Os mortos nos falam
Padre François Brune
Parte 12 e final
Concluímos hoje o estudo metódico e sequencial do livro Os mortos nos falam, de autoria do padre François Brune. O estudo baseou-se na primeira edição em português desta obra, publicada pela Edicel em 1991.
Embora este livro não seja,
propriamente falando, um clássico espírita, trata-se de uma ótima contribuição
de publicação recente que confirma a realidade das manifestações dos chamados
mortos.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Questões preliminares
A. Em que área de trabalho a assistência espiritual que
recebemos é ainda mais evidente?
B. O padre Brune concorda com a eficácia da oração pelos
mortos?
C. Que diz o padre Brune sobre Deus?
Texto para
leitura
144. Citando o apoio que recebemos das
entidades desencarnadas, padre François Brune afirmou: “Se esta assistência dos
invisíveis já nos é garantida em nossas pesquisas científicas ou em nossas
criações artísticas, ela o é ainda mais, evidentemente, em nossas obras de
caráter mais diretamente caritativo ou espiritual”. O padre reporta-se, então,
às curas e às cirurgias promovidas por médiuns incorporados pelos Espíritos,
relatando o extraordinário caso ocorrido com o jornalista J. Bernard Hutton,
curado e tratado pelo dr. William Lang, morto em 1937, que o tratou em 1963,
após incorporar o ex-bombeiro George Chapman. (PP. 240 a 243)
145. Na sequência, padre Brune
disserta sobre os “anjos da guarda”, mencionando mensagens que tratam do
assunto, entremeadas com impressões de Robert Monroe em suas “viagens astrais”
e com a própria opinião do padre, sem fundamentação científica, como a ideia de
que o anjo da guarda talvez “seja uma parte de nós mesmos, não encarnada”. (PP.
243 a 248)
146. No rumo da alma à luz, Brune diz
que os falecidos, além de ajudar-nos, são também ajudados por outros Espíritos,
mais avançados do que eles. Nesse sentido, lembra a eficácia de qualquer oração
pelos mortos, confirmada em mensagem de Pierre Monnier, embora este tivesse
origem protestante. (PP. 248 a 250)
147. Um dos sinais da evolução do
falecido será a transformação de suas relações com os outros, sobretudo de suas
relações de amor. Para os Espíritos que a perversidade não retém nas zonas
assustadoras vislumbradas por Georges Ritchie, em sua viagem fora do corpo, a
sexualidade desaparece, mas não o amor, que será expresso então de modo bem
diferente e mais profundo. Rosemary Brown confirma essa ideia, dizendo que os
seres desencarnados parecem não ter qualquer sentido de sexualidade, nem
qualquer interesse por este assunto. “O amor expressa-se – diz Rosemary Brown –
de modo bem mais completo e feliz, sob outras formas, tornando-se algo de
grande beleza, permitindo uma perfeita harmonia entre os seres que se amam.”
(P. 251)
148. No outro mundo, segundo Rosemary
Brown, não há casamento tal como o conhecemos aqui. Robert Monroe afirma que a
união sexual, tal como a conhecemos neste mundo, é uma pálida imitação,
degenerada, daquilo que ele pôde conhecer quando de suas experiências de
desdobramento. Falando sobre essa “união”, diz ele: “Os dois parceiros
fundem-se verdadeiramente, não apenas em um nível superficial, ou em um ou dois
lugares específicos do corpo, mas em plano geral, átomo por átomo, através do
conjunto do Corpo Segundo. Uma rápida troca de elétrons entre os parceiros
ocorre neste momento. Você atinge, em um instante, um estado de êxtase
insuportável; e, no instante seguinte, você vive a tranquilidade, a plenitude
perfeita. Depois, tudo está acabado”. (P. 251)
149. Capítulo X - A união com Deus: última experiência da alma
bem-aventurada – Entende padre Brune que, desde o instante da passagem para
o Além, o essencial da felicidade sentida pelo falecido não reside nem no
esplendor do novo cenário de vida, nem na liberdade de ir e vir, nem na
possibilidade de adquirir maiores conhecimentos. Não! Tudo isso tem,
certamente, importância, mas é apenas um complemento, porque o essencial dessa
felicidade é a experiência de Deus. (P. 253)
150. A propósito do tema, eis algumas
ideias colhidas neste capítulo:
a) Deus é como uma radiação de
energias, vivificantes, benfazejas, através das quais Ele nos regenera
continuamente;
b) O Deus cristão, que é dinâmico,
nada tem a ver com o Deus de São Tomás de Aquino e Aristóteles, o qual, para
não sofrer qualquer influência, teria (segundo São Tomás e Aristóteles)
decidido tudo a respeito de nossas relações com Ele;
c) Deus, como diz João Evangelista, é
amor e luz;
d) a prece é um puro arrebatamento de
fé e de amor para com Deus, o Criador;
e) a pessoa pode simplesmente dizer:
“Meu Deus, o senhor está aí e eu o amo”. Se todo o seu ser vibrar ao pronunciar
esta frase, terá feito uma bela prece, ao contrário do que ensina a quase
totalidade dos tratados de oração que encontramos nos seminários, que mantêm os
“fiéis” presos a formas inferiores de prece;
f) Deus é puro espírito. (PP. 253 a 261)
151. Discutindo, na sequência, a
questão da divindade do Cristo, o padre Brune apresenta depoimentos pró e
contra a tese esposada pela Igreja, tese essa que ele pessoalmente defende.
