quinta-feira, 1 de abril de 2021

 



O Céu e o Inferno

 

Allan Kardec

 

Parte 1

 

Iniciamos hoje o estudo metódico do livro “O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, com base na 1ª edição da tradução de João Teixeira de Paula publicada pela Lake.

Este estudo será publicado sempre às quintas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado dos estudos relativos à presente obra, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN e, em seguida, no verbete "O Céu e o Inferno”.

Eis as questões de hoje:

 

1. Em que consiste o panteísmo? 

O panteísmo propriamente dito considera o princípio universal de vida e de inteligência como constituindo a Divindade. Deus é o conjunto de todas as inteligências reunidas; cada indivíduo, sendo uma parte do todo, é Deus ele próprio; nenhum ser superior e independente rege o conjunto. O Universo é uma imensa república sem chefe, ou antes, onde cada qual é chefe com poder absoluto. (O Céu e o Inferno, Primeira Parte, cap. I, itens 6, 7, 8 e 9.)

2. Segundo Kardec, três são as alternativas que se apresentam aos homens. Quais são elas?

O nada, conforme o materialismo; a absorção no Todo Universal, conforme o panteísmo; e a individualidade da alma antes e depois da morte, segundo o espiritualismo. É para esta última crença que a lógica nos impele irresistivelmente, crença que tem formado a base de todas as religiões desde que o mundo existe. (Obra citada, Primeira Parte, cap. I, item 10.)

3. Por que o Espiritismo é, geralmente, bem acolhido pelos atormentados da dúvida?

O Espiritismo tem por si a lógica do raciocínio e a sanção dos fatos, e é por isso que inutilmente o combatem. Ao ensinar-nos a individualidade da alma antes e depois da morte, o Espiritismo oferece-nos uma perspectiva melhor a respeito da vida e é por isso que é acolhido pressurosamente por todos os atormentados da dúvida, os que não encontram nem nas crenças nem nas filosofias vulgares o que procuram. (Obra citada, Primeira Parte, cap. I, itens 13 e 14.)

4. Qual será, na opinião de Kardec, o primeiro ponto de contato dos diversos cultos, com vistas a uma futura fusão das crenças?

A unificação feita relativamente à sorte futura das almas será o primeiro ponto de contato dos diversos cultos, um passo imenso para a tolerância religiosa em primeiro lugar e, mais tarde, para a completa fusão. (Obra citada, Primeira Parte, cap. I, item 14.)

5. Quais as causas do temor da morte? 

O temor da morte é um efeito da sabedoria da Providência e uma consequência do instinto de conservação comum a todos os viventes. Ele é necessário enquanto não se está suficientemente esclarecido sobre as condições da vida futura, como contrapeso à tendência que, sem esse freio, nos levaria a deixar prematuramente a vida e a negligenciar o trabalho terreno que deve servir ao nosso próprio adiantamento. À proporção que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui; uma vez esclarecida a sua missão terrena, aguarda-lhe o fim calma, resignada e serenamente. A certeza da vida futura dá-lhe outro curso às ideias, outro fito ao trabalho; antes dela, nada que não se prenda ao presente; depois dela, tudo pelo futuro sem desprezo do presente, porque sabe que o futuro depende da boa ou da má direção dada ao presente. A certeza de reencontrar seus amigos depois da morte, de reatar as relações que tivera na Terra, de não perder um só fruto do seu trabalho, de engrandecer-se incessantemente em inteligência e perfeição, dá ao homem paciência para esperar e coragem para suportar as fadigas transitórias da vida terrestre. A solidariedade entre vivos e mortos faz-lhe compreender a que deve existir na Terra, onde a fraternidade e a caridade têm desde então um fim e uma razão de ser, tanto no presente como no futuro. (Obra citada, Primeira Parte, cap. II, itens 1 a 4; 8 e 9.)

6. Por que o homem é geralmente apegado às coisas terrenas? 

No Espírito atrasado a vida material prevalece sobre a espiritual. Apegando-se às aparências, o homem não distingue a vida além do corpo, esteja embora na alma a vida real. Aniquilado o corpo, tudo se lhe afigura perdido, desesperador. A vida futura é-lhe uma ideia vaga, mais uma probabilidade do que uma certeza absoluta. Ele acredita, desejaria que assim fosse, mas apesar disso exclama: "Se, todavia, assim não for! O presente é positivo, ocupemo-nos dele primeiro, que o futuro por sua vez virá". É considerável o número dos dominados por este pensamento. Outra causa de apego às coisas terrenas, mesmo nos que mais firmemente creem na vida futura, é a impressão do ensino que relativamente a ela se lhes tem dado desde a infância. Convenhamos que o quadro pela religião esboçado sobre o assunto é nada sedutor e ainda menos consolador. (Obra citada, Primeira Parte, cap. II, itens 4, 5 e 6.)

7. Qual o futuro dos homens, na visão do Espiritismo? 

A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém o resultado da observação. Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa: são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever sua situação. E aí os vemos em todos os graus da escala espiritual, em todas as fases da felicidade e da desgraça, assistindo, enfim, a todas as peripécias da vida de além-túmulo.

A vida futura é, segundo o Espiritismo, a continuação da vida terrena em melhores condições e por isso os espíritas a aguardam com a mesma confiança com que aguardariam o despontar do Sol após uma noite de tempestade. Os motivos dessa confiança decorrem dos fatos testemunhados e da concordância desses fatos com a lógica, com a justiça e com a bondade de Deus. (Obra citada, Primeira Parte, cap. II, item 10.)

8. Que significa o vocábulo céu e onde a teologia católica o situa? 

A palavra céu designa o espaço indefinido que circunda a Terra, e mais particularmente a parte que está acima do nosso horizonte. Vem do latim coelum, côncavo, porque o céu parece uma imensa concavidade. A teologia cristã reconhece três céus: o primeiro é o da região do ar e das nuvens; o segundo, o espaço em que giram os astros, e o terceiro, para além deste, é a morada do Altíssimo, a habitação dos que o contemplam face a face. É conforme a esta crença que se diz que S. Paulo foi alçado ao terceiro céu. (Obra citada, Primeira Parte, cap. III, itens 1 e 2.)

 

 

 

 

 

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