quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

 



O Evangelho segundo o Espiritismo

 

Allan Kardec

 

Parte 8

 

Prosseguimos o estudo metódico de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, terceira das obras que compõem o Pentateuco Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em abril de 1864.

Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado dos estudos relativos à presente obra, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN e, em seguida, no verbete "O Evangelho segundo o Espiritismo”.

Eis as questões de hoje:

 

57. Que defeito moral é considerado o principal obstáculo ao progresso? 

O orgulho. Pai de muitos vícios, o orgulho é também a negação de muitas virtudes. Ele se encontra na base e como móvel de quase todas as ações humanas. Essa a razão por que Jesus se empenhou tanto em combatê-lo, como o principal obstáculo ao progresso. (O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo X, item 10.)

58. Por que devemos ter indulgência para com os outros? 

Devemos ser indulgentes para com todos porque a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita. A indulgência constitui para nós um dever porque ninguém há que não necessite, para si próprio, de indulgência, que nos recomenda que não devemos julgar os outros com mais severidade do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar em outrem aquilo de que nos absolvemos. A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los. Ao contrário, oculta-os, a fim de que não se tornem conhecidos senão dela unicamente, e, se a malevolência os descobre, tem sempre pronta uma escusa para eles, escusa plausível, séria, não das que, com aparência de atenuar a falta, mais a evidenciam com pérfida intenção. A indulgência, enfim, jamais se ocupa com os maus atos de outrem, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. (Obra citada, capítulo X, itens 11, 12, 13 e 16.) 

59. Se ninguém é perfeito, não podemos repreender a atitude do próximo? 

Certamente não é essa a conclusão a tirar-se, porquanto todos nós devemos trabalhar pelo progresso de todos e, sobretudo, daqueles cuja tutela nos foi confiada. Mas, por isso mesmo, devemos fazê-lo com moderação, para um fim útil, e não, como as mais das vezes, pelo prazer de denegrir. Neste último caso, a repreensão é uma maldade; no primeiro, é um dever que a caridade manda seja cumprido com todo o cuidado possível. O erro está em fazer-se que a observação redunde em detrimento do próximo, desacreditando-o sem necessidade na opinião geral. Igualmente repreensível seria fazê-lo apenas para dar expansão a um sentimento de malevolência e à satisfação de apanhar os outros em falta. Dá-se inteiramente o contrário quando, estendendo sobre o mal um véu, para que o público não o veja, aquele que note os defeitos do próximo o faça em seu proveito pessoal, isto é, para se exercitar em evitar o que reprova nos outros. (Obra citada, capítulo X, itens 19 e 20.)

60. Há casos em que seja útil revelar o mal de outrem? 

Se as imperfeições de uma pessoa só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá em divulgá-la. Se, porém, podem acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao interesse do maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale caia um homem do que virem muitos a ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes. (Obra citada, capítulo X, item 21.)

61. Qual o maior mandamento da lei de Deus? 

A esta pergunta Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tens o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo.  Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos”. (Obra citada, capítulo XI, itens 1, 2 e 4.)

62. Qual é o conceito espírita de "amar ao próximo"? 

Amar, no sentido profundo do termo, é ser leal, probo, consciencioso, para fazer aos outros o que quer que estes lhe façam; é procurar em torno de si o sentido íntimo de todas as dores que acabrunham seus irmãos, para suavizá-las; é considerar como sua a grande família humana, porque essa família todos a encontraremos, dentro de certo período, em mundos mais adiantados.

Com relação ao ensinamento de Jesus de que devemos também amar aos inimigos, o Espiritismo nos explica que amar aos inimigos é não lhes guardar ódio, nem rancor, nem desejos de vingança; é perdoar-lhes, sem pensamento oculto e sem condições, o mal que nos causem; é não opor nenhum obstáculo à reconciliação com eles; é desejar-lhes o bem e não o mal; é experimentar júbilo, em vez de pesar, com o bem que lhes advenha; é socorrê-los, em se apresentando ocasião; é abster-se, quer por palavras, quer por atos, de tudo o que os possa prejudicar; é, finalmente, retribuir-lhes sempre o mal com o bem, sem a intenção de os humilhar. Quem assim procede preenche as condições do mandamento: Amai aos vossos inimigos. (Obra citada, capítulo XI, item 10, e cap. XII, item 3.)

63. Como o egoísmo é considerado no Espiritismo? 

O egoísmo é uma chaga da Humanidade e, por isso, tem de desaparecer da Terra, a cujo progresso moral obsta. É ele o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas, dirigir suas forças, sua coragem. Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é o causador de todas as misérias do mundo terreno e a negação da caridade, motivo pelo qual é o maior obstáculo à felicidade dos homens. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, a vida será sempre uma carreira em que vencerá o mais esperto, uma luta de interesses, em que se calcarão aos pés as mais santas afeições, em que nem sequer os sagrados laços da família merecerão respeito. (Obra citada, capítulo XI, itens 11 e 12.)

64. Em que consiste a verdadeira caridade?

A verdadeira caridade, que constitui um dos mais sublimes ensinamentos que Deus deu ao mundo, não consiste apenas na esmola que damos, nem mesmo nas palavras de consolação que lhe aditemos. Não; não é apenas isso o que Deus quer de nós. A caridade sublime, que Jesus ensinou, também consiste na benevolência que pratiquemos sempre e em todas as coisas para com o nosso próximo. (Obra citada, capítulo XI, itens 13 e 14.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 7 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/12/o-evangelho-segundo-o-espiritismo-allan_31.html

 

 

 

 

Como consultar as matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo.

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário