quinta-feira, 22 de abril de 2021

 



O Céu e o Inferno

 

Allan Kardec

 

Parte 4

 

Continuamos o estudo metódico do livro “O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, com base na 1ª edição da tradução de João Teixeira de Paula publicada pela Lake.

Este estudo será publicado sempre às quintas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado dos estudos relativos à presente obra, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN e, em seguida, no verbete "O Céu e o Inferno”.

Eis as questões de hoje:

 

25. Em que se fundamentam os princípios espíritas acerca das penas futuras? 

A Doutrina Espírita, no que respeita às penas futuras, não se baseia numa teoria preconcebida; não é um sistema substituindo outro sistema: em tudo ela se apoia nas observações, e são estas que lhe dão plena autoridade. Ninguém jamais imaginou que as almas, depois da morte, se encontrariam em tais ou quais condições. São elas, essas mesmas almas, partidas da Terra, que nos vêm hoje iniciar nos mistérios da vida futura, descrever-nos sua situação feliz ou desgraçada, as impressões, a transformação pela morte do corpo, completando, em uma palavra, os ensinamentos do Cristo sobre esse ponto. (O Céu e o Inferno, Primeira Parte, cap. VII, Princípios da Doutrina Espírita sobre as Penas Futuras.)

26. O arrependimento é, segundo o ensino espírita, suficiente para a regeneração do homem e sua salvação? 

Não. Conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, o arrependimento não basta por si só; são necessárias a expiação e a reparação. Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. (Obra citada, Primeira Parte, cap. VII, Código Penal da Vida Futura, itens 16 e 17.)

27. O Código Penal da Vida Futura, de conformidade com o ensino espírita, pode ser sintetizado em três princípios. Quais são eles?  

Eis os três princípios que resumem o Código Penal da Vida Futura:

1º - O sofrimento é inerente à imperfeição.

2º - Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas consequências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.

3º - Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade. A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra – tal é a lei da Justiça Divina. (Obra citada, Primeira Parte, cap. VII, item 33.)

28. Quem são os anjos segundo a doutrina da Igreja? 

De acordo com a doutrina da Igreja, os anjos são seres puramente espirituais, anteriores e superiores à Humanidade, criaturas privilegiadas e votadas à felicidade suprema e eterna desde a sua formação, e dotadas de todas as virtudes e conhecimentos, nada tendo feito, aliás, para adquiri-los. Estão, por assim dizer, no primeiro plano da Criação, contrastando com o último onde a vida é puramente material. (Obra citada, Primeira Parte, cap. VIII, item 2.)

29. Segundo a Igreja, os anjos dividem-se em três grandes hierarquias. Quais são elas? 

Os da primeira e mais alta hierarquia designam-se conformemente às funções que exercem no céu: são os Serafins, os Querubins e os Tronos.

Os anjos da segunda hierarquia recebem nomes consentâneos com as operações que se lhes atribuem no governo geral do Universo: são as Dominações, as Virtudes e as Potências ou Potestades.

Os da terceira hierarquia têm por missão a direção das sociedades e das pessoas: são os Principados, os Arcanjos e os Anjos de guarda. (Obra citada, Primeira Parte, cap. VIII, item 2.)

30. O Espiritismo admite a existência de anjos? 

Sim. Não há dúvida de que existam seres dotados de todas as qualidades atribuídas aos anjos. A revelação espírita neste ponto confirma a crença de todos os povos, fazendo-nos conhecer ao mesmo tempo a origem e natureza de tais seres.

As almas ou Espíritos são criados simples e ignorantes, isto é, sem conhecimentos nem consciência do bem e do mal, mas aptos para adquirir o que lhes falta. O trabalho é o meio de aquisição, e o fim - que é a perfeição - é para todos o mesmo. Conseguem-no mais ou menos prontamente em virtude do livre-arbítrio e na razão direta dos seus esforços; todos têm os mesmos degraus a franquear, o mesmo trabalho a concluir.

Os anjos são, assim, as almas dos homens chegados ao grau de perfeição que a criatura comporta, fruindo em sua plenitude a prometida felicidade. Antes, porém, de atingir o grau supremo, gozam de felicidade relativa ao seu adiantamento, felicidade que consiste nas funções que a Deus apraz confiar-lhes, não na ociosidade. (Obra citada, Primeira Parte, cap. VIII, itens 3, 12 a 14.)

31. Qual é a origem da doutrina relativa à existência dos demônios?

O duplo princípio do bem e do mal foi, durante muitos séculos, e sob vários nomes, a base de todas as crenças religiosas. Vemo-lo assim sintetizado em Ormuz e Arimane entre os persas, em Jeová e Satã entre os hebreus. Todavia, como todo soberano deve ter ministros, as religiões geralmente admitiram potências secundárias, ou bons e maus gênios. Os pagãos fizeram deles individualidades com a denominação genérica de deuses e deram-lhes atribuições especiais para o bem e para o mal, para os vícios e para as virtudes. Os cristãos e os muçulmanos herdaram dos hebreus os anjos e os demônios. A doutrina dos demônios tem, por conseguinte, origem na antiga crença dos dois princípios. (Obra citada, Primeira Parte, cap. IX, itens 5 e 6.)

32. Quem são os demônios segundo o ensino da Igreja? 

Por muito tempo se ensinou no âmbito da Igreja que os demônios eram seres votados exclusiva e eternamente ao mal, e Satanás, o seu rei ou chefe. Na época da codificação da doutrina espírita, conforme texto contido na pastoral de Monsenhor Gousset, cardeal-arcebispo de Reims, para a quaresma de 1865, tal pensamento alterou-se um pouco, a saber: Deus não os teria criado perversos e maus, mas os fizera iguais aos Espíritos sublimes de glória e felicidade. Subdivididos por todas as suas ordens e adstritos a todas as classes, eles tinham o mesmo fim e idênticos destinos e seu chefe era o mais belo dos arcanjos. Mas eles se revoltaram e desde então, sem que se saiba exatamente o porquê, dedicam-se ao mal. (Obra citada, Primeira Parte, cap. IX, itens 7 e 8.)

 

 

Observação: Para acessar a Parte 3 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/04/blog-post_15.html

 

 

 

 

 

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