O Além e a
Sobrevivência do Ser
Léon Denis
Parte 3
Damos sequência ao estudo do clássico O Além e a Sobrevivência do Ser, de autoria de Léon Denis, com base na 8ª edição publicada em português pela Federação Espírita Brasileira.
Nosso propósito é que este estudo sirva para o leitor como
uma forma de iniciação ao estudo dos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto abaixo.
Questões preliminares
A. No tocante aos fenômenos ditos espíritas, o observador
imparcial vê-se em presença de duas opiniões igualmente falaciosas. Quais são
elas?
B. Após meio século de críticas, ataques e perseguições,
como o Espiritismo se encontrava à época em que Léon Denis escreveu este livro?
C. Por que, segundo Léon Denis, o Espiritismo encontrou
tanta dificuldade para vencer as oposições conjuradas?
Texto para
leitura
38. Mr. Boutroux, membro do Instituto e professor da
Faculdade de Letras de Paris, se exprimiu assim no Matin de 14 de março de 1908: “Um estudo amplo, completo do
psiquismo não comporta unicamente um interesse de curiosidade, mesmo
científica; interessa também muito diretamente à vida e ao destino do indivíduo
e da Humanidade.”
39. O sábio Duclaux, diretor do Instituto Pasteur, em uma
conferência que fez no Instituto Geral Psicológico, há alguns anos, dizia: “Não
sei se sois como eu, mas esse mundo povoado de influências que experimentamos
sem as conhecermos, penetrado desse quid
divinum que adivinhamos sem lhe apreendermos as minúcias, ah! esse mundo do
psiquismo é mais interessante do que este outro em que até agora se encarcerou
o nosso pensamento. Tratemos de abri-lo às nossas pesquisas. Há nele, por se
fazerem, imensas descobertas que aproveitarão à Humanidade.”
40. O observador, o pesquisador imparcial que deseja formar
juízo seguro, muitas vezes se acha em presença de duas opiniões igualmente
falaciosas. De um lado, a condenação em bloco. Dir-lhe-ão: no psiquismo tudo é
fraude e embuste; ou então: tudo é ilusão e quimera. De outro lado, a
credulidade excessiva. Encontrará pessoas que admitem os fatos mais
inverossímeis, mais fantásticos; outras que se entregam às práticas espíritas
sem estudos prévios, baldas de método, de discernimento, de espírito de
crítica, ignorantes das causas várias a que se podem atribuir os fenômenos
psíquicos.
41. Esses talvez sejam indivíduos de boa-fé. Mas há também
os embusteiros e os charlatães. O charlatanismo se tem frequentemente
apropriado dos fatos psíquicos para os imitar e explorar. Cumpre estar sempre
em guarda contra o cortejo dos falsos mágicos, dos falsos médiuns ou dos que,
possuindo faculdades reais, não hesitam contudo em trapacear, havendo
oportunidade. Ao observador importa precaver-se dos indivíduos que não trepidam
em mercadejar com as coisas mais respeitáveis.
42. Os casos fraudulentos, entretanto, em nada podem
alterar a realidade dos fatos autênticos. Não há dúvida de que as trapaças, as
falsas materializações, as fotografias arranjadas desacreditam o psiquismo e
entravam a marcha desta ciência nova, que lhe retardam o voo e o
desenvolvimento normal. Mas não sucede sempre assim com todas as coisas
humanas? As mais sagradas nunca estiveram ao abrigo das falcatruas dos
intrujões e dos impostores.
43. Indubitavelmente, diante da incerteza, da confusão que
resulta de tantas opiniões contraditórias, muitos homens hesitarão em palmilhar
esse terreno, em se entregar a um estudo atento da questão. O que o primeiro
exame, superficial, neles produz é a desconfiança, a hostilidade. Quase nunca
veem da ciência psíquica senão os lados vulgares, as mesas girantes e outros
fenômenos da mesma natureza, conservando-se-lhes desconhecidas ou ignoradas as
manifestações de caráter elevado, os fatos de real valor.
44. É que neste mundo o que é belo e grande se dissimula;
só pode ser descoberto por esforços perseverantes, enquanto que as coisas
banais e ruins disputam a evidência em torno de nós. Ou então os fenômenos
citados parecerão maravilhosos, incríveis aos que jamais experimentaram e
muitos, em presença das narrações que se lhes fazem, porão os espíritas no rol
dos alienados.
