A vida e a morte em face da reencarnação
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
Algum
tempo atrás, numa roda de amigos, alguém, reportando-se ao falecimento
repentino de um colega, extravasou seu inconformismo e sua incompreensão com
relação à morte, manifestando a ideia – mais comum do que se pensa – de que a
morte não raro ceifa os indivíduos exatamente quando estes chegam a um período
da vida em que se encontram mais maduros, mais experientes e mais preparados.
O
sentimento de perda em momentos assim, quando nos despedimos dos entes
queridos, é compreensível e obviamente aceitável. O homem que não entende a
vida não pode, evidentemente, entender a morte e, por não compreendê-la, acaba
emitindo pensamentos como o exposto, em que se patenteiam claramente dúvidas
quanto à justiça e à sabedoria de Deus.
A
mesma incompreensão no tocante à vida podemos encontrar no pensamento de
pessoas de destaque na cultura do mundo, como o saudoso historiador francês
Jacques Barzun (1907-2012), um dos fundadores da disciplina de história
cultural e autor de uma obra notável, “Da Alvorada à Decadência”, publicada em
nosso país pela Editora Campus.
Jacques
Barzun dizia que gostaria de ter vivido no século XIX, a partir de 1830, um
período que se autonomeou Era do Progresso e que foi, sem contestação, um tempo
de grande inventividade em toda a Europa e de luta contra os resquícios da
monarquia e do velho sistema de classes.
A
doutrina da reencarnação, defendida por pensadores brilhantes como Pitágoras,
Sócrates e Platão e cultuada por boa parte das religiões orientais, traria a um
e a outro o esclarecimento necessário à solução de suas dúvidas, que, no fundo,
se radicam no mesmo ponto.
Se
o companheiro londrinense entende que deveríamos viver no corpo muito mais do
que normalmente vivemos, o professor gostaria de haver nascido e vivido em
outra época.
Tranquilizem-se,
porém.
Ensina
o Espiritismo que ambos os desejos são ou serão satisfeitos pelo Criador, pois
tanto Jacques Barzun viveu ou pode ter vivido na Era do Progresso, quanto o
colega que partiu volverá ao corpo em nova experiência reencarnatória, mais
experiente e, portanto, mais preparado para enfrentar os futuros desafios.
E
a sabedoria do Criador é tão grande e previdente, que o falecido, em vez de
carregar um fardo pesado e incômodo por séculos sem conta, poderá dispor de um
corpo novo e reviver por inúmeras vezes a época da meninice e o período da
juventude, fases essas que as pessoas mais velhas geralmente recordam com
saudade.
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Muito bom, Astolfo.
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