Revista
Espírita de 1860
Allan
Kardec
Parte
6
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1860, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A
coleção do ano de 1860 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por
Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada
parte do estudo, que é apresentado sempre às quartas-feiras, compõe-se de:
a)
questões preliminares;
b)
texto para leitura.
As
respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões
preliminares
A.
Por que Kardec diz que as ideias espíritas podem reduzir as causas da loucura e
do suicídio?
B.
Devemos corrigir os erros ortográficos contidos nas comunicações espíritas?
C.
Que ocorre ao Espírito nos casos de idiotia?
D.
A que devemos a prevalência dos instintos animais no homem?
Texto para leitura
123.
Nova carta do dr. Morhéry relatando as curas obtidas pela srta. Désirée Godu.
"A srta. Godu não é sonâmbula. Jamais consulta à distância, nem mesmo em
meu domicílio, senão sob minha direção e meu controle", informou o médico.
"Quando estamos de acordo, o que acontece quase sempre, começamos o
tratamento..." A médium faz então os curativos e age como uma enfermeira,
com um zelo sem precedentes, na modesta casa de saúde improvisada. (P. 190)
124.
Na maioria dos casos, a srta. Godu aplica um tópico extrativo, composto de uma
ou duas matérias, encontradas por toda parte, na cabana como no castelo. Outras
vezes, vale-se de um unguento tão simples, mas que produz efeitos seguros e
variadíssimos. (P. 191)
125.
A loucura decorre de uma predisposição natural e tem como causa primeira uma
relativa fraqueza moral, que torna o indivíduo incapaz de suportar o choque de
certas impressões, em cujo número figuram, ao menos em três quartos dos casos,
a mágoa, o desespero, o desapontamento e todas as tribulações da vida. (P. 192)
126.
Dar ao homem a força necessária para ver essas coisas com indiferença, é
atenuar a causa mais frequente que o leva à loucura e ao suicídio. Ora, a
Doutrina Espírita lhe dá essa força. (P. 192)
127.
Um dos efeitos do Espiritismo é dar à alma a força que lhe falta em muitas
circunstâncias, e é nisto que ele pode reduzir as causas da loucura e do
suicídio. (P. 193)
128.
Kardec transcreve do livro "Três Anos na Judeia" um curioso fato
ocorrido com o profeta Esdras que, guiado por um anjo, escreveu de forma
ininterrupta o texto que compõe a Torá ou Pentateuco mosaico. (PP. 194 e 195)
129.
Um erro de ortografia cometido pelo Espírito de Channing numa mensagem obtida
por escrita direta suscitou o protesto do Sr. Mathieu e o seguinte comentário
de Kardec: Se a forma da mensagem contiver erro, devemos corrigi-la; cabe ao
homem esse cuidado. E só devemos conservá-la intacta, quando o fato pode servir
de ensinamento. Não era esse o caso. (P. 196)
130.
A vaidade, diz Georges, mancha todos os pensamentos; penetra o coração e o
cérebro. Planta má, abafa a bondade em seu germe, e todas as qualidades são
aniquiladas por seu veneno. Para lutar contra ela, é preciso usar a prece,
porque só esta nos dá humildade e força. (P. 197)
131.
Só os Espíritos superiores, diz Alfred de Musset, podem comunicar-se
indistintamente por todos os médiuns e manter com todos a mesma linguagem.
Quando nos comunicamos por um médium, a emanação de sua natureza se reflete
mais ou menos sobre nós. (P. 200)
132.
As comunicações elevadas não dependem da cultura do médium, porque só a
essência de sua alma se reflete sobre os Espíritos. (P. 200)
133.
A Revista informa que se publica em Gênova o periódico L'Amore del Vero, dirigido pelo dr. Pietro Gatti, diretor do
Instituto Homeopático de Gênova e adepto esclarecido do Espiritismo. (PP. 200 e
201)
134.
Na Sociedade Espírita de Paris lê-se uma carta que diz que em certas
localidades o clero se ocupa seriamente com o estudo do Espiritismo e que
membros esclarecidos da Igreja falam dele como de uma coisa chamada a exercer
grande influência nas relações sociais. (P. 206)
135.
