Missionários da
Luz
André Luiz
Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o
estudo de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série
Nosso Lar. Serão ao todo 960 questões objetivas distribuídas em 120 partes,
cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog sempre às
quartas-feiras.
Damos prosseguimento hoje ao estudo do livro Missionários da Luz, obra psicografada
pelo médium Chico Xavier.
Parte 8
57. Qual é, em
geral, a causa dos abortos espontâneos?
O aborto raramente se verifica devido a causas ligadas à
esfera de ação espiritual. Regra geral, origina-se do recuo inesperado dos pais
diante das obrigações assumidas, ou dos excessos de leviandade e inconsciência
criminosa de mães despreparadas para esse ministério divino. Se os pais
terrestres, retrocedendo nas decisões espirituais, perseveram sistematicamente
no erro, os Espíritos os deixam entregues à própria sorte. É por isso que
existem muitos casais humanos sem filhos, visto que anularam as próprias
faculdades geradoras. (Missionários da
Luz, cap. 14, pp. 236 a 238.)
58. É verdade que
nós, os encarnados, nos alimentamos de formas mentais?
Sim. Nós nos alimentamos diariamente de formas mentais, sem
ser preciso, para isso, utilizar a boca física. Valemo-nos da capacidade de
absorção do organismo perispirítico. No lar, na via pública, no trabalho, nas
diversões, cada criatura recebe o alimento mental que lhe é trazido por aqueles
com quem convive, temperado com o magnetismo pessoal de cada um. Dessa
alimentação dependem, na maioria das vezes, sobretudo para quem ainda não tem o
domínio das próprias emoções, os estados íntimos de felicidade ou desgosto, de
prazer ou sofrimento. É comum o homem sentir a perturbação do fígado após um
atrito verbal, ou o desequilíbrio momentâneo do coração ao receber uma notícia
angustiosa. A explicação é simples: o homem recebe "certa quantidade de
força mental" em seu campo de pensamento, como o fio recebe a "carga
de eletricidade positiva". O ponto de recepção está efetivamente no
cérebro, mas, se a pessoa não está identificada com a lei de domínio emotivo,
ambientará a força perturbadora dentro de si mesma, na intimidade das células
orgânicas, com grande prejuízo para as zonas vulneráveis. (Obra citada, cap.
14, pp. 239 a 241.)
59. Que acontece
ao reencarnante durante a gestação?
Ele permanece ligado à mãe durante todo o processo. Fios
tenuíssimos o prendem à organização fetal e não lhe é possível abandonar a
companhia maternal. (Obra citada, cap. 14, pp. 242 a 249.)
60. Entidades
desencarnadas de má índole podem influir sobre a gestante com o objetivo de interromper
a gestação?
Sim. Foi isso que se deu no caso Volpíni, que já havia
atingido o sétimo mês de gestação, mas corria risco de um aborto. Seria o
terceiro provocado inconscientemente pela gestante, em virtude do excesso de
leviandades e de irreflexão diante da vida. A infeliz deixou-se empolgar pela ideia
de gozar a vida e juntou-se a entidades desencarnadas da pior espécie, as quais
tudo fariam para interromper a gestação, porquanto um filho atrapalharia seus
planos em relação à mulher. O aborto acabou ocorrendo. (Obra citada, cap. 15,
pp. 250 a 259.)
61. Que
diferença existe entre o trabalho de psicofonia e o de psicografia?
O trabalho de psicofonia é, mediunicamente falando, igual ao
da psicografia, com a diferença de que na psicofonia é necessário proteger, com
especial carinho, o centro da linguagem na zona motora, fazendo refletir o
auxílio magnético sobre todos os músculos da fala, localizados ao longo da
boca, da garganta, da laringe, do tórax e do abdômen. (Obra citada, cap. 16,
pp. 260 a 262.)
62. Como se dá a
fase de harmonização entre o comunicante e o médium?
Em resposta a esta questão, vejamos o caso da médium Otávia.
Dionísio, o comunicante, foi conduzido à casa dela para a necessária
harmonização. Como aquele era um dia consagrado ao serviço mediúnico, Otávia
terminara mais cedo as tarefas domésticas, a fim de orar e preparar-se. Os
mentores já lhe haviam trazido diversos recursos de assistência, inclusive a
cooperação magnética de enfermeiros espirituais competentes, para levantar-lhe
o padrão das energias necessárias. Euclides explicou a André que a harmonia não
é realização que se improvise. Se os desencarnados devotados ao bem estão em
luta frequente pela própria iluminação, os médiuns são criaturas humanas,
suscetíveis às vicissitudes e aos desequilíbrios da esfera carnal. Dito isto,
ele acomodou Dionísio ao lado da médium e, enquanto esta orava, ele lhe
aplicava passes magnéticos, fortalecendo os nervos das vísceras e
ministrando-lhe vigorosas cotas de força, não somente às fibras nervosas, mas
também às células gliais. Aos poucos formou-se um laço fluídico que ligou
Otávia a Dionísio. Euclides sugeriu a este que falasse à médium, com todas as
suas energias mentais, organizando o ambiente favorável para o serviço da
noite. A entidade falou-lhe, então, de suas necessidades espirituais,
comentando a esperança de fazer-se sentir junto dos familiares e amigos do
grupo espírita, e a médium lhe registrava a presença e a linguagem, em forma de
figuração e lembrança, na esfera do pensamento. (Obra citada, cap. 16, pp. 262
a 270.)
