segunda-feira, 10 de maio de 2021

 



Nas Fronteiras da Loucura

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 5

 

Continuamos neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – do livro Nas Fronteiras da Loucura, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto condensado da obra em foco, para complementar o estudo ora iniciado, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#MANOEL  e, em seguida, no verbete "Nas Fronteiras da Loucura”.

Eis as questões de hoje:

 

33. A assistência proporcionada pelos benfeitores espirituais gera algum tipo de privilégio para o assistido, que as demais pessoas não desfrutam?

Não. A respeito do assunto, Dr. Bezerra explicou: "As nossas providências de socorro não geram clima de privilégio, nem protecionismo injustificável. Cada um respira a psicosfera que gera no campo mental. Todos somos as aspirações que cultivamos, os labores que produzimos. O Senhor recomendou-nos dar a quem pede, abrir a quem bate, facultar a quem busca, dentro das possibilidades de merecimento dos que recorrem ao auxílio". E ajuntou: "Quando albergamos os nossos jovens, na condição de humildes cireneus, objetivamos ampará-los da agressão perniciosa das Entidades vulgares, portadoras de sentimentos impermeáveis à compaixão e à misericórdia... Mercê de Deus, conseguimos o tentame. A cruz, porém, é intransferível, de cada qual. Podemos ajudar a diminuir-lhe o peso, não a transferi-la de ombros". (Nas Fronteiras da Loucura, cap. 12, pp. 95 e 96.)

34. Que ocorre de imediato aos que desencarnam em meio aos excessos e loucuras pertinentes ao carnaval?

Muitos deles são recolhidos em lastimável estado e logo se dão conta da inutilidade dos caprichos que sustentavam, chorando copiosamente em arrependimentos sinceros, inesperados. Cansados da busca do fútil, despertam para outros valores, recebendo imediato auxílio, desde que onde se encontram as necessidades reais logo surge o amparo próprio distendido em atitude socorrista. O homem é o artífice do seu destino, sendo feliz ou desventurado conforme eleja o procedimento que se deve impor. Obviamente, a opção se faz de difícil vivência, quando escolhe a dignidade e o sacrifício dos interesses inferiores. Contudo, os júbilos que se fruem e as bênçãos que se colhem são maiores e mais compensadores do que quaisquer outras satisfações que experimentamos no mundo. (Obra citada, cap. 13, pp. 97 e 98.)  

35. No caso da tentativa de suicídio de Noemi, insuflada por um Espírito, como explicar a súbita mudança verificada no íntimo do obsessor?

A explicação foi dada pelo Dr. Bezerra. Ao ser avisado da tentativa de suicídio de Noemi, o Mentor fizera uma consulta aos Centros de Informação da esfera espiritual, a respeito do conteúdo obsessivo do problema, o Espírito envolvido e como alcançá-lo. Enquanto se dirigiam ao Hospital, Mensageiros providenciaram a vinda dos familiares do perseguidor, que também aguardavam oportunidade como aquela, a fim de atingi-lo para a sua redenção. Esclareceu o amorável Mentor: "Não há força que suplante o amor. Recorrendo à fonte sublime do Amor Sem Limite, através da oração, fomos visitados pela resposta superior do Céu, que o dulcificou, num átimo, fazendo-o recordar-se da própria filhinha, que um dia fora raptada da sua companhia. O amor que nele estava enfermo, escravo da revolta, rompeu as amarras e ele cedeu, o que lhe facultou sintonizar com os afetos familiares, convidados para aquele momento". (Obra citada, cap. 13, pp. 102 a 104.)

36. É certo afirmar que somente ocorrem obsessões porque existem endividados?

Sim. No caso de Noemi, o obsessor que acabara de ser resgatado da alucinação de que padecia, fora vítima dela. Noemi estava envolvida no rapto da filha dele numa anterior existência. Artur, ao comentar esse fato, afirmou: "Como sabemos, somente sucedem obsessões, porque existem endividados. Todo obsessor, por mais insensível e cruel, é somente alguém doente, que se viu traído e não tem sabido ou querido superar a condição de dor a que foi arrojado." "Enquanto não luz o perdão na antiga vítima e a transformação moral do infrator, a problemática aflitiva prossegue, mudando apenas de forma ou de atitude de quem persegue e de quem é perseguido." (Obra citada, cap. 14, pp. 107 e 108.)

