Nas Fronteiras
da Loucura
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 5
Continuamos neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – do livro Nas Fronteiras da Loucura, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.
Este estudo será publicado neste blog sempre às
segundas-feiras.
Caso o leitor queira ter em mãos o texto condensado da obra em
foco, para complementar o estudo ora iniciado, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#MANOEL
e, em seguida, no verbete "Nas
Fronteiras da Loucura”.
Eis as questões de hoje:
33. A assistência proporcionada pelos benfeitores espirituais
gera algum tipo de privilégio para o assistido, que as demais pessoas não
desfrutam?
Não. A respeito do
assunto, Dr. Bezerra explicou: "As nossas providências de socorro não
geram clima de privilégio, nem protecionismo injustificável. Cada um respira a
psicosfera que gera no campo mental. Todos somos as aspirações que cultivamos,
os labores que produzimos. O Senhor recomendou-nos dar a quem pede, abrir a
quem bate, facultar a quem busca, dentro das possibilidades de merecimento dos
que recorrem ao auxílio". E ajuntou: "Quando albergamos os nossos
jovens, na condição de humildes cireneus, objetivamos ampará-los da agressão
perniciosa das Entidades vulgares, portadoras de sentimentos impermeáveis à
compaixão e à misericórdia... Mercê de Deus, conseguimos o tentame. A cruz,
porém, é intransferível, de cada qual. Podemos ajudar a diminuir-lhe o peso,
não a transferi-la de ombros". (Nas
Fronteiras da Loucura, cap. 12, pp. 95 e 96.)
34. Que ocorre de imediato aos que desencarnam em meio aos
excessos e loucuras pertinentes ao carnaval?
Muitos deles são
recolhidos em lastimável estado e logo se dão conta da inutilidade dos
caprichos que sustentavam, chorando copiosamente em arrependimentos sinceros,
inesperados. Cansados da busca do fútil, despertam para outros valores,
recebendo imediato auxílio, desde que onde se encontram as necessidades reais
logo surge o amparo próprio distendido em atitude socorrista. O homem é o
artífice do seu destino, sendo feliz ou desventurado conforme eleja o
procedimento que se deve impor. Obviamente, a opção se faz de difícil vivência,
quando escolhe a dignidade e o sacrifício dos interesses inferiores. Contudo,
os júbilos que se fruem e as bênçãos que se colhem são maiores e mais
compensadores do que quaisquer outras satisfações que experimentamos no mundo.
(Obra citada, cap. 13, pp. 97 e 98.)
35. No caso da tentativa de suicídio de Noemi, insuflada por
um Espírito, como explicar a súbita mudança verificada no íntimo do obsessor?
A explicação foi
dada pelo Dr. Bezerra. Ao ser avisado da tentativa de suicídio de Noemi, o
Mentor fizera uma consulta aos Centros de Informação da esfera espiritual, a
respeito do conteúdo obsessivo do problema, o Espírito envolvido e como
alcançá-lo. Enquanto se dirigiam ao Hospital, Mensageiros providenciaram a
vinda dos familiares do perseguidor, que também aguardavam oportunidade como
aquela, a fim de atingi-lo para a sua redenção. Esclareceu o amorável Mentor:
"Não há força que suplante o amor. Recorrendo à fonte sublime do Amor Sem
Limite, através da oração, fomos visitados pela resposta superior do Céu, que o
dulcificou, num átimo, fazendo-o recordar-se da própria filhinha, que um dia
fora raptada da sua companhia. O amor que nele estava enfermo, escravo da
revolta, rompeu as amarras e ele cedeu, o que lhe facultou sintonizar com os
afetos familiares, convidados para aquele momento". (Obra citada, cap. 13,
pp. 102 a 104.)
36. É certo afirmar que somente ocorrem obsessões porque
existem endividados?
Sim. No caso de
Noemi, o obsessor que acabara de ser resgatado da alucinação de que padecia,
fora vítima dela. Noemi estava envolvida no rapto da filha dele numa anterior
existência. Artur, ao comentar esse fato, afirmou: "Como sabemos, somente
sucedem obsessões, porque existem endividados. Todo obsessor, por mais
insensível e cruel, é somente alguém doente, que se viu traído e não tem sabido
ou querido superar a condição de dor a que foi arrojado." "Enquanto
não luz o perdão na antiga vítima e a transformação moral do infrator, a
problemática aflitiva prossegue, mudando apenas de forma ou de atitude de quem
persegue e de quem é perseguido." (Obra citada, cap. 14, pp. 107 e 108.)
37. Como era o ambiente psíquico no teatro em que
tradicionalmente se realiza no Rio de Janeiro o desfile de fantasias?