63. Que cuidados
foram dispensados pelos protetores à médium Otávia e como se processou a
comunicação mediúnica?
O esforço foi grande para melhorar a posição receptiva de
Otávia. Alguns cooperadores auxiliaram o funcionamento do sistema endocrínico e
proporcionaram ao fígado melhores recursos para a imediata normalização de suas
funções, estabelecendo-se determinado equilíbrio para o estômago e os
intestinos. Examinando o fenômeno luminoso da epífise, André Luiz notou que o
instrutor Alexandre, no atendimento à médium, se detinha mais cuidadosamente na
tarefa de auxílio a todas as células do córtex cerebral, aos elementos do
centro da linguagem e às peças e músculos do centro da fala. Finda a prece,
Otávia foi afastada cuidadosamente do veículo físico, em sentido parcial,
aproximando-se Dionísio, que também parcialmente começou a utilizar-se das
possibilidades dela. A médium ficou a reduzida distância, mas com poderes para
retomar o corpo a qualquer momento, num impulso próprio, guardando relativa
consciência do que estava ocorrendo, enquanto Dionísio conseguia falar de si
mesmo, mobilizando, no entanto, potências que lhe não pertenciam e que deveria
usar com cuidado, sob o controle direto da proprietária legítima e com a
vigilância afetuosa de amigos e benfeitores, que lhe fiscalizavam a expressão
com o olhar, de modo a mantê-lo em boa posição de equilíbrio emotivo. O
processo de incorporação comum era mais ou menos idêntico ao da enxertia da
árvore frutífera: a planta estranha revela suas características e oferece seus
frutos particulares, mas a árvore enxertada não perde sua personalidade. Ali
também: Dionísio era um elemento que aderia às faculdades de Otávia,
utilizando-as na produção de valores espirituais que lhe eram característicos,
mas naturalmente subordinado à médium, sem cujo crescimento mental, fortaleza e
receptividade não poderia ele revelar os caracteres de si mesmo, perante os
assistentes. Por isso, não era possível isolar, por completo, a influenciação de
Otávia, vigilante. (Obra citada, cap. 16, pp. 271 e 272.)
64. Por que a
comunicação transmitida por Otávia não agradou ao grupo?
Dionísio falou por meio de Otávia sob forte emotividade e
portou-se com dignidade, fazendo, porém, verdadeiros prodígios de disciplina
interior, para calar certas situações familiares e conter as lágrimas. Sua
mensagem durou quarenta minutos. Ele dera os possíveis elementos de
identificação pessoal, falando à família e aos colegas de luta humana, mas a
decepção entre os encarnados era geral. Somente sua esposa e três irmãos de
ideal sentiram-lhe, efetivamente, a palavra viva e vibrante. Os próprios filhos
e oitenta por cento dos assistentes estavam em dúvida, e seus comentários
acerca disso eram os mais disparatados. Um deles, tocado de cientificismo,
afirmou, solene, que o comunicante não revelara particularidade alguma pela
qual pudesse ser identificado. E, após lançar a cinza do cigarro em vaso
próximo, acrescentou, mordaz: O problema da mediunidade é questão muito grave
na Doutrina; o animismo é uma erva daninha em toda a parte. Nosso intercâmbio
com o plano invisível está repleto de lamentáveis enganos. Depois afirmou que a
maioria dos médiuns é vítima dos próprios desvairamentos emotivos e que as
emersões do subconsciente nas hipnoses profundas conseguem desnortear os mais
valentes indagadores, acrescentando que o próprio Richet, pai da Metapsíquica,
morreu duvidando. Outro dizia que a comunicação primou pela banalidade... Nada
trouxe de novo. As palavras de Otávia procediam dela mesma. A ideia de que
ocorrera mistificação era geral e o grupo abafava o riso franco. (Obra citada,
cap. 16, pp. 273 a 277.)
Observação:
Para acessar a Parte 7 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/02/missionarios-da-luz-andre-luiz-estamos.html
Como consultar as matérias deste
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