sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

 



Os mortos nos falam

 

Padre François Brune

 

Parte 12 e final

  

Concluímos hoje o estudo metódico e sequencial do livro Os mortos nos falam, de autoria do padre François Brune. O estudo baseou-se na primeira edição em português desta obra, publicada pela Edicel em 1991.

Embora este livro não seja, propriamente falando, um clássico espírita, trata-se de uma ótima contribuição de publicação recente que confirma a realidade das manifestações dos chamados mortos.

Cada parte do estudo compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. Em que área de trabalho a assistência espiritual que recebemos é ainda mais evidente?

B. O padre Brune concorda com a eficácia da oração pelos mortos?

C. Que diz o padre Brune sobre Deus?

 

Texto para leitura

 

144. Citando o apoio que recebemos das entidades desencarnadas, padre François Brune afirmou: “Se esta assistência dos invisíveis já nos é garantida em nossas pesquisas científicas ou em nossas criações artísticas, ela o é ainda mais, evidentemente, em nossas obras de caráter mais diretamente caritativo ou espiritual”. O padre reporta-se, então, às curas e às cirurgias promovidas por médiuns incorporados pelos Espíritos, relatando o extraordinário caso ocorrido com o jornalista J. Bernard Hutton, curado e tratado pelo dr. William Lang, morto em 1937, que o tratou em 1963, após incorporar o ex-bombeiro George Chapman. (PP. 240 a 243)

145. Na sequência, padre Brune disserta sobre os “anjos da guarda”, mencionando mensagens que tratam do assunto, entremeadas com impressões de Robert Monroe em suas “viagens astrais” e com a própria opinião do padre, sem fundamentação científica, como a ideia de que o anjo da guarda talvez “seja uma parte de nós mesmos, não encarnada”. (PP. 243 a 248)

146. No rumo da alma à luz, Brune diz que os falecidos, além de ajudar-nos, são também ajudados por outros Espíritos, mais avançados do que eles. Nesse sentido, lembra a eficácia de qualquer oração pelos mortos, confirmada em mensagem de Pierre Monnier, embora este tivesse origem protestante.  (PP. 248 a 250)

147. Um dos sinais da evolução do falecido será a transformação de suas relações com os outros, sobretudo de suas relações de amor. Para os Espíritos que a perversidade não retém nas zonas assustadoras vislumbradas por Georges Ritchie, em sua viagem fora do corpo, a sexualidade desaparece, mas não o amor, que será expresso então de modo bem diferente e mais profundo. Rosemary Brown confirma essa ideia, dizendo que os seres desencarnados parecem não ter qualquer sentido de sexualidade, nem qualquer interesse por este assunto. “O amor expressa-se – diz Rosemary Brown – de modo bem mais completo e feliz, sob outras formas, tornando-se algo de grande beleza, permitindo uma perfeita harmonia entre os seres que se amam.” (P. 251)

148. No outro mundo, segundo Rosemary Brown, não há casamento tal como o conhecemos aqui. Robert Monroe afirma que a união sexual, tal como a conhecemos neste mundo, é uma pálida imitação, degenerada, daquilo que ele pôde conhecer quando de suas experiências de desdobramento. Falando sobre essa “união”, diz ele: “Os dois parceiros fundem-se verdadeiramente, não apenas em um nível superficial, ou em um ou dois lugares específicos do corpo, mas em plano geral, átomo por átomo, através do conjunto do Corpo Segundo. Uma rápida troca de elétrons entre os parceiros ocorre neste momento. Você atinge, em um instante, um estado de êxtase insuportável; e, no instante seguinte, você vive a tranquilidade, a plenitude perfeita. Depois, tudo está acabado”. (P. 251)

149. Capítulo X - A união com Deus: última experiência da alma bem-aventurada – Entende padre Brune que, desde o instante da passagem para o Além, o essencial da felicidade sentida pelo falecido não reside nem no esplendor do novo cenário de vida, nem na liberdade de ir e vir, nem na possibilidade de adquirir maiores conhecimentos. Não! Tudo isso tem, certamente, importância, mas é apenas um complemento, porque o essencial dessa felicidade é a experiência de Deus. (P. 253)

