a morte e que o destino do homem é desaparecer no vácuo. (P. 18)
9. Com a perspectiva do nada, quanto mais praticar a abnegação e a justiça, tanto mais a vida do homem será fértil em amargores e decepções. O egoísmo seria então a suprema sabedoria e a existência perderia toda a dignidade e grandeza. (P. 19)
10. A negação da vida futura suprime também toda sanção moral. Desse modo, todo ato bom ou mau, criminoso ou sublime, termina com os mesmos resultados. Não existe compensação para a existência miserável, a dor, a opressão, nem há consolação para as provas ou esperança para os aflitos. (P. 19)
11. Se tudo acaba com a morte, o indivíduo não tem nenhum motivo para constranger-se, para comprimir seus instintos e seus gostos. O bem e o mal, o justo e o injusto se confundem igualmente, se esvaem no nada, e o suicídio será sempre um meio de escapar aos rigores das leis humanas. (P. 20)
12. Não há efeito sem causa; o nada não pode produzir coisa alguma. Eis aí axiomas, isto é, verdades incontestáveis. Ora, como se verifica em cada um de nós a existência de forças, de potências que não podem ser consideradas como materiais, há necessidade, para explicar sua causa, de remontar a outra origem além da matéria, a esse princípio que designamos por alma ou Espírito. (PP. 20 e 21)
13. Sem o amor do bem, o sentimento da justiça e do progresso, não existe grandeza para a Humanidade. E esses princípios, que se encontram em graus diversos no ignorante e no homem de gênio, não podem proceder da matéria, que é desprovida de tais atributos. (P. 21)

Respostas às questões preliminares

A. Por que, segundo Denis, importa-nos saber o que somos, de onde viemos, para onde vamos?
A razão disso é muito simples. As ideias que fazemos do Universo e suas leis, e do papel que cada um deve exercer sobre este vasto teatro, têm uma importância capital porque é de conformidade com elas que dirigimos nossos atos. Conforme o ideal, assim é o homem. Para os povos, da mesma forma que para os indivíduos, a concepção do mundo e da vida é que determina os deveres, mostra o caminho a seguir, indica as resoluções a adotar. (O porquê da vida, pp. 17 e 18.)
B. Que fator tem levado muitas pessoas ao materialismo?
O vácuo e a obscuridade das doutrinas religiosas, bem como os abusos que elas engendraram, é isso que tem levado muitos ao materialismo, com o que tais indivíduos ficam dispostos a crer que tudo acaba com a morte e que o destino do homem é desaparecer no vácuo. (Obra citada, pág. 18.)
C. Que prejuízos decorrem da negação da vida futura?
A negação da vida futura suprime toda sanção moral. Em face dela, todo ato bom ou mau, criminoso ou sublime, termina com os mesmos resultados. Não existe compensação para a existência miserável, a dor, a opressão, nem há consolação para as provas, ou esperança para os aflitos. Se tudo acaba com a morte, o indivíduo não tem nenhum motivo para constranger-se, para comprimir seus instintos e seus gostos. O bem e o mal, o justo e o injusto se confundem igualmente, se esvaem no nada, e o suicídio será sempre um meio de escapar aos rigores das leis humanas. (Obra citada, pp. 19 e 20.)





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