O Livro dos Espíritos
Allan Kardec
Estamos fazendo neste espaço – sob a
forma dialogada – o estudo dos oito principais livros do Codificador do
Espiritismo. Serão ao todo 1.120 questões objetivas distribuídas em 140 partes,
cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog
sempre às quintas-feiras.
Continuamos hoje o estudo da principal
obra espírita – O Livro dos Espíritos
–, cuja publicação inicial ocorreu em 18 de abril de 1857.
Parte 9
65. A união do Espírito com determinado corpo é decidida antes, ou
apenas no último momento?
O Espírito reencarnante é sempre, de
antemão, designado. Havendo escolhido a prova a que queira submeter-se, pede
para reencarnar. Decorrente dessa escolha, ele pode também escolher o corpo que
terá, porquanto as imperfeições que este apresentar serão, para o Espírito,
provas que lhe auxiliarão o progresso, se vencer os obstáculos que surgirem.
Nem sempre, porém, essa escolha lhe é permitida. (O Livro dos Espíritos, questões 334, 335, 336, 337 e 338.)
66. O instante em que o Espírito deve encarnar-se é para ele um momento
solene? Ele sente alguma aflição nessa oportunidade?
Sim. Nessa hora, o Espírito procede
como o viajante que embarca para uma travessia perigosa e não sabe se
encontrará ou não a morte nas ondas que decidiu afrontar. Sua ansiedade é, por
isso, bem grande, pois sabe que as provas de sua existência o retardarão ou
farão avançar, conforme as suporte. (Obra citada, questões 339, 340, 341 e 342.)
67. Em que momento a alma se une ao corpo?
A união começa na concepção, mas só se
completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito
designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que
cada vez mais se vai apertando até o instante em que a criança vê a luz. (Obra
citada, questões 344, 345 e 346.)
68. Qual é a posição espírita acerca do aborto provocado?
O aborto significa para o Espírito
reencarnante uma existência nulificada que ele terá de recomeçar. Há crime
sempre que transgredimos a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja,
cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento,
porque impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o
corpo que se estava formando. Caso a continuação da gestação coloque em perigo
a vida da gestante, não haverá crime em realizar o aborto, porque é preferível
que se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.
(Obra citada, questões 357, 358 e 359.)
69. Qual é o objetivo da Providência ao criar seres como os cretinos e
idiotas, que, como se sabe, apresentam acentuado grau de retardamento das
faculdades mentais?
Os que habitam corpos de idiotas são
Espíritos sujeitos a uma punição que sofrem por efeito do constrangimento que
experimentam e da impossibilidade em que estão de se manifestarem mediante
órgãos não desenvolvidos ou desmantelados. As condições em que se encontram
constituem uma expiação decorrente do abuso que, no passado, fizeram de certas
faculdades. (Obra citada, questões 371, 372, 373, 373-A e 374.)
70. Qual é a utilidade do período da infância para os Espíritos que se
reencarnam?
Encarnando-se, com o objetivo de se
aperfeiçoar, o Espírito, durante a infância, é mais acessível às impressões que
recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir
os incumbidos de educá-lo. Os Espíritos só entram na vida corporal para se
aperfeiçoarem, para se melhorarem. A delicadeza da idade infantil os torna
brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devam fazê-los
progredir, pois é nessa fase que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir
os maus pendores. (Obra citada, questões 379, 382, 383, 384 e 385.)
71. Qual é o motivo da mudança que se opera no caráter dos indivíduos a
uma certa idade, sobretudo quando saem da adolescência?
O motivo disso é que, nessa fase da
vida, o Espírito retoma a natureza que lhe é própria e se mostra tal qual era.
(Obra citada, questão 385.)
72. Duas pessoas que se conheceram e se amaram numa existência podem
encontrar-se e reconhecer-se numa outra existência?
Reconhecer-se, não. Podem, porém,
sentir-se atraídos um para o outro e, frequentemente, diversa não é a causa
dessas íntimas ligações fundadas em sincera afeição. (Obra citada, questões
386, 386-A, 387 e 388.)
Observação:
Para acessar a Parte 8 deste estudo, publicada na semana passada, clique
aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/02/o-livro-dos-espiritos-allan-kardec_13.html
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