Kardec diz que há muita tendência a ver no Espiritismo um meio de adivinhação,
o que é contrário ao seu objetivo. (P. 207)
136.
Reportando-se ao caso de um rapaz de 13 anos que oferecia um curioso assunto
para estudo, por sua originalidade, São Luís aconselha que tais fenômenos não
sejam provocados e sugere à Sociedade continuar ocupando-se, como fez até
então, em aprofundar as questões importantes; do contrário, ocorreria o
afastamento dos Espíritos sérios. (P. 208)
137.
Kardec fala sobre a frenologia, a ciência que trata das funções atribuídas a
cada parte do cérebro, fundada pelo dr. Gall, e critica o materialismo dos que
pensam que os órgãos cerebrais são a própria fonte das faculdades humanas. (P.
209)
138.
No louco, se o órgão que servia às manifestações do pensamento está
desarranjado por uma causa qualquer, o pensamento não pode manifestar-se de
maneira regular. Ora, o cérebro é o instrumento do pensamento, como o olho é o
instrumento da visão. Se o instrumento está deteriorado, não se dá a
manifestação, exatamente como quem perde os olhos não mais pode ver. (P. 210)
139.
No caso da idiotia, o Espírito está como que aprisionado e sofre essa
constrição, mas nem por isso deixa de pensar como Espírito. Isolando o Espírito
da matéria, prova-se que os órgãos não são a causa das faculdades, mas simples
instrumentos. (P. 211)
140.
No conceito materialista, que é um idiota? Nada; apenas um ser humano. Mas ele
é um ser dotado de razão, como todo mundo, apenas enfermo de nascença pelo
cérebro, como outros o são nas pernas. (P. 211)
141.
A fisiognomonia é baseada no princípio incontestável de que é o pensamento que
põe os órgãos em jogo, que imprime certos movimentos aos músculos. (P. 211)
142.
Os instintos animais do homem devem-se à imperfeição do seu Espírito, ainda não
depurado e que, sob a influência da matéria, dá preponderância às necessidades
físicas sobre as morais. (P. 213)
143.
Um Espírito, ao reencarnar, não traz qualquer semelhança com o corpo habitado
anteriormente, pois é raro que o Espírito não venha em nova existência com
disposições sensivelmente modificadas. Assim, dos sinais fisiognomônicos não é
possível tirar qualquer indício das existências anteriores. (PP. 213 e 214)
Respostas às
questões propostas
A. Por que Kardec
diz que as ideias espíritas podem reduzir as causas da loucura e do suicídio?
Após
explicar que a loucura decorre de uma predisposição natural e tem como causa
primeira uma relativa fraqueza moral, que torna o indivíduo incapaz de suportar
o choque de certas impressões como a mágoa, o desespero, o desapontamento e
todas as tribulações da vida, Kardec diz que a Doutrina Espírita dá ao homem a
força necessária para ver essas coisas com indiferença e, desse modo, atenua a
causa mais frequente que o leva à loucura e ao suicídio. (Revista Espírita, pp. 192 e 193.)
B. Devemos corrigir
os erros ortográficos contidos nas comunicações espíritas?
Sim.
Se a forma da mensagem contiver erro, devemos corrigi-la. Essa a opinião de
Kardec, que diz que cabe aos homens esse cuidado. A mensagem somente deve ser
conservada intacta quando o fato puder servir de ensinamento. (Obra citada, p.
196.)
C. Que ocorre ao
Espírito nos casos de idiotia?
No
caso da idiotia, o Espírito está como que aprisionado e sofre essa constrição,
mas nem por isso deixa de pensar como Espírito. O idiota é um ser dotado de razão,
como todo mundo, apenas enfermo de nascença pelo cérebro, como outros o são nas
pernas. (Obra citada, pp. 210 e 211.)
D. A que devemos a
prevalência dos instintos animais no homem?
Isso
se deve à imperfeição do seu Espírito, ainda não depurado, o qual, sob a
influência da matéria, dá preponderância às necessidades físicas sobre as
morais. (Obra citada, p. 213.)
Observação:
Para acessar a Parte 5 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/07/blog-post_13.html
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