sábado, 16 de janeiro de 2021

 



Nunca mais...

 

JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

De Brasília-DF

 

Amigos, estive pensando... nunca mais o mundo será o mesmo após a pandemia. Enfocarei, nestas linhas, apenas a situação das igrejas e templos religiosos, mas concluirei com um evento cultural curioso. Agora, como jamais ocorreu antes, as pessoas assistem aos seus cultos, missas e reuniões doutrinárias públicas, que é o caso dos espíritas, no conforto do seu lar. Então, para quem tem dificuldade de locomoção, como os idosos e deficientes físicos, o novo tempo surgiu para favorecê-los.

Quanto aos jovens e crianças, é preciso reinventar os processos pedagógicos com dinâmicas, recursos técnicos e evangelizadores que saibam lidar com eles e motivá-los para participarem dos cultos ou reuniões. Cada vez mais, é requerida a prática da empatia no trato com todos: crianças, jovens e adultos. Mas não basta isso, é preciso que a pessoa encarregada da transmissão dos conhecimentos doutrinários possua, tanto quanto muito amor, pleno domínio do tema, além de saber lidar com os meios tecnológicos e interação com quem está, presente ou oculto, nos mais curiosos ambientes do lar: quarto de dormir, sala, cozinha, ou local diverso...

Há poucos dias, assisti a uma conferência acadêmica internacional. No final do evento, o emérito coordenador convidou, para brindar-nos, com sarau literário e musical, um autor de obras poéticas premiadas internacionalmente, além de um conhecido jovem rapper baiano. Os poemas e músicas apresentados pelos convidados foram de grande beleza e engajamento político e religioso. O poeta clamou contra as injustiças sociais; e o rapper apelou a Jesus Cristo e a Deus para que socorressem todas as vítimas do preconceito, usuários de drogas e criminosos.

Belíssima apresentação quanto ao conteúdo, mas não quanto à veste do rapper, que, à primeira vista, inspirava receio sobre o que ele iria expor musicalmente: estava completamente despido da cintura para cima. Tão displicente, sem camisa, que ele mesmo ficou sem graça — haja vista que o vídeo nos faculta ver a própria imagem — e foi vestir-se adequadamente.  

Agora o espanto: os dois poetas em nenhum momento fizeram juízo de valor em relação à crença dos ouvintes. Já o coordenador do curso, que é meu amigo ateu confesso, desandou a criticar a crença em Deus e as religiões de um modo tão convicto que mais parecia um profeta do niilismo.

É preciso um pouco de bom senso em relação ao que se está falando, em especial, em nome da cultura. Também não fica bem a um religioso atacar com virulência a crença ou descrença alheia, pois, se isso é feito on-line, tudo fica gravado e sujeito a críticas até mesmo internacionais: o conteúdo, a obra, o autor, o que ele apresenta e como se apresenta.

Minha sugestão final, agora que estamos começando a aprender a conviver com os vírus mutantes, que poderão nos levar para a terra dos pés juntos, caso não nos previnamos de seu contágio: estando ou não on-line, não destilemos os vírus de nossa intolerância ou descaso para com o nosso respeitável público. Nunca mais...

  

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