quarta-feira, 12 de maio de 2021

 


Ação e Reação

 

André Luiz

 

Parte 1

 

Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros de André Luiz, psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Concluído o estudo dos oito primeiros livros da Série, iniciamos nesta data o estudo da nona obra: Ação e Reação, publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do livro, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND e, em seguida, no verbete “Ação e Reação".

Eis as questões de hoje:

 

1. Como Emmanuel define o inferno?

Segundo ele, o inferno exterior nada mais é que o reflexo de nós mesmos, quando, pelo relaxamento e pela crueldade, nos entregamos à prática de ações deprimentes. O Espiritismo revela-nos que a criatura não se encontra subordinada simplesmente ao critério dos penalogistas do mundo, pois, quanto mais esclarecida, tanto mais responsável e entregue aos arestos da própria consciência, na Terra ou fora dela, toda vez que se envolve nos espinheiros da culpa. (Ação e Reação, prefácio de Emmanuel, pp. 9 a 11.)

2. Como André Luiz descreve a Mansão Paz?

Localizada nas regiões inferiores, a Mansão Paz é uma espécie de mosteiro São Bernardo, com a diferença de que, em lugar da neve, circunda-a uma sombra espessa. Vinculada à colônia "Nosso Lar", ela foi fundada há mais de três séculos e dedica-se a receber Espíritos infelizes ou enfermos, decididos a trabalhar pela própria regeneração, elevando-se uns a colônias de aprimoramento na Vida Superior, e retornando outros à esfera dos homens para a reencarnação retificadora. (Obra citada, cap. 1, pp. 13 e 14.)

3. Como ressarcir os débitos da consciência?

Não basta a romagem de purgação do Espírito depois da morte, nos lugares de treva e padecimento, para que os débitos da consciência sejam ressarcidos. O desespero vale por demência a que as almas se atiram nas explosões de incontinência e revolta, mas não serve como pagamento nos tribunais divinos. Druso explicou: "Cessada a febre de loucura e rebelião, o Espírito culpado volve ao remorso e à penitência. Acalma-se como a terra que torna à serenidade e à paciência, depois de insultada pelo terremoto, não obstante amarfanhada e ferida. Então, como o solo que regressa ao serviço da plantação proveitosa, submete-se de novo à sementeira renovadora dos seus destinos". (Obra citada, cap. 1, pp. 16 a 18.)

4. Que Espíritos residem nas zonas infernais propriamente ditas?

Residem ali apenas os que, conhecendo suas responsabilidades morais, delas se ausentaram, deliberadamente. O inferno pode, pois, ser definido como vasto campo de desequilíbrio estabelecido pela maldade calculada, nascido da cegueira voluntária e da perversidade completa. Estando em conexão com a Humanidade terrestre, uma vez que todos os padecimentos infernais são criações dela mesma, esses lugares funcionam como crivos necessários para todos os Espíritos que escorregam nas deserções de ordem geral e menosprezam as responsabilidades que o Senhor lhes outorga. (Obra citada, cap. 1, pp. 18 a 21.)

5. Que lição grande e nova a viagem ao sepulcro nos ensina?

O instrutor Druso diz que as pessoas fazem uma ideia errônea da morte, julgando que seja ela o ponto final dos nossos problemas, enquanto muitos se acreditam privilegiados da Infinita Bondade, por haverem abraçado atitudes de superfície nos templos religiosos. "A viagem do sepulcro, no entanto, ensinou-nos uma lição grande e nova – a de que nos achamos indissoluvelmente ligados às nossas próprias obras", observa Druso. "Nossos atos tecem asas de libertação ou algemas de cativeiro, para a nossa vitória ou nossa perda. A ninguém devemos o destino senão a nós próprios." (Obra citada, cap. 2, pp. 23 a 25.)

6. Que é preciso fazer para livrar-nos das regiões infernais?

Sobre o assunto, eis a recomendação feita pelo instrutor Druso: “Reunindo todas as possibilidades ao nosso alcance, espalhemos, nas províncias de treva e dor que nos rodeiam, o socorro da prece e o concurso do braço fraternal, preparando o regresso ao campo de luta – o plano carnal –, em que o Senhor pela bênção de um corpo novo nos ajudará a esquecer o mal e replantar o bem”. “Para nós, herdeiros de longo passado culposo, a esfera das formas físicas simboliza a porta de saída do inferno que criamos." O instrutor, que estampava na voz a inflexão de quem trazia uma dor imensamente sofrida, concluiu então a sua mensagem: "Supliquemos ao Senhor nos conceda forças para a vitória –, vitória que nascerá em nós para a grande compreensão. Somente assim, ao preço de sacrifício no reajuste, conseguiremos o passaporte libertador!..." (Obra citada, cap. 2, pp. 27 e 28.)

7. Por que uma pessoa abastada pode reencarnar, no seu retorno à carne, em condições de vida paupérrimas?

Tal providência tem caráter educativo. Este livro focaliza um desses casos em que determinado Espírito, que amoleceu a fibra da responsabilidade moral no excesso de reconforto, voltaria à reencarnação em círculo paupérrimo, recebendo aí, quando novamente mulher jovem, então desprotegida, o filho que ela própria complicou nas antigas fantasias de mulher fútil e rica. Ela, então, será para o filho, na carência de recursos econômicos, a inspiradora do heroísmo e da coragem, regenerando-lhe a visão da vida e purificando-lhe as energias na forja da dificuldade e do sofrimento. Se vencerem, eis a felicidade almejada. Se novamente se perderem, regressarão em piores condições ao plano espiritual. (Obra citada, cap. 2, pp. 28 a 30.)

8. Por que muitos Espíritos, apesar de estarem desencarnados, não se lembram de suas existências anteriores?

Um moço desencarnado fez esta mesma pergunta ao instrutor Druso, que assim lhe respondeu: "Bem, os Espíritos que na vida física atendem aos seus deveres com exatidão, retomam pacificamente os domínios da memória, tão logo se desenfaixam do corpo denso, reentrando em comunhão com os laços nobres e dignos que os aguardam na Vida Superior, para a continuidade do serviço de aperfeiçoamento e sublimação que lhes diz respeito; contudo, para nós, consciências intranquilas, a morte no veículo carnal não exprime libertação. Perdemos o carro fisiológico, mas prosseguimos atados ao pelourinho invisível de nossas culpas; e a culpa, meu amigo, é sempre uma nesga de sombra eclipsando-nos a visão". Dito isto, Druso acrescentou: "Nossas faculdades mnemônicas, relativamente às nossas quedas morais, assemelham-se, de certo modo, às conhecidas chapas fotográficas, as quais, se não forem convenientemente protegidas, sempre se inutilizam". (Obra citada, cap. 2, pp. 30 a 32.)

 

 

 

 

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