quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

 


Nos Domínios da Mediunidade

 

André Luiz

 

Parte 5

 

Vimos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros de André Luiz, psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Concluído o estudo dos sete primeiros livros da Série, estudamos agora a oitava obra: Nos Domínios da Mediunidade, publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do livro, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND e, em seguida, no verbete " Nos Domínios da Mediunidade".

Eis as questões de hoje:

 

33. Que é uma sonâmbula perfeita?

A explicação foi dada pelo Assistente Aulus, referindo-se à médium Celina, para ele uma sonâmbula perfeita: "A psicofonia, em seu caso, se processa sem necessidade de ligação da corrente nervosa do cérebro mediúnico à mente do hóspede que o ocupa". A espontaneidade dela é tamanha na cessão de seus recursos, que não tem qualquer dificuldade para desligar-se de maneira automática do campo sensório, perdendo provisoriamente o contacto com os centros motores da vida cerebral. "Sua posição medianímica é de extrema passividade. Por isso mesmo, revela-se o comunicante mais seguro de si na exteriorização da própria personalidade", acrescentou Aulus. Esse fato não significa, contudo, que a médium estivesse ausente ou irresponsável. Junto de seu corpo, agia como mãe generosa, auxiliando o sofredor que por ela se exprimia, qual se fora frágil protegido de sua bondade. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 8, págs. 72 a 74.)

34. Na atividade mediúnica, é preferível a psicofonia consciente ou a sonambúlica?

Depende do médium. Falando sobre o assunto, Aulus explicou: "O sonambulismo puro, quando em mãos desavisadas, pode produzir belos fenômenos, mas é menos útil na construção espiritual do bem. A psicofonia inconsciente, naqueles que não possuem méritos morais suficientes à própria defesa, pode levar à possessão, sempre nociva, e que, por isso, apenas se evidencia integral nos obsessos que se renderam às forças vampirizantes". (Obra citada, cap. 8, págs. 74 a 76.)

35. Que ocorreu quando o obsessor viu no recinto sua vítima?

O obsessor voltou-se para Pedro (a vítima) e pareciam dois contendores engalfinhados em luta feroz. O obsidiado sentiu o golpe como se ali estivesse ocorrendo um autêntico ataque epiléptico, com toda a sua clássica sintomatologia, porque tinha a face transfigurada por indefinível palidez, os músculos jaziam tetanizados e a cabeça, exibindo os dentes cerrados, mostrava-se flectida para trás, enquanto os braços se assemelhavam a dois galhos de arvoredo, quando retorcidos pela tempestade. Em seguida à rigidez do corpo, vieram estranhas convulsões que se estenderam aos olhos que se moviam em reviravoltas contínuas. O insensível perseguidor como que se entranhou no corpo da vítima e pronunciou duras palavras, que só André e seus companheiros puderam ouvir, uma vez que as funções sensoriais de Pedro mostravam-se em deplorável inibição. (Obra citada, cap. 9, págs. 77 a 79.)

36. No fenômeno da possessão que é que se observa no paciente?

Primeiro, ele fica incapaz de qualquer domínio sobre si mesmo. No caso de Pedro (o obsidiado), Aulus informou: "Todas as células do córtex sofrem o bombardeio de emissões magnéticas de natureza tóxica. Os centros motores estão desorganizados. Todo o cerebelo está empastado de fluidos deletérios. As vias do equilíbrio aparecem completamente perturbadas". Pedro não dispunha de controle para governar-se, nem de memória comum para registrar a ocorrência. Mas isso somente no setor da forma de matéria densa, visto que, em espírito, ele arquivava todas as particularidades da situação em que se encontrava, de modo a enriquecer o patrimônio das próprias experiências. O Assistente explicou que estavam diante de um transe mediúnico de baixo teor, embora na linguagem médica o fato constituísse um ataque epiléptico, porquanto ali se via a associação de duas mentes desequilibradas, a prender-se às teias do ódio recíproco. (Obra citada, cap. 9, págs. 79 a 81.)

37. A oração pode ajudar de algum modo em casos assim?

Sim. E foi isso que a médium Celina, percebendo a dificuldade para atingir o obsessor com a palavra falada, buscou, com o auxílio de Aulus. Formulou, então, vibrante prece, implorando a Compaixão Divina para os infortunados companheiros que ali se digladiavam inutilmente. As palavras da médium libertaram jactos de força luminescente a lhe saltarem das mãos e a envolverem em sensações de alívio os participantes do conflito. O perseguidor, qual se houvesse aspirado alguma substância anestesiante, se desprendeu automaticamente da vítima, que repousou, enfim, num sono profundo e reparador. O obsessor foi, então, conduzido, semiadormecido, a um local de emergência e Dona Celina ofereceu um pouco d'água fluidificada à chorosa e assustadiça genitora do enfermo. (Obra citada, cap. 9, págs. 81 e 82.)

38. Onde se radicava a causa da obsessão sofrida por Pedro?

Na derradeira metade do século 19, Pedro era um médico que abusava da missão de curar. Uma análise mental particularizada identificá-lo-ia em numerosas aventuras menos dignas. O perseguidor que presentemente lhe dominava as energias era-lhe irmão consanguíneo, cuja esposa nosso amigo doente de agora procurou seduzir. Para isso, insinuou-se de formas diversas, além de prejudicar o irmão em todos os seus interesses econômicos e sociais, até incliná-lo à internação num hospício, onde estacionou por muitos anos, aparvalhado e inútil, à espera da morte. Desencarnando e encontrando-o na posse da mulher, desvairou-se no ódio de que passou a nutrir-se. Martelou-lhes, então, a existência e aguardou-o, além-túmulo, onde os três se reuniram em angustioso processo de regeneração. A companheira, menos culpada, foi a primeira a retornar ao mundo, onde mais tarde recebeu o médico delinquente nos braços maternais, como seu próprio filho, purificando o amor de sua alma. O irmão atraiçoado de outro tempo, todavia, não encontrou forças para modificar-se e continuava vampirizando-o, obstinado no ódio a que se rendeu impensadamente". (Obra citada, cap. 9, págs. 82 e 83.)

39. A cura de Pedro (o ex-médico vítima da possessão) poderia vir logo?

A esta pergunta feita por André Luiz, Aulus respondeu: "Isso dependerá muito dele e da vítima com quem se encontra endividado. A assimilação de princípios mentais renovadores determina mais altas visões da vida. Todos os dramas obscuros da obsessão decorrem da mente enfermiça. Aplicando-se com devotamento às novas obrigações de que será investido, caso persevere no campo de nossa Consoladora Doutrina, sem dúvida abreviará o tempo de expiação a que se acha sujeito, de vez que, em se convertendo ao bem, modificará o tônus mental do adversário, que se verá arrastado à própria renovação pelos seus exemplos de compreensão e renúncia, humildade e fé". (Obra citada, cap. 9, pp. 84 e 85.)

40. Após a cura, ver-se-iam ainda alguns resquícios da possessão?

Sim. De acordo com as explicações de Aulus, depois de se extinguirem os acessos da possessão, Pedro sofreria os reflexos do desequilíbrio em que se envolveu, a se exprimirem nos fenômenos mais leves da epilepsia secundária, que emergiriam, por algum tempo, ante as simples recordações mais fortes da luta que vem atravessando, até o integral reajuste do corpo perispirítico. (Obra citada, cap. 9, pp. 84 e 85.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 4 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/02/nos-dominios-damediunidade-andre-luiz_17.html

 

 

 

 

 

 

 

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