O Tesouro dos
Espíritas
Miguel Vives y Vives
Parte 14
Damos sequência ao estudo do clássico O Tesouro dos Espíritas, de Miguel Vives y Vives, que está sendo
aqui estudado em 16 partes, com base na tradução de J. Herculano Pires,
conforme a 6ª edição publicada pela Edicel.
Nosso objetivo é que este estudo possa servir para o leitor
como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto abaixo.
Questões preliminares
A. Como devemos tratar as demais religiões?
B. As instituições espíritas devem funcionar como casas de
instrução?
C. Por que a instrução é importante para o espírita?
Texto para
leitura
163. As religiões são escolas em que os Espíritos aprendem
a verdade espiritual. “Quem já passou pela escola primária e está na secundária
pode frequentar ao mesmo tempo as duas?” Se o Espiritismo nos ensina que o que
vale é a intenção, como havemos de continuar na prática dos ritos? Se já
aprendemos que Deus está no coração de cada um, como continuarmos a incensá-Lo
no altar? Se sabemos que os sacramentos são fórmulas exteriores, simples
símbolos destinados a ensinar verdades mais profundas, havemos de regredir à
prática das fórmulas? (P. 178)
164. O espírita não tem apenas liberdade, mas também
responsabilidade. Ele está em condições de participar dos ídolos, isto é, dos
sacramentos e rituais das igrejas, sem se afetar pessoalmente. Mas não pode
esquecer que, agindo assim, afetará os outros. “Se, pelo seu exemplo, abrir as
portas do movimento espírita à infiltração de elementos formalistas, será
responsável pela deformação da prática doutrinária.” (P. 180)
165. Em conclusão: O espírita deve respeitar todas as
crenças sinceras, todas as religiões que levam a criatura ao Criador, não
atacando nenhuma nem zombando de suas práticas; mas não tem o direito de, em
nome da tolerância, tornar-se cúmplice de práticas religiosas ou de ensinos
teológicos que podem levar seus irmãos de volta ao passado. (P. 181)
166. O espírita tem o dever de instruir-se, de integrar-se
na cultura do seu tempo. O Espírito da Verdade trouxe-nos um mandamento novo,
ao declarar: Espíritas, amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis
o segundo. (P. 182)
167. A antiga lei, a do Velho Testamento, era a lei da
justiça, dura e fria, como a espada. É por isso que a Bíblia está cheia de
matanças ordenadas até pelos profetas. A lei renovadora do Cristo, que
modificou e continua a modificar o mundo, era a lei do amor. Com a Nova
Revelação, com o Espiritismo, nos veio a lei da instrução. (PP. 182 e 183)
168. A fé, como sabemos, é uma necessidade. Um homem sem fé
é uma criatura inútil. Mas a fé espírita, como a definiu Kardec, é a fé
raciocinada, ou seja, a fé iluminada pela razão. Ora, de que luzes disporá a
razão para com elas iluminar a fé, se não tivermos instrução? (P. 184)
169. Estamos na idade da razão, na fase racional da
evolução humana. Temos de alicerçar a nossa fé no conhecimento, se quisermos
que ela seja uma luz para todos e não apenas uma lamparina de uso particular.
(P. 185)
170. Não há lugar para beatos no Espiritismo. Os que nele
quiserem permanecer deverão instruir-se, libertando-se de suas falsas ideias,
de seus conceitos antiquados, de seus erros. (P. 186)
171. As instituições espíritas, por sua vez, devem
tornar-se verdadeiras casas de instrução, não apenas evangélica e doutrinária,
mas de cultura geral. Os Centros podem manter escolas superiores e fundar
Universidades, porque a Universidade Espírita é a nova luz que deve raiar no
mundo da cultura. (P. 187)
172. Mas a escola espírita não será nem poderá ser
sectária. Será a escola de todos, oferecendo a todos a nova cultura que o
Espiritismo vem implantar na Terra. As escolas do mundo, sabe-se, ensinam o materialismo,
ao lado do dogmatismo religioso. Difundem conhecimentos e superstições em
mistura, semeando o ateísmo. É dever dos espíritas, como foi dever dos judeus
no seu tempo e dever dos cristãos de seu tempo, criar uma nova modalidade de
instrução e preparar o mundo para uma nova cultura. (P. 188)
173. Em conclusão: O dever do espírita é estudar e
esclarecer-se quanto aos princípios de sua própria doutrina. A fé raciocinada
exige o desenvolvimento das potencialidades da razão, o que só pode ser feito por
meio da instrução. Para amar e auxiliar o próximo, o espírita não pode
estacionar na ignorância: precisa aprender, adquirir conhecimentos,
instruir-se. (P. 189)
174. O Espiritismo é a política do amor, mas os espíritas
são, geralmente, estranhos à política do mundo. Detestam o ambiente de
mesquinhez interesseira em que se processam as manobras políticas. E não
admitem que o Espiritismo seja envolvido na política, no que procedem muito
bem. (PP. 190 e 191)
Nota: Irmão Saulo é o pseudônimo usado nesta obra pelo
conhecido escritor José Herculano Pires, tradutor do texto de Miguel Vives y
Vives e autor da Parte segunda da obra em estudo. As partes 13 e seguintes
deste estudo são de sua autoria.
Respostas às
questões preliminares
A. Como devemos
tratar as demais religiões?
Devemos respeitar todas as crenças sinceras, todas as
religiões que levam a criatura ao Criador, não atacando nenhuma nem zombando de
suas práticas; mas não temos o direito de, em nome da tolerância, tornar-nos
cúmplices de práticas religiosas ou de ensinos teológicos que podem levar
nossos irmãos de volta ao passado. (O
Tesouro dos Espíritas, 2ª Parte, Marcha para o Futuro, pp. 180 e 181.)
B. As
instituições espíritas devem funcionar como casas de instrução?
Sim. Devem tornar-se verdadeiras casas de instrução, não
apenas evangélica e doutrinária, mas de cultura geral. (Obra citada, p. 187.)
C. Por que a
instrução é importante para o espírita?
A fé raciocinada exige o desenvolvimento das
potencialidades da razão, o que só pode ser feito por meio da instrução. Para
amar e auxiliar o próximo, o espírita não pode estacionar na ignorância:
precisa aprender, adquirir conhecimentos, instruir-se. (Obra citada, p. 189.)
Observação:
Eis os links que remetem aos
textos anteriores:
Parte 11 – https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/05/o-tesouro-dosespiritas-miguel-vives-y_17.html
Parte 12 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/05/o-tesouro-dosespiritas-miguel-vives-y_24.html
Parte 13 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/05/o-tesouro-dosespiritas-miguel-vives-y_31.html
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