(PP. 260 e 261. Ver também pp. 265 a 275)
152. Padre Brune cita também alguns
relatos, inclusive de “viagens astrais”, que se referem à vida de Jesus, dos
doze aos trinta anos, em que, evidentemente, as versões apresentam diversas
contradições. Brune as menciona, mas não lhes dá maior importância (PP. 261 a
264)
153. No que se refere a esse tema,
padre Brune diz que a verdade é que nosso mundo não está em condições de
compreender ainda os dezoito anos de silêncio do Cristo em Nazaré. Desde o
instante em que se pensa que ele não é Deus vindo à Terra, é natural que se
procurem professores e gurus, para explicar a superioridade dos seus
ensinamentos. Há, nos meios esotéricos, segundo Brune, um único consenso em
relação ao advento da era de Aquário: o desaparecimento das grandes religiões
tradicionais, que cederão lugar a novos Mestres. Mas o consenso acaba aí. (PP.
264 e 265)
154. Conclusão – Ao final da obra, padre Brune diz nutrir a esperança de
que a vida de seus leitores tenha mudado, porque seu desejo é que o coração de
todos nós se abra para a eternidade. E transcreve, então, dois textos que
devem, segundo ele, ser lidos como o relato da mais ardente das experiências: a
do Amor tornado fonte irradiante no fundo de nossos corações.
155. Eis o último deles, com que se
fecha esta obra: “Uma noite, o Padre Lazare levantou-se para ir da cabana dos
Santos Apóstolos até Karies. Padre Modesto estava doente e era preciso ir. Era
junho e fazia muito calor. A noite estava banhada pela lua. Mal havia saído e
dado alguns passos quando avistou, à beira do caminho, um espetáculo único.
Alguém estava ajoelhado, mãos erguidas, no meio da calma infinita da noite e do
silêncio da natureza, e rezava. Era o Padre Isaac”. O Padre Isaac era um dos
monges que viveu no monte Atos, no início do século 20. (PP. 265 e 266)
Respostas às
questões preliminares
A. Em que área de trabalho a assistência espiritual que
recebemos é ainda mais evidente?
Segundo o padre François Brune, se a
assistência dos invisíveis nos é garantida em nossas pesquisas científicas ou
em nossas criações artísticas, ela o é ainda mais em nossas obras de caráter
caritativo ou espiritual. O padre reporta-se, então, às curas e às cirurgias
promovidas por médiuns incorporados pelos Espíritos, relatando o extraordinário
caso ocorrido com o jornalista J. Bernard Hutton, curado e tratado pelo dr.
William Lang, morto em 1937, que o tratou em 1963, após incorporar o
ex-bombeiro George Chapman. (Os mortos
nos falam, pp. 240 a 243.)
B. O padre Brune concorda com a eficácia da oração pelos
mortos?
Sim. Ele tem convicção acerca da
eficácia de qualquer oração pelos mortos, confirmada em mensagem de Pierre
Monnier, embora este tivesse origem protestante. Como se sabe, os protestantes
não apoiam essas orações. (Obra citada, pp. 248 a 250.)
C. Que diz o padre Brune sobre Deus?
Dos conceitos apresentados por
François Brune sobre Deus, destacamos estes: Deus é como uma radiação de
energias, vivificantes, benfazejas, através das quais Ele nos regenera
continuamente. O Deus cristão, que é dinâmico, nada tem a ver com o Deus de São
Tomás de Aquino e Aristóteles, o qual, para não sofrer qualquer influência,
teria (segundo São Tomás e Aristóteles) decidido tudo a respeito de nossas
relações com Ele. Deus, como diz João Evangelista, é amor e luz. Deus é puro espírito.
(Obra citada, pp. 253 e 261.)
Observação:
Para acessar a Parte 11 deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/01/blog-post_14.html
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