O Céu e o Inferno
Allan Kardec
Parte 8
Continuamos o estudo metódico do livro “O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, com base na 1ª edição da tradução de João Teixeira de Paula publicada pela Lake.
Este estudo será publicado sempre às
quintas-feiras.
Caso o leitor queira ter em mãos o
texto consolidado dos estudos relativos à presente obra, para acompanhar, pari
passu, o presente estudo, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN
e, em seguida, no verbete "O Céu e o Inferno”.
Eis as questões de hoje:
57. Como é a morte do
incrédulo?
Os incrédulos experimentam nos últimos instantes as angústias desses
pesadelos terríveis em que se veem em escarpas de abismos prestes a tragá-los.
Querem fugir e não podem; procuram agarrar-se a qualquer coisa, mas não
encontram apoio e sentem precipitar-se; querem clamar, gritar e nem sequer um
som podem articular. Então – disse Sanson – vemo-los contorcerem-se, crispar as
mãos, dar gritos sufocados, outros tantos sintomas do pesadelo de que são
vítimas. (O Céu e o Inferno, Segunda
Parte, cap. II, Sanson, item II, perguntas 5 e 6.)
58. O que mais
impressionou Sanson ao despertar no mundo espiritual?
Sanson disse que ficou como que ofuscado, sem poder compreender as
coisas, porquanto a lucidez não volta repentinamente. Deus, porém, permitiu-lhe
recuperar as faculdades, e foi então que ele se viu cercado de numerosos, bons
e fiéis amigos. Todos os Espíritos protetores rodeavam-no sorrindo; uma alegria
sem par irradiava-lhes do semblante e também ele, forte e animado, podia sem
esforço percorrer os espaços. O que viu não tem, disse Sanson, nome na
linguagem dos homens. (Obra citada, Segunda Parte, cap. II, Sanson, item II,
perguntas 7 e 8.)
59. Sob que forma os
Espíritos aparecem aos olhos dos que retornam ao mundo espiritual?
Eles conservam a forma humana e assim se apresentam. (Obra citada,
Segunda Parte, cap. II, Sanson, item III, pergunta 9.)
60. Como os Espíritos se
veem no mundo espiritual? Eles sentem em si as mãos, a cabeça, os braços?
O Espírito, conservando sua forma humana idealizada, pode, sem
contradição, possuir todos os membros mencionados. Sanson disse que sentia
perfeitamente suas mãos com os dedos, pois podia, à vontade, aparecer e apertar
as mãos dos outros, encarnados ou não. (Obra citada, Segunda Parte, cap. II,
Sanson, item III, perguntas 10 e 11.)
61. Logo que desencarna,
o Espírito se lembra do passado?
Conforme seu grau evolutivo, sim, o Espírito pode lembrar-se com
facilidade do passado. Foi o que revelou Jobard, que disse recordar-se das
existências anteriores e sentia ter melhorado. Em sua precedente existência,
Jobard disse ter sido um operário mecânico acossado pela miséria e pelo desejo
de aperfeiçoar sua arte. Como Jobard, ele pôde então realizar os sonhos do
pobre operário. (Obra citada, Segunda Parte, cap. II, Jobard, perguntas 6 e 7.)
62. Como é que os
Espíritos se manifestam sobre a resignação e a coragem diante das provações?
Samuel Filipe deu, a esse respeito, importante depoimento e revelou que
tudo quanto sofrera se anularia caso desfalecesse, tendo de recomeçar novamente
as provações. Eis suas palavras: “Oh! meus amigos, compenetrai-vos firmemente
desta verdade, pois nela reside a felicidade do vosso futuro. Não é, por certo,
comprar muito caro essa felicidade por alguns anos de sofrimento! Ah! Se
soubésseis o que são alguns anos comparados ao infinito! Se de fato a minha
última existência teve algum mérito aos vossos olhos, outro tanto não diríeis
das que a precederam. E não foi senão à força de trabalho sobre mim mesmo que
me tornei o que ora sou. Para apagar os últimos traços das faltas anteriores,
era-me preciso sofrer as últimas provas que voluntariamente aceitei. Foi na
firmeza das minhas resoluções que escudei a resignação, a fim de sofrer sem me
queixar. Hoje abençoo essas provações, pois a elas devo o ter rompido com o
passado – simples recordação agora que me permite contemplar com legítima
alegria o caminho percorrido”. (Obra citada, Segunda Parte, cap. II, Samuel
Filipe, pergunta 2.)
63. A morte nos separa
ou nos aproxima dos entes queridos que já partiram? E eles, os desencarnados,
nos visitam?
A morte não nos separa dos entes queridos que desencarnaram, os quais continuam
a visitar-nos sempre que podem. Tanto Samuel Filipe quanto a Sra. Foulon
manifestaram-se nesse sentido. Eis o que Samuel Filipe afirmou, a propósito de
seus entes queridos: “Se os tivesse esquecido seria indigno da felicidade de
que gozo. Deus não recompensa o egoísmo, pune-o. O mundo em que me vejo pode
fazer com que desdenhe a Terra, mas não os Espíritos nela encarnados. Somente
entre os homens é que a prosperidade faz esquecer os companheiros de
infortúnio. Muitas vezes venho visitar os que me são caros, exultando com a
recordação que de mim guardaram; assisto às suas diversões, e, atraído por seus
pensamentos, gozo se gozam ou sofro se sofrem”. (Obra citada, Segunda Parte,
cap. II, Samuel Filipe, última pergunta; e a viúva Foulon, itens II e III.)
64. Os Espíritos
continuam trabalhando na vida espiritual?
Sim. Dr. Demeure, Bernardino e condessa Paula falaram sobre o assunto,
confirmando o que nos ensina o Espiritismo, ou seja, que as atividades dos
Espíritos são constantes e que o trabalho é componente essencial na vida dos
desencarnados. (Obra citada, Segunda Parte, cap. II, o doutor Demeure,
Bernardino e a condessa Paula.)
Observação: Para
acessar a Parte 7 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/05/blog-post_13.html
Como consultar as matérias deste blog? Se você não
conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário