quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020


Missionários da Luz

André Luiz

Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série Nosso Lar. Serão ao todo 960 questões objetivas distribuídas em 120 partes, cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog sempre às quartas-feiras.
Damos prosseguimento hoje ao estudo do livro Missionários da Luz, obra psicografada pelo médium Chico Xavier.

Parte 8

57. Qual é, em geral, a causa dos abortos espontâneos?
O aborto raramente se verifica devido a causas ligadas à esfera de ação espiritual. Regra geral, origina-se do recuo inesperado dos pais diante das obrigações assumidas, ou dos excessos de leviandade e inconsciência criminosa de mães despreparadas para esse ministério divino. Se os pais terrestres, retrocedendo nas decisões espirituais, perseveram sistematicamente no erro, os Espíritos os deixam entregues à própria sorte. É por isso que existem muitos casais humanos sem filhos, visto que anularam as próprias faculdades geradoras. (Missionários da Luz, cap. 14, pp. 236 a 238.)
58. É verdade que nós, os encarnados, nos alimentamos de formas mentais?
Sim. Nós nos alimentamos diariamente de formas mentais, sem ser preciso, para isso, utilizar a boca física. Valemo-nos da capacidade de absorção do organismo perispirítico. No lar, na via pública, no trabalho, nas diversões, cada criatura recebe o alimento mental que lhe é trazido por aqueles com quem convive, temperado com o magnetismo pessoal de cada um. Dessa alimentação dependem, na maioria das vezes, sobretudo para quem ainda não tem o domínio das próprias emoções, os estados íntimos de felicidade ou desgosto, de prazer ou sofrimento. É comum o homem sentir a perturbação do fígado após um atrito verbal, ou o desequilíbrio momentâneo do coração ao receber uma notícia angustiosa. A explicação é simples: o homem recebe "certa quantidade de força mental" em seu campo de pensamento, como o fio recebe a "carga de eletricidade positiva". O ponto de recepção está efetivamente no cérebro, mas, se a pessoa não está identificada com a lei de domínio emotivo, ambientará a força perturbadora dentro de si mesma, na intimidade das células orgânicas, com grande prejuízo para as zonas vulneráveis. (Obra citada, cap. 14, pp. 239 a 241.)
59. Que acontece ao reencarnante durante a gestação?
Ele permanece ligado à mãe durante todo o processo. Fios tenuíssimos o prendem à organização fetal e não lhe é possível abandonar a companhia maternal. (Obra citada, cap. 14, pp. 242 a 249.)
60. Entidades desencarnadas de má índole podem influir sobre a gestante com o objetivo de interromper a gestação?
Sim. Foi isso que se deu no caso Volpíni, que já havia atingido o sétimo mês de gestação, mas corria risco de um aborto. Seria o terceiro provocado inconscientemente pela gestante, em virtude do excesso de leviandades e de irreflexão diante da vida. A infeliz deixou-se empolgar pela ideia de gozar a vida e juntou-se a entidades desencarnadas da pior espécie, as quais tudo fariam para interromper a gestação, porquanto um filho atrapalharia seus planos em relação à mulher. O aborto acabou ocorrendo. (Obra citada, cap. 15, pp. 250 a 259.)
61. Que diferença existe entre o trabalho de psicofonia e o de psicografia?
O trabalho de psicofonia é, mediunicamente falando, igual ao da psicografia, com a diferença de que na psicofonia é necessário proteger, com especial carinho, o centro da linguagem na zona motora, fazendo refletir o auxílio magnético sobre todos os músculos da fala, localizados ao longo da boca, da garganta, da laringe, do tórax e do abdômen. (Obra citada, cap. 16, pp. 260 a 262.)
62. Como se dá a fase de harmonização entre o comunicante e o médium?
Em resposta a esta questão, vejamos o caso da médium Otávia. Dionísio, o comunicante, foi conduzido à casa dela para a necessária harmonização. Como aquele era um dia consagrado ao serviço mediúnico, Otávia terminara mais cedo as tarefas domésticas, a fim de orar e preparar-se. Os mentores já lhe haviam trazido diversos recursos de assistência, inclusive a cooperação magnética de enfermeiros espirituais competentes, para levantar-lhe o padrão das energias necessárias. Euclides explicou a André que a harmonia não é realização que se improvise. Se os desencarnados devotados ao bem estão em luta frequente pela própria iluminação, os médiuns são criaturas humanas, suscetíveis às vicissitudes e aos desequilíbrios da esfera carnal. Dito isto, ele acomodou Dionísio ao lado da médium e, enquanto esta orava, ele lhe aplicava passes magnéticos, fortalecendo os nervos das vísceras e ministrando-lhe vigorosas cotas de força, não somente às fibras nervosas, mas também às células gliais. Aos poucos formou-se um laço fluídico que ligou Otávia a Dionísio. Euclides sugeriu a este que falasse à médium, com todas as suas energias mentais, organizando o ambiente favorável para o serviço da noite. A entidade falou-lhe, então, de suas necessidades espirituais, comentando a esperança de fazer-se sentir junto dos familiares e amigos do grupo espírita, e a médium lhe registrava a presença e a linguagem, em forma de figuração e lembrança, na esfera do pensamento. (Obra citada, cap. 16, pp. 262 a 270.)
