Trilhas da
Libertação
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 3
Prosseguimos neste espaço o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995.
Este estudo é publicado neste blog sempre às
segundas-feiras.
Eis as questões de hoje:
17. Um fato que se verificou no recinto da Casa Espírita,
momentos antes da atividade mediúnica, horrorizou o autor deste livro. Que fato
foi esse?
Segundo Manoel P. de
Miranda, enquanto o médium dirigia-se a determinada sala para preparar-se, o
orador da noite conclamava os interessados à concentração e reiterava que
ninguém se esquecesse da doação da espórtula para ajudar a manutenção das obras
de caridade da Casa. O pedido de dinheiro surpreendeu o autor desta obra. Horrorizado
com tal atitude, ele nos lembra que a Sociedade Espírita é lugar de iluminação
da consciência, de enobrecimento moral e ação caridosa. Sem isso, ela se
descaracteriza, mundaniza-se e torna-se um clube onde predominam a insensatez,
o engodo e a exploração. Onde predomina o interesse pelo dinheiro escasseiam as
austeridades morais. (Trilhas da
Libertação. O médium Davi e o dr. Hermann Grass, pp. 50 e 51.)
18. É correto afirmar que a função da mediunidade não é promover
curas?
Sim. Certamente, a
função da mediunidade não é promover curas, como arbitrariamente supõem e
pretendem alguns desconhecedores da missão do Espiritismo na Terra. Em uma
Sociedade Espírita, a tarefa primacial é a de iluminação da consciência ante a
realidade da vida, seus fins, sua melhor maneira de agir, preparando os
indivíduos para a libertação do jugo da ignorância, a grande geradora de males
incontáveis. (Obra citada. O desafio, pp. 54 a 56.)
19. São três as condições para que tenhamos saúde e paz.
Quais são elas?
Adotar uma conduta
correta, praticar o trabalho fraternal de socorro e buscar a educação pessoal,
de modo que possa entender os fundamentos da vida e, assim, transformado
interiormente, contribuir em favor de uma sociedade mais justa e mais feliz –
esse é o caminho que o indivíduo responsável deve seguir. Somente quando o
homem assumir suas culpas, delas reabilitando-se; suas responsabilidades,
aplicando-as numa vivência correta; e sua consciência, agindo com equilíbrio, é
que ocorrerá sua integração plena na vida com saúde e paz. Utilizando-se dos
mecanismos escapistas a que se aferra e escamoteando o dever, apenas logrará
adiar o enfrentamento dos problemas que gera e das dores que desencadeia. (Obra
citada. O desafio, pp. 56 e 57.)
20. De onde procedem, de verdade, nossas boas e más ações?
Nossas ações, boas
ou más, procedem do nosso coração, entendendo aqui o coração como símbolo
representativo dos sentimentos. “Se ele não se encontrar em harmonia, o lugar
onde se esteja poderá criar condições para a paz, não, porém, para impedir os
tormentos de quem os tem”, afirmou o dr. Carneiro de Campos. (Obra citada.
Comprometimentos negativos, pp. 60 e 61.)
21. Há médiuns que pensam que seu sucesso material é sinal de
apoio do Alto. Tal pensamento é correto ou isso não passa de um equívoco?
Trata-se de um mero
equívoco. Foi o que ocorria com o médium Davi, personagem do livro em estudo.
Ele acreditava que seu sucesso era um sinal de apoio do Alto, porque, do
contrário, o êxito material não o acompanharia. Confundia, desse modo,
ostentação com triunfo, esquecido de que triunfo é o que o homem consegue sobre
si próprio e se manifesta como harmonia e equilíbrio emocional. (Obra citada.
Comprometimentos negativos, pp. 62 a 64.)
22. É verdade que o triunfo material pode tornar-se um grande
empecilho para o progresso espiritual dos homens?
Sim. O triunfo
mundano é, sem dúvida, um terrível adversário do homem de bem e grande
empecilho para o seu progresso espiritual. É fato observável que o médium
assoberbado por problemas e dificuldades dedica-se ao ministério do bem com
mais fidelidade e renúncia. Por isso mesmo, não há como negar que entre as
grandes provas que o Espírito encontra no mundo estão incluídos o poder
temporal, a fortuna, a beleza, a inteligência, porque do seu uso depende o
futuro do próprio Espírito. (Obra citada. Comprometimentos negativos, pp. 66 e
67.)
23. Que recurso o plano espiritual utilizou para evitar que o
médium Davi se comprometesse ainda mais devido à sua invigilância?
Diante de uma situação
que poderia comprometer o médium David, primeiro dr. Hermann chamou-o pelo
nome. Davi captou-lhe a onda mental e reagiu negativamente, objetando que
aqueles eram os seus momentos de prazer. Afinal, afirmava-se vivo e não
desencarnado, portanto com necessidades humanas. Nesse momento, a moça
arrastou-o para a pista de dança e, envolvendo-o em languidez, colou seu corpo
ao dele. Os vapores alcoólicos tomaram a casa mental do invigilante, que,
enquanto rodopiava com a parceira, sentiu aumentar a tontura que já o dominava.
O dr. Hermann condensou, então, a energia psíquica e apareceu-lhe,
repreendendo-o com veemência e disparando na sua direção uma onda vibratória
que o atingiu, produzindo-lhe forte excitação, após o que ele deu um grito e
tombou desmaiado. O local ficou tumultuado, porém, acudido pelos garçons e
amigos, o infeliz despertou após haver vomitado, padecendo rude dor de cabeça e
sem nada recordar do que lhe havia sucedido. Em seguida foi, de imediato,
levado para casa, enquanto os demais lamentavam o lauto jantar que não pôde ser
concluído. (Obra citada. Comprometimentos negativos, pp. 66 e 67.)
24. Que é mais importante no programa de uma Casa Espírita:
prestar a caridade da cura de corpos ou objetivar a saúde espiritual das
criaturas que a procuram?
A resposta a essa
pergunta foi dada nesta obra pelo mentor da Sociedade em que Davi trabalhava.
Em face dos lamentáveis acontecimentos a que nos referimos, na primeira
oportunidade que apareceu, em uma reunião mediúnica de que participavam vários
diretores da Sociedade, ele foi claro e direto: “Para o bem de todos, sugerimos
que ainda este mês retornemos aos trabalhos de origem que motivaram a criação
da nossa Instituição. Consideramos que a caridade das curas do corpo é de
grande relevância, mas o nosso compromisso é com a saúde espiritual das
criaturas. O nosso é o programa de iluminação das consciências, a fim de que
nos não divorciemos da atividade primeira, que é a transformação moral dos
homens para melhor...”. Em seguida, acrescentou: “Quem desejar cooperar conosco
sob a égide de Jesus, que também curava, mas não se detinha nesse exclusivo
mister, fá-lo-á através do programa da caridade plena sem qualquer retribuição,
direta ou indiretamente. Amando todos, não teremos exceções, nem exclusivismos.
Avançamos para os níveis elevados de libertação, e a nossa é a conquista dos
altiplanos íntimos e nobres da vida”. (Obra citada. Serviços de desobsessão,
pp. 68 e 69.)
Observação:
Para acessar a 2ª parte deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/03/blog-post_07.html
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