A Vida no Outro Mundo
Cairbar Schutel
Parte 6
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Vida no Outro Mundo, de autoria de Cairbar Schutel, publicado originalmente em 1932 pela Casa Editora O Clarim, de Matão (SP).
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Este estudo será publicado neste blog
sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. Os fatos comprovam que o “eu” se
irradia em torno do corpo físico?
B. É verdade que, nos casos de
exteriorização, o corpo permanece insensível?
C. A sede das sensações e percepções
está radicada no corpo físico?
Texto para
leitura
76. Um dos capítulos mais
interessantes nas pesquisas que fazemos da alma é o que enfeixa fatos
transcendentes narrados por eminentes psicólogos, relativos à exteriorização da
sensibilidade e da motricidade. (A Vida
no Outro Mundo – Cap. VI – Exteriorização da Sensibilidade e da
Motricidade.)
77. Esses fenômenos, observados por
exigentes magnetizadores, foram estudados com real valor pelo Conde De Rochas,
o Dr. Baraduc, e outros, que trouxeram valiosa contribuição para a construção
do Templo Imortalista. (Obra citada – Cap. VI – Exteriorização da Sensibilidade
e da Motricidade.)
78. Em decorrência da aplicação de
processos magnéticos usados por De Rochas, a sensibilidade do indivíduo se
exterioriza, ficando disposta do seguinte modo: fora da pele, a três ou quatro
centímetros, forma-se uma camada sensível. Em torno desta vai-se formando uma
série de camadas equidistantes, separadas da primeira por um intervalo de seis
a sete centímetros e sucedendo-se outras camadas até dois ou três metros; essas
camadas vão-se penetrando e entrecruzando sem se modificarem. (Obra citada –
Cap. VI – Exteriorização da Sensibilidade e da Motricidade.)
79. Se o sono hipnótico se acentua, as
camadas sensíveis se condensam desde a terceira ou quarta fase de letargia,
sobre dois polos de sensibilidade, situados, um à direita, e outro à esquerda
do indivíduo. Depois, esses dois polos acabam por reunir-se em um só; desde
esse momento, a sensibilidade apreciável do indivíduo se transforma num
"verdadeiro fantasma", capaz de distanciar-se do "corpo
carnal", obedecendo à ordem do magnetizador e atravessar obstáculos
materiais, conservando a referida sensibilidade. (Obra citada – Cap. VI –
Exteriorização da Sensibilidade e da Motricidade.)
80. Esse fantasma e, com ele, as
diversas camadas sensíveis são vistos perfeitamente pelos clarividentes, que os
descrevem com precisão. Eles notam que a metade direita do corpo lhes parece
azul, e a metade esquerda, avermelhada. (Obra citada – Cap. VI – Exteriorização
da Sensibilidade e da Motricidade.)
81. Tal exteriorização é patente,
pois, tocando-se com alfinete a distância a que se acha a exteriorização, o
sonâmbulo magnético acusa sentir dor, o que não acontece quando a sensibilidade
está localizada no corpo carnal. (Obra citada – Cap. VI – Exteriorização da
Sensibilidade e da Motricidade.)
82. As investigações de Reichenbach
sobre os "eflúvios ódicos"(1) vêm, a seu turno, confirmar a
veracidade dessas experiências, assim como os trabalhos do Dr. Baraduc, segundo
os quais o "eu" não está estritamente submisso ao organismo, mas se
irradia mais ou menos na sua periferia. (Obra citada – Cap. VI – Exteriorização
da Sensibilidade e da Motricidade.)
83. Essas experiências podem, sem
dúvida, explicar os casos de bicorporeidade ou desdobramento, que se têm
verificado em todos os tempos, nos meios religiosos e profanos. Todos sabem
muito bem que um dos casos que concorreram para a canonização de São Francisco
de Sales foi o fato de ter ele, que morava a mais de 200 quilômetros de Roma,
assistido, em estado de desdobramento, aos últimos instantes do papa, tendo
sido visto no Vaticano, próximo do leito mortuário; seu nome fez parte da ata
respectiva. (Obra citada – Cap. VI – Exteriorização da Sensibilidade e da
Motricidade.)