63. Que cuidados foram dispensados pelos protetores à médium Otávia e como se processou a comunicação mediúnica?
O esforço foi grande para melhorar a posição receptiva de Otávia. Alguns cooperadores auxiliaram o funcionamento do sistema endocrínico e proporcionaram ao fígado melhores recursos para a imediata normalização de suas funções, estabelecendo-se determinado equilíbrio para o estômago e os intestinos. Examinando o fenômeno luminoso da epífise, André Luiz notou que o instrutor Alexandre, no atendimento à médium, se detinha mais cuidadosamente na tarefa de auxílio a todas as células do córtex cerebral, aos elementos do centro da linguagem e às peças e músculos do centro da fala. Finda a prece, Otávia foi afastada cuidadosamente do veículo físico, em sentido parcial, aproximando-se Dionísio, que também parcialmente começou a utilizar-se das possibilidades dela. A médium ficou a reduzida distância, mas com poderes para retomar o corpo a qualquer momento, num impulso próprio, guardando relativa consciência do que estava ocorrendo, enquanto Dionísio conseguia falar de si mesmo, mobilizando, no entanto, potências que lhe não pertenciam e que deveria usar com cuidado, sob o controle direto da proprietária legítima e com a vigilância afetuosa de amigos e benfeitores, que lhe fiscalizavam a expressão com o olhar, de modo a mantê-lo em boa posição de equilíbrio emotivo. O processo de incorporação comum era mais ou menos idêntico ao da enxertia da árvore frutífera: a planta estranha revela suas características e oferece seus frutos particulares, mas a árvore enxertada não perde sua personalidade. Ali também: Dionísio era um elemento que aderia às faculdades de Otávia, utilizando-as na produção de valores espirituais que lhe eram característicos, mas naturalmente subordinado à médium, sem cujo crescimento mental, fortaleza e receptividade não poderia ele revelar os caracteres de si mesmo, perante os assistentes. Por isso, não era possível isolar, por completo, a influenciação de Otávia, vigilante. (Obra citada, cap. 16, pp. 271 e 272.)
64. Por que a comunicação transmitida por Otávia não agradou ao grupo?
Dionísio falou por meio de Otávia sob forte emotividade e portou-se com dignidade, fazendo, porém, verdadeiros prodígios de disciplina interior, para calar certas situações familiares e conter as lágrimas. Sua mensagem durou quarenta minutos. Ele dera os possíveis elementos de identificação pessoal, falando à família e aos colegas de luta humana, mas a decepção entre os encarnados era geral. Somente sua esposa e três irmãos de ideal sentiram-lhe, efetivamente, a palavra viva e vibrante. Os próprios filhos e oitenta por cento dos assistentes estavam em dúvida, e seus comentários acerca disso eram os mais disparatados. Um deles, tocado de cientificismo, afirmou, solene, que o comunicante não revelara particularidade alguma pela qual pudesse ser identificado. E, após lançar a cinza do cigarro em vaso próximo, acrescentou, mordaz: O problema da mediunidade é questão muito grave na Doutrina; o animismo é uma erva daninha em toda a parte. Nosso intercâmbio com o plano invisível está repleto de lamentáveis enganos. Depois afirmou que a maioria dos médiuns é vítima dos próprios desvairamentos emotivos e que as emersões do subconsciente nas hipnoses profundas conseguem desnortear os mais valentes indagadores, acrescentando que o próprio Richet, pai da Metapsíquica, morreu duvidando. Outro dizia que a comunicação primou pela banalidade... Nada trouxe de novo. As palavras de Otávia procediam dela mesma. A ideia de que ocorrera mistificação era geral e o grupo abafava o riso franco. (Obra citada, cap. 16, pp. 273 a 277.)


Observação:
Para acessar a Parte 7 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/02/missionarios-da-luz-andre-luiz-estamos.html





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