O Tesouro dos
Espíritas
Miguel Vives y Vives
Parte 15
Damos sequência ao estudo do clássico O Tesouro dos Espíritas, de Miguel Vives y Vives, que está sendo
aqui estudado em 16 partes, com base na tradução de J. Herculano Pires,
conforme a 6ª edição publicada pela Edicel.
Nosso objetivo é que este estudo possa servir para o leitor
como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto abaixo.
Questões preliminares
A. Que cuidados deve a Casa Espírita tomar com relação ao
envolvimento político?
B. Como encarar a participação do espírita na política?
C. Como os espíritas devem tratar a questão sexual?
Texto para
leitura
175. Os espíritas devem ter o maior cuidado em evitar as
infiltrações políticas nas sociedades espíritas, particularmente nos Centros
Espíritas, que devem ser casas de oração e de paz, de amor e fraternidade. Os
Centros que se deixam levar pela política estão preferindo César a Deus,
desvirtuando as suas funções, desviando-se dos caminhos árduos do espírito e
mergulhando no caminho largo e fácil das comodidades materiais. (P. 193)
176. Nem por isso, entretanto, o espírita deve abster-se
dos seus deveres políticos. Pelo contrário, esses deveres devem ser cumpridos
escrupulosamente. (P. 195)
177. O primeiro dever do espírita é servir. E para servir
ele não precisa de cargos em partidos políticos ou na administração pública.
Jesus não precisou da política romana ou da judaica para cumprir a mais bela e
mais eficaz de todas as missões políticas já realizadas no mundo. Kardec não
precisou da política francesa, para implantar na França e no mundo a política
de amor do Espiritismo. (P. 196)
178. Em resumo: O espírita, desde que aceitou o
Espiritismo, alistou-se na política do amor universal, mas seu único partido é
o do Reino de Deus e sua plataforma política é o Sermão da Montanha. Caso seja
levado a cargos públicos, não deve jamais esquecer sua qualidade de espírita e
tudo fazer para que a luz que nele há não sejam trevas. Amor e caridade devem
constituir suas armas políticas, mesmo que isso lhe custe a oposição dos
próprios companheiros. (P. 198)
179. Os homens fizeram do sexo um motivo de escândalo, mas
o espírita não pode encarar a questão sexual como assunto proibido. O sexo é a
própria dialética da Criação e existe em todos os Reinos da Natureza. (P. 199)
180. O Cristianismo condenou o sexo e fez dele a fonte de
toda a perdição. Mas o Espiritismo reconsidera a questão, colocando-se num
meio-termo entre os exageros pagãos e cristãos. O sexo é um grande campo de
experiências para o Espírito em evolução e é através dele que a lei da
reencarnação se processa na vida terrena. Como, pois, considerá-lo impuro e
repelente? (P. 200)
181. A educação sexual deve ser encarada seriamente nos
meios espíritas e não pode ser deixada à margem da pedagogia espírita. No
âmbito da família, a atitude mais acertada é a de não se responder com mentiras
doiradas às indagações das crianças sobre questões sexuais. Mas não se deve
também responder de maneira crua. A regra mais certa é a resposta verdadeira,
de maneira indireta. Por exemplo: se a criança perguntar: “Como a gente
nasce?”, deve-se responder: “Da mesma maneira que os gatinhos”. Começando
assim, os próprios pais vão descobrindo a técnica de vencer as dificuldades,
sem embair os filhos com lendas e mentiras que criariam um ambiente de
excitação perigosa. (PP. 202 e 203)
182. Na escola espírita, o problema deve ser colocado com o
mesmo cuidado, pois a situação é ainda mais melindrosa, visto que as crianças
pertencem a famílias diferentes. É perigosa a chamada “atitude científica”,
geralmente seguida nos ginásios pelos professores de ciências. A frieza
científica não leva em consideração as sutilezas psicológicas e, em verdade, a
questão é mais de pedagogia do que de ciências. (P. 203)
183. O jovem espírita, embora esclarecido pela doutrina,
não está menos sujeito a desequilíbrios sexuais, que podem ter duas fontes
principais: os abusos e vícios do passado, cometidos em encarnações
desregradas, e as influências de entidades perigosas, muitas vezes ligadas aos
jovens pelo passado delituoso. É por isso que o problema só pode ser tratado de
maneira elevada, com grande senso de responsabilidade, no que os médicos
espíritas podem ajudar muito as Mocidades Espíritas. (P. 204)
184. Encarando o sexo sem malícia, como uma função natural
e uma necessidade vital, o espírita ao mesmo tempo se corrige e modifica o
ambiente em que vive, afastando daí os Espíritos viciosos e maliciosos, que não
mais encontram pasto para os seus abusos. (P. 205)
185. Nos casos dolorosos de inversão sexual, o espírita
vê-se geralmente em dificuldade. O mais certo é apelar para os conhecimentos
doutrinários e para o poder da prece, ajudando o irmão em desajuste a lutar
corajosamente para a sua própria recuperação. Trabalhos mediúnicos bem
orientados, preces, leituras e estudos, conversações instrutivas e passes
espirituais, aplicados de maneira metódica, poderão ajudar muito o irmão que
queira realmente reequilibrar-se. (P. 207)
186. Ninguém está condenado ao vício e ao desequilíbrio, a
não ser pela sua própria vontade ou falta de vontade para reagir. Encaremos o
sexo como uma manifestação do poder criador, tratando-o com o devido respeito,
e mudaremos a nós mesmos, aos outros e à sociedade em que vivemos. (P. 208)
Nota: O texto para leitura, extraído da segunda parte do
livro em estudo, é de autoria do tradutor da obra, José Herculano Pires.
