Colhemos o que plantamos
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Diz a história que, ao desembarcar
próximo ao Monte Pascoal, em Porto Seguro, na Bahia, Cabral pediu a Pero Vaz de
Caminha para que escrevesse uma
carta ao rei de Portugal, Dom Manuel I, relatando-lhe a visão maravilhosa que
tiveram da terra descoberta. A carta fez o maior sucesso. Tanto é assim que,
até hoje, é repetida a seguinte frase de Caminha: "Aqui, em se plantando,
tudo dá".
Profundamente grato à terra que iriam
colonizar, quando, em 22 de abril de 1500, percebeu que já habitavam aqui
alguns cidadãos de costumes diferentes dos cristãos portugueses, quatro dias
após aqui chegar, Cabral mandou frei Henrique de Coimbra rezar uma missa na colônia, que somente em 1527 seria
chamada Brasil. A intenção era catequizar todos os nativos, a quem passaram a
chamar de índios.
No princípio, imaginaram estar numa
ilha, então denominaram-na Ilha de Vera Cruz. Após percorrerem os espaços
imensos, perceberam que estavam em local milhões de vezes maior do que uma
ilha, então, em 1503, mudaram o nome para Terra de Santa Cruz. Foi descoberta uma
inumerável quantidade de árvores da madeira que chamavam, em Portugal,
"pau brasil". E por que
a quantidade dessa árvore era tamanha, perceberam que somente a comercialização
da madeira dela faria de Portugal um país muito rico. Desse modo, decorridos mais
de vinte anos de desmatamento e extração do pau-brasil, em 1527, Portugal
resolveu rebatizar sua rica colônia com o nome que passou a ser definitivamente
Brasil.
Hoje em dia, o que temos é jacarandá,
mogno e ipê, que, assim como o
pau-brasil, estão ameaçados de extinção. Desse modo, apelamos para o Espírito
Emmanuel, que nos recomendou o replantio de todas as árvores de nosso país, mas
também começar, dentro de nós mesmos, com urgência, a "plantação
espiritual". Eis o que ele transmitiu a Chico Xavier, que não perdeu tempo
na semeadura divina:
[...]
Auxilia a ti próprio, produzindo o bem.
Sem que percebas, vives invariavelmente nas vidas que te
cercam.
Se a mentira ou a aversão te visita, não te esqueças de que
constituem os frutos de tua própria plantação.
Cada criatura reflete em si aquilo que lhe damos ou impomos.
Nas alheias demonstrações para conosco, é possível analisar
a qualidade de nossa sementeira.
Aprendamos a cultivar o auxílio fraterno, o trabalho
construtivo, a concórdia santificante e a solidariedade fiel, através de todos
os passos e de todos os minutos, porque o amanhã será resposta viva a nossa conduta
de hoje, tanto quanto a bênção ou a dor de agora consubstanciam os resultados
das nossas ações de ontem.
Caminha iluminando a estrada com os recursos da bondade e da
alegria, convicto de que a nossa família na eternidade é constituída de nossas
próprias obras, e, desse modo, estarás organizando magníficos moldes
espirituais para as tuas novas tarefas na elevação ou na reencarnação em futuro
próximo.
Leitor amigo e amiga leitora, o texto
completo dessa bela mensagem está na obra Relicário de Luz, sob o título
Plantação espiritual, obra publicada pela Federação Espírita Brasileira,
cujos recursos são destinados à assistência social e à divulgação do
Espiritismo, Consolador prometido por Jesus, como lemos no capítulo 14:15 a 18
do Evangelho de João. Também desse modo, "em se plantando, tudo
dá". Paz e bem!
Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com
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