quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

 



O Evangelho segundo o Espiritismo

 

Allan Kardec

 

Parte 11

 

Prosseguimos o estudo metódico de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, terceira das obras que compõem o Pentateuco Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em abril de 1864.

Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado dos estudos relativos à presente obra, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN e, em seguida, no verbete "O Evangelho segundo o Espiritismo”.

Eis as questões de hoje:


81. Que pensar dos que, recebendo a ingratidão em paga de benefícios que fizeram, deixam de praticar o bem para não topar com os ingratos?

Nesses há mais egoísmo do que caridade, visto que fazer o bem apenas para receber demonstrações de reconhecimento é não fazê-lo com desinteresse. O bem feito desinteressadamente é o único agradável a Deus. Se Deus permite que por vezes sejamos pagos com a ingratidão é para experimentar a nossa perseverança em praticar o bem. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 19.)

82. É acertada a beneficência quando praticada exclusivamente entre pessoas da mesma opinião, da mesma crença, ou do mesmo partido?

Claro que não, porque é precisamente o espírito de seita e de partido que precisa ser abolido, visto que são irmãos todos os homens. O verdadeiro cristão vê somente irmãos em seus semelhantes e não procura saber, antes de socorrer o necessitado, qual a sua crença ou a sua opinião. (Obra citada, cap. XIII, item 20.)

83. É complexa a tarefa dos pais de conduzir seus filhos pelo caminho do bem?

Segundo Santo Agostinho (Espírito), essa tarefa não é tão difícil quanto nos possa parecer. Não exige o saber do mundo. Podem desempenhá-la assim o ignorante como o sábio, e o Espiritismo lhe facilita o desempenho dando a conhecer a causa das imperfeições da alma humana. Desde pequenina, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz de sua existência anterior. A estudá-los devem os pais aplicar-se. Todos os males se originam do egoísmo e do orgulho. Espreitem, pois, os pais os menores indícios reveladores do gérmen de tais vícios e cuidem de combatê-los, sem esperar que lancem raízes profundas. Façam como o bom jardineiro, que corta os rebentos defeituosos à medida que os vê apontar na árvore. Se deixarem que se desenvolvam o egoísmo e o orgulho, não devem espantar-se de serem mais tarde pagos com a ingratidão. (Obra citada, cap. XIV, item 9.)

84. A moral de Jesus pode ser resumida em duas virtudes principais. Quais são elas? 

Caridade e humildade, virtudes que são o oposto, respectivamente, do egoísmo e do orgulho. (Obra citada, capítulo XV, itens 1 a 3.)

85. Qual é a frase escrita por Kardec que sintetiza os deveres do homem na face da Terra? 

Fora da caridade não há salvação. (Obra citada, capítulo XV, itens 4 e 5.)  

86. Quais são, segundo Paulo de Tarso, as qualidades da caridade?

Paulo de Tarso, além de colocar a caridade acima da fé e da esperança, definiu-a de modo muito claro, mostrando-a não só na beneficência, como também no conjunto de todas as qualidades do coração, na bondade e na benevolência para com o próximo. (Obra citada, capítulo XV, itens 6 e 7.)

87. Quais são os erros presentes nas máximas "Fora da Igreja não há salvação" e "Fora da verdade não há salvação"?

O dogma “Fora da Igreja, não há salvação” se estriba não na fé fundamental em Deus e na imortalidade da alma, fé comum a todas as religiões, porém numa fé especial, em dogmas particulares e, por isso, é exclusivista e absoluto. Esse é o seu erro. Longe de unir os filhos de Deus, separa-os; em vez de incitá-los ao amor de seus irmãos, alimenta e sanciona a irritação entre os sectários dos diferentes cultos que reciprocamente se consideram malditos na eternidade, embora possam, em alguns casos, ser parentes e amigos.

A máxima “Fora da verdade não há salvação” equivale ao “Fora da Igreja não há salvação” e é igualmente exclusivista, porquanto nenhuma seita existe que não pretenda ter o privilégio da verdade.  Se Deus houvera feito da posse da verdade absoluta condição expressa da felicidade futura, teria proferido uma sentença de proscrição geral, ao passo que a caridade, mesmo na sua mais ampla acepção, podem todos praticá-la. (Obra citada, capítulo XV, itens 8 e 9.)

88. Por que Paulo de Tarso diz em sua mensagem sobre a caridade que os destinos do homem na Terra e no Céu se contêm na máxima "Fora da caridade não há salvação"?  

Ele mesmo explicou o que quis dizer com tal frase, ao acrescentar à frase as seguintes palavras: na Terra, porque à sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a houverem praticado acharão graças diante do Senhor. Essa divisa é, segundo Paulo, o facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida, encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha no céu, como auréola santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração daqueles a quem Jesus dirá: “Passai à direita, benditos de meu Pai”. (Obra citada, capítulo XV, item 10.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 10 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/01/o-evangelho-segundo-o-espiritismo-allan_21.html

 

 

 

 

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