45. Tal a primeira impressão, que, cumpre reconheçamos, não
é favorável. Entretanto, quem estudar seriamente a questão será impressionado
por um fato: é que, ao cabo de meio século de críticas amargas, de ataques
violentos e até de perseguições, o Espiritismo se mostra mais vivaz do que
nunca. Pode-se dizer que ele se há consideravelmente desenvolvido, como mostram
as revistas, os jornais, os grupos de experimentação que se prendem a esta
ordem de ideias, em todos os pontos do globo.
46. Tudo quanto hão querido tentar contra ele tem falhado.
As pesquisas científicas e os processos tendenciosos lhe resultaram até aqui
favoráveis.
47. Importa ainda que se reconheça uma coisa: se o Espiritismo
encontrou tanta dificuldade para vencer as oposições conjuradas é que a
experimentação neste campo se apresenta prenhe de embaraços. Exige qualidades
de observação e de método, paciência, perseverança, que estão longe de ser
predicados de todos os homens. As manifestações espíritas obedecem a regras
mais sutis, a condições mais delicadas e mais complexas que as de qualquer
outra ciência. Aos experimentadores foram precisos longos anos de estudo e de
observação para chegarem a determinar as leis que regem o fenômeno espírita.
48. Como vimos linhas atrás, o Espiritismo já agora se
apoia em testemunhos científicos de alto valor, em experiências e afirmações de
homens que ocupam elevada posição na Ciência e cujas obras fortes, cujas vidas
íntegras e fecundas merecem o respeito universal. E o número desses testemunhos
cresce dia a dia. Daí o podermos dizer: se os fenômenos espiríticos não
passassem de ilusão e quimera, como teriam conseguido prender, durante anos, a
atenção de sábios ilustres, de homens frios e positivos, quais W. Crookes,
Lodge, Zöllner, Lombroso? E, em grau menos alto, porém não de somenos
importância, homens como Myers, Aksakof, Maxwell, Stead, Dariex e outros?
49. Pouco a pouco, graças às investigações e às
experiências desses cientistas, a explanação prossegue e as afirmações em favor
do Espiritismo se renovam e multiplicam. Eis por que consideramos um dever
espalhar por toda parte o conhecimento dos fatos, por isso que projetam luz
nova, luz poderosa sobre a nossa natureza real e sobre o nosso futuro.
50. É preciso que o homem aprenda a se conhecer melhor, a
ter consciência das energias que possui em estado latente. Conformando-se à lei
suprema, ele deve trabalhar com coragem e pertinácia para se engrandecer, para
crescer em dignidade, em saber, em critério, em moralidade, porquanto nisso
está todo o seu destino!
Respostas às
questões preliminares
A. No tocante
aos fenômenos ditos espíritas, o observador imparcial vê-se em presença de duas
opiniões igualmente falaciosas. Quais são elas?
De um lado, diz Léon Denis, a condenação em bloco, o
pensamento de que no psiquismo tudo é fraude e embuste, ilusão ou quimera. De
outro lado, a credulidade excessiva. Existem pessoas que admitem os fatos mais
inverossímeis, mais fantásticos, ao lado de outras que se entregam às práticas
espíritas sem estudos prévios, baldas de método, de discernimento, de espírito
de crítica, ignorantes das causas várias a que se podem atribuir os fenômenos
psíquicos. Como diz Denis, ambas as opiniões são falaciosas e, por isso,
lamentáveis. (O Além e a Sobrevivência do
Ser.)
B. Após meio
século de críticas, ataques e perseguições, como o Espiritismo se encontrava à
época em que Léon Denis escreveu este livro?
Mais vivaz do que nunca. Pode-se dizer até que ele se
desenvolvera muito no período citado, como mostravam as revistas, os jornais e
os grupos de experimentação espírita presentes em todos os pontos do globo.
Tudo quanto hão querido tentar contra ele havia falhado. As pesquisas
científicas e os processos tendenciosos lhe resultaram até então amplamente
favoráveis. (Obra citada.)
C. Por que,
segundo Léon Denis, o Espiritismo encontrou tanta dificuldade para vencer as
oposições conjuradas?
A causa, segundo Denis, é que a experimentação nesse campo
de pesquisa apresenta-se prenhe de embaraços. Exige qualidades de observação e
de método, paciência, perseverança, que estão longe de ser predicados de todos
os homens. As manifestações espíritas obedecem a regras mais sutis, a condições
mais delicadas e mais complexas que as de qualquer outra ciência. Aos
experimentadores foram precisos longos anos de estudo e de observação para
chegarem a determinar as leis que regem o fenômeno espírita. (Obra citada.)
Observação:
Para acessar a 2ª Parte deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/01/o-alem-e-asobrevivencia-do-ser-leon_29.html
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