O Evangelho segundo o Espiritismo
Allan Kardec
Parte 14
Prosseguimos o estudo metódico de “O
Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, terceira das obras que
compõem o Pentateuco Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em abril
de 1864.
Este estudo é publicado sempre às
quintas-feiras.
Caso o leitor queira ter em mãos o
texto consolidado dos estudos relativos à presente obra, para acompanhar, pari
passu, o presente estudo, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN
e, em seguida, no verbete "O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Eis as questões de hoje:
105. Qual é o nosso dever diante da tarefa de propagação do Espiritismo?
“Ide e pregai a palavra divina”,
eis o convite-desafio proposto aos espíritas. É chegada a hora em que devemos
sacrificar à propagação do Espiritismo os nossos hábitos, os nossos trabalhos,
as nossas ocupações fúteis. Nessa tarefa estarão conosco os Espíritos elevados.
Faz-se mister regar com o nosso suor o terreno onde teremos de semear. Devemos
levar a palavra divina aos grandes que a desprezarão, aos eruditos que exigirão
provas, aos pequenos e simples que a aceitarão, porque principalmente entre os
mártires do trabalho encontraremos fervor e fé. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XX, item 4.)
106. Se muitos espíritas se extraviam do bom caminho, por
qual sinal podemos reconhecer os que ainda estão na rota certa?
Respondendo a essa pergunta, Erasto
disse: “Reconhecê-los-eis pelos princípios da verdadeira caridade que eles
ensinarão e praticarão. Reconhecê-los-eis pelo número de aflitos a que levem
consolo; reconhecê-los-eis pelo seu amor ao próximo, pela sua abnegação, pelo
seu desinteresse pessoal; reconhecê-los-eis, finalmente, pelo triunfo de seus
princípios, porque Deus quer o triunfo de Sua lei; os que seguem Sua lei, esses
são os escolhidos e Ele lhes dará a vitória; mas Ele destruirá aqueles que
falseiam o espírito dessa lei e fazem dela degrau para contentar sua vaidade e
sua ambição”. (Obra citada, cap. XX, item 4.)
107. A quem Deus irá confiar os postos mais difíceis na
grande obra de regeneração pelo Espiritismo?
Segundo o Espírito de Verdade,
ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor com desinteresse e
sem outro móvel, senão a caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo
cêntuplo do que tiverem esperado. Ditosos os que hajam dito a seus irmãos:
"Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao
chegar, encontre acabada a obra", porquanto o Senhor lhes dirá:
"Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor
silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse
dano para a obra!" Mas, ai daqueles que, por efeito das suas dissensões,
houverem retardado a hora da colheita, pois a tempestade virá e eles serão
levados no turbilhão! Aos que não recuarem diante de suas tarefas é que o
Senhor irá confiar os postos mais difíceis na grande obra da regeneração pelo
Espiritismo. Cumprir-se-ão, então, estas palavras: "Os primeiros serão os
últimos e os últimos serão os primeiros no reino dos céus". (Obra citada,
cap. XX, item 5.)
108. Que significa, no sentido evangélico, a palavra profeta
e quem são os falsos profetas?
Atribui-se comumente aos profetas o
dom de adivinhar o futuro, de sorte que as palavras profecia e predição se
tornaram sinônimas. No sentido evangélico, o vocábulo profeta tem mais extensa
significação. Ele se aplica a todo enviado de Deus cuja missão é instruir os
homens e revelar-lhes as coisas ocultas e os mistérios da vida espiritual.
Pode, pois, um homem ser profeta, sem fazer predições. Falsos profetas são
aqueles que assim se nomeiam, sem terem para isso condições. Os falsos profetas
não se encontram unicamente entre os encarnados. Há-os também, e em muito maior
número, entre os Espíritos orgulhosos que, aparentando amor e caridade, semeiam
a desunião e retardam a obra de emancipação da Humanidade, lançando-lhe seus
sistemas absurdos, depois de terem feito que seus médiuns os aceitem. E, para
melhor fascinarem aqueles a quem desejam iludir, para darem mais peso às suas
teorias, se apropriam sem escrúpulo de nomes que só com muito respeito os
homens pronunciam. (Obra citada, cap. XXI, itens 4 e 10.)
109. Quais são as características do verdadeiro profeta?
Os verdadeiros missionários de Deus
ignoram-se a si mesmos, em sua maior parte; desempenham a missão a que foram
chamados pela força do gênio que possuem, secundado pelo poder oculto que os
inspira e dirige a seu mau grado, mas sem desígnio premeditado. Numa palavra:
os verdadeiros profetas se revelam por seus atos, são adivinhados, ao passo que
os falsos profetas se dizem, eles próprios, enviados de Deus. Os primeiros são
humildes e modestos; os outros, orgulhosos e cheios de si, falam com altivez e,
como todos os mendazes, parecem sempre temerosos de que não lhes deem crédito.
(Obra citada, cap. XXI, item 9.)
110. Podemos acreditar, sem nenhum cuidado, em todos os
Espíritos que se comunicam?
Não. João Evangelista, no cap. IV
de sua 1ª Epístola, já nos advertira quanto a isso: “Meus bem-amados, não
creais em qualquer Espírito; experimentai se os Espíritos são de Deus,
porquanto muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”. O Espiritismo nos
faculta os meios de experimentá-los, apontando os caracteres pelos quais se
reconhecem os bons Espíritos, caracteres sempre morais, nunca materiais.
Julgam-se os Espíritos pela qualidade de suas obras, como uma árvore pela
qualidade dos seus frutos. (Obra citada, cap. XXI, itens 6 e 7.)
111. Qual é um dos maiores escolhos da prática
mediúnica?
A mistificação, o engano, o logro
em que muitos médiuns caem, quando não se precatam bastante. Aí se encontra um
dos maiores escolhos da prática mediúnica, em que muitos funestamente esbarram,
mormente se são novatos no Espiritismo. É-lhes isso uma prova de que só com
muita prudência podem triunfar. Devemos, pois, aprender, antes de tudo, a
distinguir os bons e os maus Espíritos, para não sermos também vítimas dos
falsos profetas. (Obra citada, cap. XXI, itens 11 e 12.)
112. É verdade que Jesus, em determinados casos, admitia o
divórcio?
Sim. Jesus manifestou-se claramente
contra o divórcio, mas o admitia nos casos de adultério. Suas palavras,
conforme o Evangelho de Mateus (19:3-9), não deixam dúvidas quanto a isso: “Por
isso eu vos declaro que aquele que despede sua mulher, a não ser em caso de
adultério, e desposa outra, comete adultério; e que aquele que desposa a mulher
que outro despediu também comete adultério”. (Obra citada, cap. XXII, itens 1 e
5.)
Observação:
Para acessar a Parte 13 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/02/o-evangelho-segundo-o-espiritismo-allan_11.html
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