O Evangelho segundo o Espiritismo
Allan Kardec
Parte 11
Prosseguimos o estudo metódico de “O
Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, terceira das obras que
compõem o Pentateuco Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em abril
de 1864.
Este estudo é publicado sempre às
quintas-feiras.
Caso o leitor queira ter em mãos o
texto consolidado dos estudos relativos à presente obra, para acompanhar, pari
passu, o presente estudo, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN
e, em seguida, no verbete "O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Eis as questões de hoje:
81. Que pensar dos que, recebendo a ingratidão em paga de benefícios que fizeram, deixam de praticar o bem para não topar com os ingratos?
Nesses há mais egoísmo do que caridade, visto
que fazer o bem apenas para receber demonstrações de reconhecimento é não fazê-lo
com desinteresse. O bem feito desinteressadamente é o único agradável a Deus.
Se Deus permite que por vezes sejamos pagos com a ingratidão é para experimentar
a nossa perseverança em praticar o bem. (O
Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 19.)
82. É acertada a beneficência quando praticada exclusivamente
entre pessoas da mesma opinião, da mesma crença, ou do mesmo partido?
Claro que não, porque é
precisamente o espírito de seita e de partido que precisa ser abolido, visto
que são irmãos todos os homens. O verdadeiro cristão vê somente irmãos em seus
semelhantes e não procura saber, antes de socorrer o necessitado, qual a sua
crença ou a sua opinião. (Obra citada, cap.
XIII, item 20.)
83. É complexa a tarefa dos pais de conduzir seus filhos pelo
caminho do bem?
Segundo Santo Agostinho (Espírito),
essa tarefa não é tão difícil quanto nos possa parecer. Não exige o saber do
mundo. Podem desempenhá-la assim o ignorante como o sábio, e o Espiritismo lhe
facilita o desempenho dando a conhecer a causa das imperfeições da alma humana.
Desde pequenina, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz de sua
existência anterior. A estudá-los devem os pais aplicar-se. Todos os males se
originam do egoísmo e do orgulho. Espreitem, pois, os pais os menores indícios
reveladores do gérmen de tais vícios e cuidem de combatê-los, sem esperar que
lancem raízes profundas. Façam como o bom jardineiro, que corta os rebentos
defeituosos à medida que os vê apontar na árvore. Se deixarem que se
desenvolvam o egoísmo e o orgulho, não devem espantar-se de serem mais tarde
pagos com a ingratidão. (Obra citada, cap. XIV, item 9.)
84. A moral de Jesus pode ser resumida em duas virtudes
principais. Quais são elas?
Caridade e humildade, virtudes que
são o oposto, respectivamente, do egoísmo e do orgulho. (Obra citada, capítulo
XV, itens 1 a 3.)
85. Qual é a frase escrita por Kardec que sintetiza os
deveres do homem na face da Terra?
Fora da caridade não há salvação. (Obra
citada, capítulo XV, itens 4 e 5.)
86. Quais são, segundo Paulo de Tarso, as qualidades da
caridade?
Paulo de Tarso, além de colocar a
caridade acima da fé e da esperança, definiu-a de modo muito claro, mostrando-a
não só na beneficência, como também no conjunto de todas as qualidades do
coração, na bondade e na benevolência para com o próximo. (Obra citada, capítulo
XV, itens 6 e 7.)
87. Quais são os erros presentes nas máximas "Fora da
Igreja não há salvação" e "Fora da verdade não há salvação"?
O dogma “Fora da Igreja, não há
salvação” se estriba não na fé fundamental em Deus e na imortalidade da alma,
fé comum a todas as religiões, porém numa fé especial, em dogmas particulares
e, por isso, é exclusivista e absoluto. Esse é o seu erro. Longe de unir os
filhos de Deus, separa-os; em vez de incitá-los ao amor de seus irmãos,
alimenta e sanciona a irritação entre os sectários dos diferentes cultos que
reciprocamente se consideram malditos na eternidade, embora possam, em alguns
casos, ser parentes e amigos.
A máxima “Fora da verdade não há
salvação” equivale ao “Fora da Igreja não há salvação” e é igualmente exclusivista,
porquanto nenhuma seita existe que não pretenda ter o privilégio da verdade. Se Deus houvera feito da posse da verdade
absoluta condição expressa da felicidade futura, teria proferido uma sentença
de proscrição geral, ao passo que a caridade, mesmo na sua mais ampla acepção,
podem todos praticá-la. (Obra citada, capítulo XV, itens 8 e 9.)
88. Por que Paulo de Tarso diz em sua mensagem sobre a
caridade que os destinos do homem na Terra e no Céu se contêm na máxima
"Fora da caridade não há salvação"?
Ele mesmo explicou o que quis dizer
com tal frase, ao acrescentar à frase as seguintes palavras: na Terra, porque à
sombra desse estandarte eles viverão em paz; no céu, porque os que a houverem
praticado acharão graças diante do Senhor. Essa divisa é, segundo Paulo, o
facho celeste, a luminosa coluna que guia o homem no deserto da vida,
encaminhando-o para a Terra da Promissão. Ela brilha no céu, como auréola
santa, na fronte dos eleitos, e, na Terra, se acha gravada no coração daqueles
a quem Jesus dirá: “Passai à direita, benditos de meu Pai”. (Obra citada,
capítulo XV, item 10.)
Observação:
Para acessar a Parte 10 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/01/o-evangelho-segundo-o-espiritismo-allan_21.html
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