segunda-feira, 6 de janeiro de 2020




Estória ou história?
Qual palavra deveremos utilizar quando nos referirmos a uma narrativa ficcional?
Primeiramente, apesar das ressalvas feitas por gramáticos respeitados ao uso da palavra estória, é bom ter em conta que ela se encontra registrada no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa e nos mais importantes léxicos de Brasil e Portugal, como o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, que nos fornece, a respeito do vocábulo, as informações seguintes:

estória
(inglês story, do latim historia, -ae, do grego historía, -as, exame, informação, pesquisa, estudo, ciência)
substantivo feminino
Narrativa de ficção, oral ou escrita. = CONTO, FÁBULA, HISTÓRIA, NOVELA

Segundo o Dicionário Houaiss, na etimologia dessa palavra, estória foi uma forma "adoptada pelo conde de Sabugosa com o sentido de narrativa de ficção, segundo informa J.A. Carvalho no seu livro Discurso & Narração, Vitória, 1995, p. 9-11".
Um dos críticos com relação ao emprego de estória foi Napoleão Mendes de Almeida, que escreveu, em seu Dicionário de Questões Vernáculas, p. 139: “Mais do que extravagância, existe incompreensão nos que escrevem estória, incompreensão que há já vários anos apontamos”.
Em face da polêmica, o Dicionário Aurélio, embora registre a palavra, pede-nos cautela e faz-nos mesmo uma recomendação objetiva: "Recomenda-se apenas a grafia história, tanto no sentido de ciência histórica, quanto no de narrativa de ficção, conto popular, e demais acepções”.
A proposta foi bem acolhida pela Direção de Redação de dois dos mais importantes jornais brasileiros, a Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo.
No seu “Novo Manual da Redação”, a Folha de S. Paulo recomenda, no verbete estória: “Use história em qualquer acepção”.
Idêntica recomendação lê-se no “Manual de Redação e Estilo” do jornal O Estado de S. Paulo: “Em qualquer sentido, use apenas história”.



  


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