150. A propósito do tema, eis algumas ideias colhidas neste capítulo:

a) Deus é como uma radiação de energias, vivificantes, benfazejas, através das quais Ele nos regenera continuamente;

b) O Deus cristão, que é dinâmico, nada tem a ver com o Deus de São Tomás de Aquino e Aristóteles, o qual, para não sofrer qualquer influência, teria (segundo São Tomás e Aristóteles) decidido tudo a respeito de nossas relações com Ele;

c) Deus, como diz João Evangelista, é amor e luz;

d) a prece é um puro arrebatamento de fé e de amor para com Deus, o Criador;

e) a pessoa pode simplesmente dizer: “Meu Deus, o senhor está aí e eu o amo”. Se todo o seu ser vibrar ao pronunciar esta frase, terá feito uma bela prece, ao contrário do que ensina a quase totalidade dos tratados de oração que encontramos nos seminários, que mantêm os “fiéis” presos a formas inferiores de prece;

f) Deus é puro espírito.  (PP. 253 a 261)

151. Discutindo, na sequência, a questão da divindade do Cristo, o padre Brune apresenta depoimentos pró e contra a tese esposada pela Igreja, tese essa que ele pessoalmente defende. (PP. 260 e 261. Ver também pp. 265 a 275)

152. Padre Brune cita também alguns relatos, inclusive de “viagens astrais”, que se referem à vida de Jesus, dos doze aos trinta anos, em que, evidentemente, as versões apresentam diversas contradições. Brune as menciona, mas não lhes dá maior importância (PP. 261 a 264)

153. No que se refere a esse tema, padre Brune diz que a verdade é que nosso mundo não está em condições de compreender ainda os dezoito anos de silêncio do Cristo em Nazaré. Desde o instante em que se pensa que ele não é Deus vindo à Terra, é natural que se procurem professores e gurus, para explicar a superioridade dos seus ensinamentos. Há, nos meios esotéricos, segundo Brune, um único consenso em relação ao advento da era de Aquário: o desaparecimento das grandes religiões tradicionais, que cederão lugar a novos Mestres. Mas o consenso acaba aí. (PP. 264 e 265)

154. Conclusão – Ao final da obra, padre Brune diz nutrir a esperança de que a vida de seus leitores tenha mudado, porque seu desejo é que o coração de todos nós se abra para a eternidade. E transcreve, então, dois textos que devem, segundo ele, ser lidos como o relato da mais ardente das experiências: a do Amor tornado fonte irradiante no fundo de nossos corações.

155. Eis o último deles, com que se fecha esta obra: “Uma noite, o Padre Lazare levantou-se para ir da cabana dos Santos Apóstolos até Karies. Padre Modesto estava doente e era preciso ir. Era junho e fazia muito calor. A noite estava banhada pela lua. Mal havia saído e dado alguns passos quando avistou, à beira do caminho, um espetáculo único. Alguém estava ajoelhado, mãos erguidas, no meio da calma infinita da noite e do silêncio da natureza, e rezava. Era o Padre Isaac”. O Padre Isaac era um dos monges que viveu no monte Atos, no início do século 20. (PP. 265 e 266)

 

Respostas às questões preliminares

 

A. Em que área de trabalho a assistência espiritual que recebemos é ainda mais evidente?

Segundo o padre François Brune, se a assistência dos invisíveis nos é garantida em nossas pesquisas científicas ou em nossas criações artísticas, ela o é ainda mais em nossas obras de caráter caritativo ou espiritual. O padre reporta-se, então, às curas e às cirurgias promovidas por médiuns incorporados pelos Espíritos, relatando o extraordinário caso ocorrido com o jornalista J. Bernard Hutton, curado e tratado pelo dr. William Lang, morto em 1937, que o tratou em 1963, após incorporar o ex-bombeiro George Chapman. (Os mortos nos falam, pp. 240 a 243.)

B. O padre Brune concorda com a eficácia da oração pelos mortos?

Sim. Ele tem convicção acerca da eficácia de qualquer oração pelos mortos, confirmada em mensagem de Pierre Monnier, embora este tivesse origem protestante. Como se sabe, os protestantes não apoiam essas orações. (Obra citada, pp. 248 a 250.)

C. Que diz o padre Brune sobre Deus?

Dos conceitos apresentados por François Brune sobre Deus, destacamos estes: Deus é como uma radiação de energias, vivificantes, benfazejas, através das quais Ele nos regenera continuamente. O Deus cristão, que é dinâmico, nada tem a ver com o Deus de São Tomás de Aquino e Aristóteles, o qual, para não sofrer qualquer influência, teria (segundo São Tomás e Aristóteles) decidido tudo a respeito de nossas relações com Ele. Deus, como diz João Evangelista, é amor e luz. Deus é puro espírito. (Obra citada, pp. 253 e 261.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 11 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/01/blog-post_14.html

 

 

 

 

 

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