84. Como se vê, pois, a exteriorização
da sensibilidade e da motricidade pode efetuar-se por processo magnético, ou
por processo natural, bem como por autossugestão, o que quer dizer que o
"ser individual" não é um produto do trabalho químico das células,
mas completamente independente dessa ação orgânica. (Obra citada – Cap. VI –
Exteriorização da Sensibilidade e da Motricidade.)
85. Nos casos de exteriorização, o
corpo permanece completamente insensível. Enquanto durar a ação exteriorizante,
seja ela natural, como nos casos de sonambulismo e desdobramento espontâneo,
seja artificial, como sob atuação hipnótica ou de anestésicos (éter ou
clorofórmio), pode-se retalhar o organismo e nenhum sinal exterior de sensibilidade
ele apresenta. Mas, cessada a ação, cessa o efeito, a sensibilidade volta
novamente e o paciente acusa as dores das picadas dos experimentadores. (Obra
citada – Cap. VI – Exteriorização da Sensibilidade e da Motricidade.)
86. Esse fato, segundo observação
meticulosa do Prof. Carl du Prel, seria mais que suficiente para provar a
existência da alma, do núcleo anímico, que, em certas e determinadas condições,
se exterioriza, levando consigo a sensibilidade que, no dizer de Claude Bernard,
"constitui o sinal da vida". E é de ver que, com a retirada da
sensibilidade do organismo, ela não se extingue, permanece incólume, tanto
assim que reaparece ao cessar a causa de sua anulação, e reaparece tal como
era, sem modificação alguma, apresentando sua absoluta identidade primitiva. (Obra
citada – Cap. VI – Exteriorização da Sensibilidade e da Motricidade.)
87. Que ninguém pense que estas
considerações que fazemos para demonstrar a existência da individualidade
independente do seu invólucro carnal seja uma simples dissertação filosófica
com presunção de conclusão científica, porque as experiências de que tratamos
obedecem ao mais estrito método experimental, ou seja, os fatos observados
podem ser verificados a qualquer hora. É que a sede de todas as sensações e
percepções, muito longe de se encontrar no corpo, tem seu lugar no perispírito,
organismo psíquico que resiste à ação da morte e se mantém indestrutível às
modificações físico-químicas. (Obra citada – Cap. VI – Exteriorização da
Sensibilidade e da Motricidade.)
(1) Eflúvios ódicos: expressão
relacionada a “od”, vocábulo cunhado pelo Barão Karl-Ludwig von Reichenbach que
designa a força que se supõe difundir-se por toda a natureza, produzindo os
fenômenos do magnetismo e do hipnotismo. “Ódico” é a palavra utilizada para
designar a substância etérica que forma o corpo ódico, que ligaria o
perispírito ao corpo físico. Atualmente, segundo alguns, o corpo ódico é mais
conhecido como duplo etérico.
Respostas às
questões preliminares
A. Os fatos comprovam que o “eu” se irradia em torno do
corpo físico?
Sim. As investigações de Reichenbach
sobre os "eflúvios ódicos" confirmaram a veracidade das experiências
ligadas à exteriorização da sensibilidade e da motricidade. Segundo elas, o
"eu" não fica estritamente submisso ao organismo, mas se irradia mais
ou menos na sua periferia. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. VI – Exteriorização da Sensibilidade e da Motricidade.)
B. É verdade que, nos casos de exteriorização, o corpo
permanece insensível?
Sim. Enquanto durar a ação
exteriorizante, seja ela natural, como nos casos de sonambulismo e
desdobramento espontâneo, seja artificial, como sob atuação hipnótica ou de
anestésicos, pode-se retalhar o organismo e nenhum sinal exterior de
sensibilidade ele apresenta. Mas, cessada a ação, cessa o efeito, a
sensibilidade volta novamente e o paciente acusa as dores das picadas dos
experimentadores. (Obra citada – Cap. VI – Exteriorização da Sensibilidade e da
Motricidade.)
C. A sede das sensações e percepções está radicada no corpo
físico?
Não. Os fatos observados mostram que a
sede de todas as sensações e percepções, muito longe de se encontrar no corpo
físico, tem seu lugar no perispírito, organismo psíquico que resiste à ação da
morte e se mantém indestrutível às modificações físico-químicas. (Obra citada –
Cap. VI – Exteriorização da Sensibilidade e da Motricidade.)
Observação:
Para acessar a Parte 5 deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/02/blog-post_25.html
Como consultar as matérias deste
blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/h85Vsc, e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele
nos propicia. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário