domingo, 30 de janeiro de 2022

 



O amor é o alimento principal de uma pessoa com deficiência

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

De Londrina-PR

 

Há pessoas preparadas para qualquer desafio, até mesmo quando ele se manifesta na enfermidade de um filho ou na deficiência que o nosso rebento possa trazer desde o berço.

Evidentemente nem todos são assim, havendo criaturas que não apenas lastimam ter gerado filhos com deficiência como têm vergonha de mostrá-los à sociedade. 

Nancy Puhlmann di Girolamo reporta-se a isso em dois livros dedicados ao tema.(1) A vida de uma pessoa com deficiência, afirma Nancy Puhlmann, é muito mais rica do que imaginamos.(2)

Uma revista de grande circulação nacional mostrou, anos atrás, alguns exemplos comoventes de postura oposta, em que pais revelaram o carinho, a dedicação e o afeto real que nutriam por seus filhos, independentemente da condição em que vieram ao mundo ou do grau de deficiência que apresentavam.

Allan Kardec demonstrou, ao estudar o caso do menino Charles Saint-G... (Revista Espírita de 1860, pp. 181 a 183), que tais pessoas têm consciência do seu estado e compreendem por que nasceram assim. A imperfeição dos órgãos constitui somente um obstáculo à livre manifestação de suas faculdades, mas não as aniquila, esclareceu o Codificador do Espiritismo, antecipando-se ao que hoje é sabido, ou seja, que a pessoa com deficiência entende perfeitamente se é bem ou maltratada e reage à atenção e ao afeto que lhe damos.

Nancy Puhlmann menciona a respeito do assunto um caso bastante elucidativo que se passou com um menino nascido com a síndrome de Down. Num momento de desprendimento da alma – dela e do menino – em virtude do sono corporal, o jovenzinho lhe disse que sua desencarnação estava próxima, por lhe faltar o alimento indispensável à vida. Nancy imaginou que ele falasse de comida, mas não era disso que o garoto tratava. O alimento era o amor, o apoio, o incentivo, que ele percebia faltar em seu próprio lar, onde as pessoas, com pena do seu estado, intimamente rogavam a Deus lhe encurtasse os dias.

Coisa curiosa! O pequenino entendia até o que nas entrelinhas era dito em casa, o que torna claro que a pessoa com deficiência não é um ser condenado à vida vegetativa e que o amor que dispensamos a ela é o alimento indispensável à sua vida biológica e à saúde de sua alma, como aliás se verifica com relação a todos os nossos filhos.

 

Notas:

(1) Os livros de Nancy Puhlmann que merecem ser lidos, especialmente pelos pais de pessoas com deficiência, intitulam-se O Castelo das Aves Feridas e As Aves Feridas na Terra Voam.

(2) Em uma convenção das Nações Unidas ficou definido que o termo correto para designar alguém com um ou mais tipos de deficiência (física, auditiva, visual ou intelectual) é Pessoa com Deficiência - PcD, evitando-se assim o uso do termo excepcional ou especial, comumente utilizado décadas atrás.

 

 

 

 

 

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