37. Como era o ambiente psíquico no teatro em que tradicionalmente se realiza no Rio de Janeiro o desfile de fantasias?

Péssimo. Nos bastidores do teatro, era inocultável a luta, em que as intrigas e diatribes confundiam-se com as promessas de agressões físicas e escândalos, entre palavras ásperas e vulgares. As paixões afloravam, extravasando em torrentes de desequilíbrio, e Espíritos de aspecto bestial e lupino, verdugos e técnicos de vampirização do tônus sexual, em promiscuidade alarmante com inúmeros encarnados, ali se misturavam, comprazendo-se uns e outros, como autênticos parasitas, em osmoses psíquicas de avançado grau. Inobstante o brilho das sedas e das pedrarias, dos paetês e dos bordados fulgurantes, o ambiente dava mostras do baixíssimo teor de vibrações viciosas que ali tresandava. Muitos foliões haviam-se afadigado por longos meses na confecção das fantasias, praticamente vivendo a psicosfera da ilusão, e diversos deles estavam exaustos, tendo consumido tempo e dinheiro que poderiam ter sido mais bem aplicados no sentido da manutenção da vida e salvação de muita gente. (Obra citada, cap. 15, pp. 111 e 112.)  

38. No desfile de fantasias citado neste livro, Dr. Bezerra revelou um fato surpreendente. Que foi que ele revelou?

A revelação foi feita quando o desfile começou e foi chamado o primeiro candidato da noite, cuja fantasia lembrava conhecido monarca que se celebrizou pela vulgaridade, sensualidade e vandalismo. Quando ele avançou para a passarela, debaixo dos remoques ácidos dos Espíritos que pululavam no recinto, Dr. Bezerra disse: "Guarde-o Jesus, bem assim a todos que aqui estão, na sua passeata de ilusão. Por mais que se demore o sonho, será inevitável o acordar. Da sala nobre e bela do palácio, em que fracassou e comprometeu-se, o irmão ressurge em travestimento brilhante, num palco de mentira, recebendo a homenagem de uma glória ligeira, com serpentinas, confetes e lágrimas de dor, numa triste e enganosa noite de carnaval..." O candidato era, nem mais nem menos, o monarca que voltou ao cenário terreno, em uma nova existência, mas sem o poder e o título que então ostentara. (Obra citada, cap. 15, pp. 114 a 116.)

39. O momento da inumação cadavérica é difícil para o recém-desencarnado?

Sim. Dr. Bezerra, a propósito do fato, explicou: "Este é um dos instantes mais difíceis para o recém-desencarnado que perdeu o corpo, sem dele libertar-se. Há, como é natural, em casos desta e de ordem semelhante, um apego aos despojos físicos muito acentuado. Demais, os vínculos familiares são fortes cadeias que amarram as criaturas umas às outras, nestas horas mais poderosos, quando se percebe a nulidade de qualquer recurso que atenue a angústia de uma separação, que muitos ainda supõem eterna". (Obra citada, cap. 16, pp. 117 e 118.)

40. Para o Dr. Bezerra de Menezes, são importantes as sessões mediúnicas?

Evidentemente. Nesta obra ele destaca a importância das sessões práticas ou mediúnicas do Espiritismo e sua função consoladora, as quais, além de servirem de medicação para os Espíritos dos dois lados da vida, constituem prova cabal da sobrevivência. "Nunca – asseverou Dr. Bezerra – estarão ultrapassadas as realizações mediúnicas de proveito incontestável, além do poder que exercem para fazer novos adeptos que então passam a interessar-se pelo estudo da Doutrina e seu aprofundamento." Depois, após afirmar que o conhecimento, a preparação doutrinária e as condições morais dos participantes da sessão são os fatores predominantes para a obtenção dos resultados, ele concluiu: "Respeitamos todas as criaturas nos degraus em que estagiam, no seu processo de evolução espiritual. Entretanto, valorizamos os trabalhadores anônimos da mediunidade, os que formam os círculos espirituais de assistência aos desencarnados e de intercâmbio conosco pelo sacrifício, abnegação e fidelidade com que se dedicam ao fanal da consolação e da caridade que flui e reflui nas sessões mediúnicas de todas as expressões sérias: de ‘curas’ ou fluidoterapia, de desobsessão, de desenvolvimento ou de educação da mediunidade, de materialização com objetivos sérios e superiores, favorecendo o exercício das várias faculdades mediúnicas para a edificação e vivência do bem. Esses trabalhadores incompreendidos, muitas vezes afadigados, estão cooperando eficazmente, no esquecimento a que muitos os relegam, com os Benfeitores da Humanidade, na construção do Mundo Novo de amanhã pelo qual todos anelamos". (Obra citada, cap. 16, pp. 117, 118, 120, 121 e 122.)  

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 4 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/05/blog-post_03.html

 

 

 

 

 

 

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