Péssimo. Nos
bastidores do teatro, era inocultável a luta, em que as intrigas e diatribes
confundiam-se com as promessas de agressões físicas e escândalos, entre
palavras ásperas e vulgares. As paixões afloravam, extravasando em torrentes de
desequilíbrio, e Espíritos de aspecto bestial e lupino, verdugos e técnicos de
vampirização do tônus sexual, em promiscuidade alarmante com inúmeros
encarnados, ali se misturavam, comprazendo-se uns e outros, como autênticos
parasitas, em osmoses psíquicas de avançado grau. Inobstante o brilho das sedas
e das pedrarias, dos paetês e dos bordados fulgurantes, o ambiente dava mostras
do baixíssimo teor de vibrações viciosas que ali tresandava. Muitos foliões
haviam-se afadigado por longos meses na confecção das fantasias, praticamente
vivendo a psicosfera da ilusão, e diversos deles estavam exaustos, tendo
consumido tempo e dinheiro que poderiam ter sido mais bem aplicados no sentido
da manutenção da vida e salvação de muita gente. (Obra citada, cap. 15, pp. 111
e 112.)
38. No desfile de fantasias citado neste livro, Dr. Bezerra
revelou um fato surpreendente. Que foi que ele revelou?
A revelação foi
feita quando o desfile começou e foi chamado o primeiro candidato da noite,
cuja fantasia lembrava conhecido monarca que se celebrizou pela vulgaridade,
sensualidade e vandalismo. Quando ele avançou para a passarela, debaixo dos
remoques ácidos dos Espíritos que pululavam no recinto, Dr. Bezerra disse:
"Guarde-o Jesus, bem assim a todos que aqui estão, na sua passeata de
ilusão. Por mais que se demore o sonho, será inevitável o acordar. Da sala
nobre e bela do palácio, em que fracassou e comprometeu-se, o irmão ressurge em
travestimento brilhante, num palco de mentira, recebendo a homenagem de uma
glória ligeira, com serpentinas, confetes e lágrimas de dor, numa triste e
enganosa noite de carnaval..." O candidato era, nem mais nem menos, o
monarca que voltou ao cenário terreno, em uma nova existência, mas sem o poder
e o título que então ostentara. (Obra citada, cap. 15, pp. 114 a 116.)
39. O momento da inumação cadavérica é difícil para o
recém-desencarnado?
Sim. Dr. Bezerra, a
propósito do fato, explicou: "Este é um dos instantes mais difíceis para o
recém-desencarnado que perdeu o corpo, sem dele libertar-se. Há, como é
natural, em casos desta e de ordem semelhante, um apego aos despojos físicos
muito acentuado. Demais, os vínculos familiares são fortes cadeias que amarram
as criaturas umas às outras, nestas horas mais poderosos, quando se percebe a
nulidade de qualquer recurso que atenue a angústia de uma separação, que muitos
ainda supõem eterna". (Obra citada, cap. 16, pp. 117 e 118.)
40. Para o Dr. Bezerra de Menezes, são importantes as sessões
mediúnicas?
Evidentemente. Nesta
obra ele destaca a importância das sessões práticas ou mediúnicas do
Espiritismo e sua função consoladora, as quais, além de servirem de medicação
para os Espíritos dos dois lados da vida, constituem prova cabal da sobrevivência.
"Nunca – asseverou Dr. Bezerra – estarão ultrapassadas as realizações
mediúnicas de proveito incontestável, além do poder que exercem para fazer
novos adeptos que então passam a interessar-se pelo estudo da Doutrina e seu
aprofundamento." Depois, após afirmar que o conhecimento, a preparação
doutrinária e as condições morais dos participantes da sessão são os fatores
predominantes para a obtenção dos resultados, ele concluiu: "Respeitamos
todas as criaturas nos degraus em que estagiam, no seu processo de evolução
espiritual. Entretanto, valorizamos os trabalhadores anônimos da mediunidade,
os que formam os círculos espirituais de assistência aos desencarnados e de
intercâmbio conosco pelo sacrifício, abnegação e fidelidade com que se dedicam
ao fanal da consolação e da caridade que flui e reflui nas sessões mediúnicas
de todas as expressões sérias: de ‘curas’ ou fluidoterapia, de desobsessão, de
desenvolvimento ou de educação da mediunidade, de materialização com objetivos
sérios e superiores, favorecendo o exercício das várias faculdades mediúnicas
para a edificação e vivência do bem. Esses trabalhadores incompreendidos,
muitas vezes afadigados, estão cooperando eficazmente, no esquecimento a que
muitos os relegam, com os Benfeitores da Humanidade, na construção do Mundo
Novo de amanhã pelo qual todos anelamos". (Obra citada, cap. 16, pp. 117,
118, 120, 121 e 122.)
Observação:
Para acessar a Parte 4 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/05/blog-post_03.html
Como consultar as matérias deste
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