A caridade
Este é o módulo 137 de uma série que
esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita.
Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para
leitura.
As respostas correspondentes às
questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para
leitura.
Questões para debate
1. Que máxima de Allan Kardec constitui um dos lemas do Espiritismo?
2. Reportando-se a essa máxima, Paulo de Tarso (Espírito) disse que nela
estão encerrados os destinos dos homens na Terra e no céu. Que é que Paulo quis
dizer?
3. Qual o sentido da palavra caridade conforme os ensinamentos
espíritas?
4. Confundida vulgarmente com a caridade, a esmola é condenável?
5. Em que a filantropia se distingue da verdadeira caridade?
Texto para leitura
Kardec cunhou a
máxima “Fora da caridade não há salvação”
1. Em todos os tempos houve criaturas que ensinaram a caridade, mas
poucos a praticaram verdadeiramente, a exemplo de Jesus, que não apenas a
exemplificou como expressamente a indicou como o caminho que pode levar a
criatura humana ao reino dos céus.
2. Allan Kardec entendeu claramente o ensino do Cristo e por isso
estabeleceu como lema do Espiritismo a conhecida frase “Fora da caridade não há
salvação”, utilizada pela primeira vez pelo Codificador no livro “O que é o
Espiritismo”, lançado em 1859.
3. Comentando referida máxima, escreveu Paulo de Tarso (Espírito): “Meus
filhos, na máxima: Fora da caridade não há salvação estão encerrados os
destinos dos homens, na Terra e no céu; na Terra, porque à sombra desse
estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a houverem praticado
acharão graças diante do Senhor. Essa divisa é o facho celeste, a luminosa
coluna que guia o homem no deserto da vida, encaminhando-o para a Terra da
Promissão. Ela brilha no céu, como auréola santa na fronte dos eleitos, e, na
Terra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: Passai à direita,
benditos de meu Pai. Reconhecê-los-ei pelo perfume de caridade que espalham em
torno de si. Nada exprime com mais exatidão o pensamento de Jesus, nada resume
tão bem os deveres do homem, como essa máxima de ordem divina. Não poderia o
Espiritismo provar melhor a sua origem, do que apresentando-a como regra, por
isso que é um reflexo do mais puro Cristianismo. Levando-a por guia, nunca o
homem se transviará”. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap.
XV, item 10.)
4. Para fins de estudo é preciso se estabeleça a diferença entre
caridade, esmola e filantropia. Com relação à caridade, a questão 886 de “O
Livro dos Espíritos” esclarece que o verdadeiro sentido dessa palavra, tal como
a entendia Jesus, abarca três virtudes: benevolência para com todos,
indulgência para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas.
A caridade não se
restringe às oferendas transitórias
5. A caridade, segundo esse entendimento, não se limita, pois, à esmola
mas abrange todas as relações em que nos encontramos com nossos semelhantes,
estejam eles em posição de inferioridade, igualdade ou superioridade em relação
a nós. A caridade nos prescreve a indulgência, porque de indulgência também
precisamos, e proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se
costuma fazer no mundo em que vivemos.
6. O homem verdadeiramente caridoso procura elevar e não rebaixar, aos
seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os
separa. Sendo a virtude por excelência, a caridade constitui a mais alta
expressão do sentimento humano, sobre cuja base as construções elevadas do
Espírito encontram firmeza para desdobrarem atividades enobrecidas em prol de
todas as pessoas.
7. Confundida vulgarmente com esmola, a caridade excede, sob qualquer
aspecto considerado, as doações externas com que o homem supõe em tal atividade
encerrá-la. A esmola, evidentemente, não merece reprovação, mas sim a maneira
pela qual habitualmente é dada. O homem de bem, que compreende a caridade
segundo o pensamento do Cristo, vai ao encontro do desgraçado, sem esperar que
este lhe estenda a mão, pois sabe que o homem condenado a pedir esmola se
degrada física e moralmente e se embrutece.
8. Sem dúvida, é valioso todo gesto de generosidade, quando
consubstanciado em dádiva oportuna àquele que padece essa ou aquela privação.
No entanto, a caridade que se restringe às oferendas transitórias nada mais é
que filantropia, esse ato de amor fraterno e humano que distingue as pessoas
que destinam altas somas à edificação de obras de incontestável valor,
financiando múltiplos setores da ciência, da arte e da cultura.
