Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
Parte 3
Vimos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o
estudo de onze livros de André Luiz, psicografados pelo médium Francisco
Cândido Xavier, integrantes da chamada Série Nosso Lar.
Concluído o estudo dos sete primeiros livros da Série, estudamos
agora a oitava obra: Nos Domínios da
Mediunidade, publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.
Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do
livro, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND
e, em seguida, no verbete " Nos
Domínios da Mediunidade".
Eis as questões de hoje:
17. Um Espírito em sofrimento pode refletir no médium as impressões que o atormentam?
Sim. Referindo-se a um Espírito que trazia a mente subjugada
pelo remorso com que ambientou nele mesmo a maldição recebida de seu pai, Aulus
explicou que, se aquele enfermo se utilizasse de um médium, para o intercâmbio
espiritual, refletiria no instrumento passivo as impressões que o possuíam, mercê
dos “processos de imanização em que se baseiam os serviços de
intercâmbio". (Nos Domínios da
Mediunidade, cap. 4, pp. 42 e 43.)
18. Quando o
benfeitor espiritual pousou a destra na fronte do dirigente encarnado,
mostrou-se mais humanizado e quase obscuro. Por quê?
Aulus, referindo-se ao irmão Clementino, esclareceu: "O
benfeitor espiritual que ora nos dirige afigura-se-nos mais pesado porque
amorteceu o elevado tom vibratório em que respira habitualmente, descendo à
posição de Raul, tanto quanto lhe é possível, para benefício do trabalho começante.
Influencia agora a vida cerebral do condutor da casa, à maneira dum musicista
emérito manobrando, respeitoso, um violino de alto valor, do qual conhece a
firmeza e a harmonia". Apesar da redução vibratória, André notou que a
cabeça venerável de Clementino emitia raios fulgurantes, ao mesmo tempo que o
cérebro de Raul, o dirigente encarnado, sob a ação do benfeitor, se nimbava de
luminosidade intensa, embora diversa. (Obra citada, cap. 5, pp. 45 e 46.)
19. Nossos
pensamentos podem apresentar natureza diferenciada e peso próprio?
Sim. Da mesma forma que a lâmpada arroja de si mesma os
fotônios, que são elementos vivos da Natureza a vibrarem no "espaço
físico", nossa alma lança fora de si os princípios espirituais,
condensados na força ponderável e múltipla do pensamento, princípios esses com
que influímos no "espaço mental". O pensamento não escapa às
realidades do mundo corpuscular. Pensamentos de crueldade, revolta, tristeza,
amor, esperança ou alegria têm natureza diferenciada, com característicos e
pesos próprios, adensando a alma ou sutilizando-a, além de lhe definirem as
qualidades magnéticas. A onda mental possui determinados coeficientes de força
na concentração silenciosa, no verbo exteriorizado ou na palavra escrita. (Obra citada, cap. 5, pp. 47 a 49.)
20. É possível
identificar com nitidez as correntes mentais que assimilamos?
Sim. Nosso pensamento vibra em certo grau de frequência, a
concretizar-se em nossa maneira especial de expressão, no círculo dos hábitos e
dos pontos de vista, dos modos e do estilo que nos são peculiares. Diz o
instrutor Aulus que basta nos afeiçoemos aos exercícios da meditação, ao estudo
edificante e ao hábito de discernir para compreendermos onde se nos situa a
faixa de pensamento, identificando com nitidez as correntes espirituais que
passamos a assimilar. (Obra citada, cap. 5, págs. 50 e 51.)
21. Como podemos
definir a tentação?
Lembremos que a mediunidade é um dom inerente a todos os
seres, como a faculdade de respirar. Cada criatura assimila, pois, as forças
superiores ou inferiores com as quais se sintoniza. Esse o motivo pelo qual
Jesus recomendou-nos oração e vigilância para não cairmos nas sugestões do mal,
porque – no dizer de Aulus – a tentação é o fio de forças vivas a irradiar-se
de nós, captando os elementos que lhe são semelhantes e tecendo, assim, ao
redor de nossa alma, espessa rede de impulsos, por vezes irresistíveis. (Obra
citada, cap. 5, págs. 50 e 51.)
22. Pode um
processo de vampirização perdurar por vários anos?
Sim. André Luiz refere-se a um caso assim, de um homem que
desencarnara em plena vitalidade, depois de festiva loucura e sem o menor sinal
de habilitação para conchegar-se às verdades do espírito. Desenfaixando-se da
veste carnal, com o pensamento enovelado à paixão por uma mulher que sintonizou
com ele, a ponto de retê-lo junto de si com aflições e lágrimas, passou a
vampirizar-lhe o corpo. Desarvorado com a perda do corpo físico, adaptou-se ao
organismo da mulher amada, que passou a obsidiar, nela encontrando novo
instrumento de sensação, pois via por seus olhos, ouvia por seus ouvidos,
muitas vezes falava por sua boca e vitalizava-se com os alimentos por ela utilizados.
E nessa simbiose viviam já por cinco anos sucessivos, produzindo na mulher
perturbada desequilíbrios orgânicos de vulto. (Obra citada, cap. 6, págs. 53 a
55.)
23. Numa sessão
em que se atendem Espíritos sofredores, que papel incumbe ao médium que lhes
serve de intermediário?
Nas sessões mediúnicas dessa natureza, que Aulus designa
"sessões de caridade", o médium que recebe o Espírito sofredor é o
primeiro socorrista, mas, se o socorrista cai no padrão vibratório do
necessitado que lhe roga serviço, há pouca esperança no amparo eficiente. O
médium tem o dever de colaborar na preservação da ordem e da respeitabilidade
na obra de assistência aos desencarnados, permitindo-lhes a livre manifestação
apenas até o ponto em que essa manifestação não colida com a harmonia
necessária ao conjunto e com a dignidade imprescindível. (Obra citada, cap. 6,
págs. 55 e 56.)
24. Durante a
comunicação, a alma do médium fica próxima do seu corpo físico?
Sim, sempre que o esforço se refira a entidades em
desajuste. Nesses casos, o medianeiro não deve ausentar-se demasiado. “No
concurso aos irmãos desequilibrados, nossa presença é imperativo dos mais
lógicos”, diz Aulus. (Obra citada, cap. 6, págs. 56 a 58.)
Observação:
Para acessar a 2ª Parte deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/02/nos-dominios-damediunidade-andre-luiz.html
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