Respostas às
questões preliminares
A. Que cuidados
deve a Casa Espírita tomar com relação ao envolvimento político?
Os espíritas devem ter o maior cuidado em evitar as
infiltrações políticas nas sociedades espíritas, particularmente nos Centros
Espíritas, que devem ser casas de oração e de paz, de amor e fraternidade. Os
Centros que se deixam levar pela política estão preferindo César a Deus,
desvirtuando as suas funções, desviando-se dos caminhos árduos do espírito e
mergulhando no caminho largo e fácil das comodidades materiais. (O Tesouro dos Espíritas, 2ª Parte,
Marcha para o Futuro, p. 193.)
B. Como encarar
a participação do espírita na política?
O primeiro dever do espírita é servir. E para servir ele
não precisa de cargos em partidos políticos ou na administração pública. Jesus
não precisou da política romana ou da judaica para cumprir a mais bela e mais
eficaz de todas as missões políticas já realizadas no mundo. Kardec não
precisou da política francesa, para implantar na França e no mundo a política
de amor do Espiritismo. O espírita, desde que aceitou o Espiritismo, alistou-se
na política do amor universal, mas seu único partido é o do Reino de Deus e sua
plataforma política é o Sermão da Montanha. Caso seja levado a cargos públicos,
não deve jamais esquecer a sua qualidade de espírita e tudo fazer para que a
luz que nele há não sejam trevas. Amor e caridade devem constituir suas armas
políticas, mesmo que isso lhe custe a oposição dos próprios companheiros. (Obra
citada, pp. 196 a 198.)
C. Como os
espíritas devem tratar a questão sexual?
Os homens fizeram do sexo um motivo de escândalo, mas o
espírita não pode encarar a questão sexual como assunto proibido. O sexo é a
própria dialética da Criação e existe em todos os Reinos da Natureza. O
Cristianismo condenou o sexo e fez dele a fonte de toda a perdição. Mas o
Espiritismo reconsidera a questão, colocando-se num meio-termo entre os
exageros pagãos e cristãos. O sexo é um grande campo de experiências para o
Espírito em evolução e é através dele que a lei da reencarnação se processa na
vida terrena. Como pois considerá-lo impuro e repelente? A educação sexual deve
ser encarada seriamente nos meios espíritas e não pode ser deixada à margem da
pedagogia espírita. No âmbito da família, a atitude mais acertada é a de não se
responder com mentiras doiradas às indagações das crianças sobre questões
sexuais. Mas não se deve também responder de maneira crua. A regra mais certa é
a resposta verdadeira, de maneira indireta. Por exemplo: se a criança
perguntar: “Como a gente nasce?”, deve-se responder: “Da mesma maneira que os
gatinhos”. Começando assim, os próprios pais vão descobrindo a técnica de
vencer as dificuldades, sem embair os filhos com lendas e mentiras que criariam
um ambiente de excitação perigosa. (Obra citada, pp. 199 a 203.)
Observação:
Eis os links que remetem aos
textos anteriores:
Parte 12 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/05/o-tesouro-dosespiritas-miguel-vives-y_24.html
Parte 13 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/05/o-tesouro-dosespiritas-miguel-vives-y_31.html
Parte 14 – https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/06/o-tesouro-dosespiritas-miguel-vives-y.html
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