Para a legítima
caridade é imprescindível a fé
9. Henry Ford, John Rockefeller, Ted Turner, Bill Gates foram ou são
filantropos eméritos, a cuja contribuição a Humanidade deve serviços de
inapreciável qualidade. Vicente de Paulo, Damien de Veuster, João Bosco, Madre
Teresa de Calcutá e tantos outros de idêntica estatura transformaram-se em
apóstolos da caridade, pois que, nada possuindo em termos de valores
transitórios, ofertaram tesouros de amor e fecundaram em milhões de vidas o
pólen da esperança, da saúde, da alegria de viver.
10. Assevera Joanna de Ângelis que a caridade legítima requer como
requisito imprescindível a fé. A caridade – diz Joanna – é, sobretudo, cristã.
A filantropia, apesar da valiosa ajuda que realiza, independe da fé e não se
caracteriza pelo sentimento cristão. Irreligiosa, pode brotar em qualquer
indivíduo.
11. A caridade bem sentida e vivida estabelece verdadeira fraternidade
entre os homens, visto que todos somos filhos de um mesmo Pai e, do mesmo modo
que os Espíritos superiores nos amparam e sustentam nas lutas humanas, devemos
igualmente amparar nossos irmãos em humanidade, inclusive aqueles que a
sociedade considera criminosos.
12. Evitemos julgar as ações cometidas por esses companheiros,
auxiliando-os naquilo que nos for possível, porque a caridade, como já vimos,
implica a necessidade de indulgência e de benevolência para com todos, sem
qualquer exceção.
Respostas às questões
propostas
1. Que máxima de
Allan Kardec constitui um dos lemas do Espiritismo?
A máxima é “Fora da caridade não há salvação”, que foi utilizada pela
primeira vez pelo Codificador no livro “O que é o Espiritismo”, lançado em
1859.
2. Reportando-se a
essa máxima, Paulo de Tarso (Espírito) disse que nela estão encerrados os
destinos dos homens na Terra e no céu. Que é que Paulo quis dizer?
Ele mesmo explicou suas palavras afirmando que, na Terra, à sombra desse
estandarte os homens viverão em paz, e no céu, isto é, no mundo espiritual, os
que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor.
3. Qual o sentido da
palavra caridade conforme os ensinamentos espíritas?
Conforme lemos na questão 886 de “O Livro dos Espíritos”, a caridade,
tal como a entendia Jesus, compreende benevolência para com todos, indulgência
para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas.
4. Confundida
vulgarmente com a caridade, a esmola é condenável?
Não. A esmola não merece reprovação, mas sim a maneira pela qual
habitualmente ela é dada.
5. Em que a
filantropia se distingue da verdadeira caridade?
A filantropia, apesar da valiosa ajuda que realiza, independe da fé e
não se caracteriza pelo sentimento cristão. Irreligiosa, pode brotar em
qualquer indivíduo. A caridade bem sentida e vivida estabelece verdadeira
fraternidade entre os homens, visto que todos somos filhos de um mesmo Pai e,
do mesmo modo que os Espíritos superiores nos amparam e sustentam nas lutas
humanas, devemos igualmente amparar nossos irmãos em humanidade, inclusive
aqueles que a sociedade considera criminosos.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, questões 886 e 888.
O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cap. XI, item 14, e
cap. XV, item 10.
Vinha de Luz, de Emmanuel, psicografado por
Francisco Cândido Xavier, p. 234.
Pérolas do Além, de Francisco Cândido Xavier, pp. 40 e
41.
Dimensões da Verdade, de Joanna de Ângelis, psicografado
por Divaldo P. Franco, p. 122.
Estudos Espíritas, de Joanna de Ângelis, psicografado
por Divaldo P. Franco, pp. 121 e 122.
Observação:
Eis os links que
remetem aos 3 últimos textos:
Módulo 134 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/05/a-fe-suas-acepcoes-eimportancia-este-e.html
Módulo 135 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/06/a-prece-e-sua-eficacia-este-e-o-modulo.html
Módulo 136 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/06/sacrificios-religiosos-e-penitencia.html
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