O perdão faz bem à saúde
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De Londrina-PR
É
conhecida a advertência evangélica a respeito do perdão. Ensinou-nos Jesus que
constitui medida salutar a busca de nossos adversários e a reconciliação com
eles, antes de oferecermos a Deus nossas oferendas e preces.
A
doutrina ensinada pelos Espíritos superiores inclui o perdão das ofensas, a
indulgência para com as imperfeições alheias e a benevolência para com todos
entre as virtudes que formam o conceito de caridade tal como a entendia Jesus.
Como
a caridade é, conforme a Doutrina Espírita, o caminho único da salvação – pois
não existe outra maneira de se interpretar a máxima Fora da caridade não há salvação, adotada por Kardec –, o perdão
faz bem em qualquer circunstância, sobretudo aos que o concedem.
Os
espiritistas, todas as vezes que examinavam essa questão, jamais pensaram em
benefícios materiais. O bem resultante do perdão foi considerado sempre uma
recompensa para o Espírito eterno, ainda que não significasse vantagem alguma
em termos puramente materiais.
Usemos
um exemplo colhido à vida.
Uma
pessoa é espoliada por alguém, sofrendo por isso um enorme prejuízo. Ao perdoar
ao seu algoz, ela não obtém, com esse gesto, nenhuma compensação material ou
financeira, uma vez que seus benefícios serão tão somente de ordem espiritual.
Este
era o pensamento dominante quando se falava no valor do perdão, até que um fato
novo veio mostrar que o efeito de perdoar aos que nos prejudicam ou ofendem vai
além de uma simples satisfação interior que enobrece a alma capaz desse gesto.
A
novidade veio-nos de Michigan (Estados Unidos), onde pesquisadores do Hope College, situado na mencionada
cidade, garantem que perdoar as ofensas é uma forma de manter a saúde e pode
ser até mesmo crucial para a sobrevivência da espécie.
Comparando-se
os batimentos cardíacos, a taxa de suor e outras reações de pessoas expostas ao
sofrimento ou à raiva que conseguiram ou não perdoar, foi que os pesquisadores
americanos concluíram que perdoar faz bem ao corpo e não somente à alma, algo
que Jesus, com toda a certeza, sabia.
Fosse
de outro modo, o Mestre não teria insistido tanto no assunto, que houve por bem
incluir até mesmo no modelo de prece que passou à posteridade com o nome de
Oração Dominical.
É
fácil, pois, compreender esta singela lição que Joanna de Ângelis inseriu no
cap. 23 de seu livro Episódios Diários,
psicografado por Divaldo Franco:
“Só os homens de
pequeno porte moral se desforçam, tombando em fosso mais profundo do que aquele
em que se encontra o seu perseguidor.
Se desculpas o
acusador, és melhor do que ele.
Se perdoas ao inimigo,
te encontras em mais feliz situação do que a dele.
Se ajudas a quem te
fere, seja por qual motivo for, lograste ser um homem de bem, um verdadeiro
cristão.
Desforço, jamais!”
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