quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020




O Livro dos Espíritos

Allan Kardec

Estamos fazendo neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo dos oito principais livros do Codificador do Espiritismo. Serão ao todo 1.120 questões objetivas distribuídas em 140 partes, cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog sempre às quintas-feiras.
Continuamos hoje o estudo da principal obra espírita – O Livro dos Espíritos –, cuja publicação inicial ocorreu em 18 de abril de 1857.

Parte 7

49. O Espírito tem as mesmas percepções que têm os homens? 
Sim, além de outras de que não dispunha na condição de reencarnado, porque o corpo, qual véu sobre elas lançado, as obscurecia. A inteligência é um atributo, que tanto mais livremente se manifesta no Espírito quanto menos entraves tenha que vencer. (O Livro dos Espíritos, questões 237, 240, 245, 246, 248, 249 e 249-A.)
50. Os Espíritos podem ver a Deus?             
Só os Espíritos superiores veem e compreendem Deus. Os inferiores apenas o sentem e adivinham. (Obra citada, questão 244.)
51. Os Espíritos experimentam as necessidades e os sofrimentos que acometem os homens? 
Eles os conhecem, porque os sofreram, mas não os experimentam materialmente, como os seres encarnados. Quando alguns Espíritos se queixam de sofrer frio ou calor, o fato decorre da reminiscência do que padeceram durante a vida corpórea, reminiscência não raro tão aflitiva quanto a realidade. (Obra citada, questões 253, 254, 255, 256 e 257.)
52. É certo dizer que o Espírito, antes de reencarnar, escolhe o gênero de provas que deseja sofrer? 
Sim. É ele que, antes de reencarnar, escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso consiste o seu livre-arbítrio. Dando ao Espírito a liberdade de escolher, Deus lhe deixa a inteira responsabilidade de seus atos e das consequências que estes tiverem. Nada lhe estorva o futuro; abertos se lhe acham, assim, o caminho do bem, como o do mal. Se vier a sucumbir, restar-lhe-á a consolação de que nem tudo se lhe acabou e que a bondade divina lhe concede a liberdade de recomeçar o que foi mal feito. (Obra citada, questões 258, 258-A, 259, 260, 264 e 266.)
53. Se é o Espírito que escolhe as provas de sua existência corpórea, como pode isso acontecer em suas primeiras encarnações, quando ele é simples, ignorante e sem experiência? 
Durante essa fase, Deus lhe supre a inexperiência, traçando-lhe o caminho que deve seguir, como os pais fazem com suas crianças. Mas o Criador deixa-o, porém, pouco a pouco, à medida que o seu livre-arbítrio se desenvolve, senhor de proceder à escolha e só então é que muitas vezes lhe acontece extraviar-se, tomando o mau caminho, por desatender os conselhos dos bons Espíritos. (Obra citada, questões 262 e 262-A.)
54. Um bom Espírito pode reencarnar no seio de selvagens?
Sim. Um homem pertencente a uma etnia civilizada pode, por expiação, reencarnar no seio de um povo ainda selvagem, mas isso depende do gênero da expiação. Pode, também, acontecer que um bom Espírito escolha nascer entre esses povos para os fazer avançar, e isso será uma missão. (Obra citada, questão 273.)
55. Existem entre os Espíritos subordinação e autoridade? 
Sim. Os Espíritos têm uns sobre os outros a autoridade correspondente ao grau de superioridade que hajam alcançado, autoridade que eles exercem por um ascendente moral irresistível. (Obra citada, questões 274, 274-A, 275, 275-A, 276 e 277.)
56. Os Espíritos, uma vez que estão livres da matéria densa, têm acesso uns aos outros e podem ir a qualquer lugar? 
Sim e não. Evitam-se ou se aproximam, conforme a simpatia ou a antipatia que reciprocamente uns inspiram aos outros, tal qual sucede entre os encarnados. Constituem um mundo do qual o mundo material é pálido reflexo. Os da mesma categoria se reúnem por uma espécie de afinidade e formam grupos ou famílias, unidos pelos laços da simpatia e pelos fins a que visam: os bons, pelo desejo de fazerem o bem; os maus, pelo de fazerem o mal, pela vergonha de suas faltas e pela necessidade de se acharem entre os que se lhes assemelham. Os bons vão a toda parte e assim deve ser, para que possam influir sobre os maus. As regiões, porém, que os bons habitam estão interditadas aos Espíritos imperfeitos, a fim de que não as perturbem com suas paixões inferiores. (Obra citada, questões 278, 279, 280 e 290.)


Observação:
Para acessar a Parte 6 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/01/o-livro-dos-espiritos-allan-kardec_30.html




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