A pedido de um amigo, recordamos hoje uma interessante campanha sobre a
importância da vírgula lançada pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI),
quando a entidade – fundada em 1908 – comemorava 100 anos de existência.
Como se sabe, a vírgula pode indicar uma pausa, mas sua função vai além
disso, de tal maneira que a ausência ou a má colocação dela conseguem alterar
por completo o sentido da frase.
Eis alguns exemplos que falam por si:
• Não aguarde até amanhã. Não,
aguarde até amanhã.
• Não quero mais! Não,
quero mais.
• Isso só ele resolve. Isso
só, ele resolve.
• Não só ele virá à festa.
Não, só ele virá à festa.
• Vamos perder, nada foi
resolvido. Vamos perder nada, foi resolvido.
• Não desejo saber. Não,
desejo saber.
• Não tenha dó! Não, tenha
dó!
Os exemplos acima mostram como a pontuação correta ajuda a clarear o
sentido do que escrevemos. Como consequência, a pontuação incorreta ou
inexistente concorre para ampliar os casos de ambiguidade ou anfibologia, um
vício de linguagem que se dá quando a frase admite mais de uma interpretação, fato
que pode também ocorrer quando não há cuidado na colocação dos termos da
oração.
Vejamos este exemplo: “O menino viu o incêndio do prédio”.
Duas dúvidas a frase apresenta:
1ª O menino viu o prédio tomado pelo incêndio?
2ª O menino estava no prédio e de lá viu um incêndio?
Mais exemplos de ambiguidade:
• Peguei o menino correndo. [Quem
corria: eu ou o menino?]
• Prefeito fala da reunião no
Canal 5. [Ele fala no Canal 5 ou fala da reunião marcada para o Canal 5?]
• Ele prendeu o ladrão em sua
casa. [Em qual casa houve a prisão?]
• O marido estava na praça quando
viu a mulher de binóculos. [Quem estava de binóculos: a mulher ou o marido?]
• Se o homem soubesse o valor que
tem a mulher andaria de quatro à sua procura. [Se a vírgula for colocada após o
vocábulo “tem”, o sentido será um; se colocada após o vocábulo “mulher”, o
sentido será bem diferente.]
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