quarta-feira, 20 de julho de 2022

 



Revista Espírita de 1860

 

Allan Kardec

 

Parte 6

 

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1860, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

A coleção do ano de 1860 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.

Cada parte do estudo, que é apresentado sempre às quartas-feiras, compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. Por que Kardec diz que as ideias espíritas podem reduzir as causas da loucura e do suicídio?

B. Devemos corrigir os erros ortográficos contidos nas comunicações espíritas?

C. Que ocorre ao Espírito nos casos de idiotia?

D. A que devemos a prevalência dos instintos animais no homem?

 

Texto para leitura

 

123. Nova carta do dr. Morhéry relatando as curas obtidas pela srta. Désirée Godu. "A srta. Godu não é sonâmbula. Jamais consulta à distância, nem mesmo em meu domicílio, senão sob minha direção e meu controle", informou o médico. "Quando estamos de acordo, o que acontece quase sempre, começamos o tratamento..." A médium faz então os curativos e age como uma enfermeira, com um zelo sem precedentes, na modesta casa de saúde improvisada. (P. 190)

124. Na maioria dos casos, a srta. Godu aplica um tópico extrativo, composto de uma ou duas matérias, encontradas por toda parte, na cabana como no castelo. Outras vezes, vale-se de um unguento tão simples, mas que produz efeitos seguros e variadíssimos. (P. 191)

125. A loucura decorre de uma predisposição natural e tem como causa primeira uma relativa fraqueza moral, que torna o indivíduo incapaz de suportar o choque de certas impressões, em cujo número figuram, ao menos em três quartos dos casos, a mágoa, o desespero, o desapontamento e todas as tribulações da vida. (P. 192)

126. Dar ao homem a força necessária para ver essas coisas com indiferença, é atenuar a causa mais frequente que o leva à loucura e ao suicídio. Ora, a Doutrina Espírita lhe dá essa força. (P. 192)

127. Um dos efeitos do Espiritismo é dar à alma a força que lhe falta em muitas circunstâncias, e é nisto que ele pode reduzir as causas da loucura e do suicídio. (P. 193)

128. Kardec transcreve do livro "Três Anos na Judeia" um curioso fato ocorrido com o profeta Esdras que, guiado por um anjo, escreveu de forma ininterrupta o texto que compõe a Torá ou Pentateuco mosaico. (PP. 194 e 195)

129. Um erro de ortografia cometido pelo Espírito de Channing numa mensagem obtida por escrita direta suscitou o protesto do Sr. Mathieu e o seguinte comentário de Kardec: Se a forma da mensagem contiver erro, devemos corrigi-la; cabe ao homem esse cuidado. E só devemos conservá-la intacta, quando o fato pode servir de ensinamento. Não era esse o caso. (P. 196)

130. A vaidade, diz Georges, mancha todos os pensamentos; penetra o coração e o cérebro. Planta má, abafa a bondade em seu germe, e todas as qualidades são aniquiladas por seu veneno. Para lutar contra ela, é preciso usar a prece, porque só esta nos dá humildade e força. (P. 197)

131. Só os Espíritos superiores, diz Alfred de Musset, podem comunicar-se indistintamente por todos os médiuns e manter com todos a mesma linguagem. Quando nos comunicamos por um médium, a emanação de sua natureza se reflete mais ou menos sobre nós. (P. 200)

132. As comunicações elevadas não dependem da cultura do médium, porque só a essência de sua alma se reflete sobre os Espíritos. (P. 200)

133. A Revista informa que se publica em Gênova o periódico L'Amore del Vero, dirigido pelo dr. Pietro Gatti, diretor do Instituto Homeopático de Gênova e adepto esclarecido do Espiritismo. (PP. 200 e 201)

134. Na Sociedade Espírita de Paris lê-se uma carta que diz que em certas localidades o clero se ocupa seriamente com o estudo do Espiritismo e que membros esclarecidos da Igreja falam dele como de uma coisa chamada a exercer grande influência nas relações sociais. (P. 206)

135. Kardec diz que há muita tendência a ver no Espiritismo um meio de adivinhação, o que é contrário ao seu objetivo. (P. 207)

136. Reportando-se ao caso de um rapaz de 13 anos que oferecia um curioso assunto para estudo, por sua originalidade, São Luís aconselha que tais fenômenos não sejam provocados e sugere à Sociedade continuar ocupando-se, como fez até então, em aprofundar as questões importantes; do contrário, ocorreria o afastamento dos Espíritos sérios. (P. 208)

137. Kardec fala sobre a frenologia, a ciência que trata das funções atribuídas a cada parte do cérebro, fundada pelo dr. Gall, e critica o materialismo dos que pensam que os órgãos cerebrais são a própria fonte das faculdades humanas. (P. 209)

138. No louco, se o órgão que servia às manifestações do pensamento está desarranjado por uma causa qualquer, o pensamento não pode manifestar-se de maneira regular. Ora, o cérebro é o instrumento do pensamento, como o olho é o instrumento da visão. Se o instrumento está deteriorado, não se dá a manifestação, exatamente como quem perde os olhos não mais pode ver. (P. 210)

139. No caso da idiotia, o Espírito está como que aprisionado e sofre essa constrição, mas nem por isso deixa de pensar como Espírito. Isolando o Espírito da matéria, prova-se que os órgãos não são a causa das faculdades, mas simples instrumentos. (P. 211)

140. No conceito materialista, que é um idiota? Nada; apenas um ser humano. Mas ele é um ser dotado de razão, como todo mundo, apenas enfermo de nascença pelo cérebro, como outros o são nas pernas. (P. 211)

141. A fisiognomonia é baseada no princípio incontestável de que é o pensamento que põe os órgãos em jogo, que imprime certos movimentos aos músculos. (P. 211)

142. Os instintos animais do homem devem-se à imperfeição do seu Espírito, ainda não depurado e que, sob a influência da matéria, dá preponderância às necessidades físicas sobre as morais. (P. 213)

143. Um Espírito, ao reencarnar, não traz qualquer semelhança com o corpo habitado anteriormente, pois é raro que o Espírito não venha em nova existência com disposições sensivelmente modificadas. Assim, dos sinais fisiognomônicos não é possível tirar qualquer indício das existências anteriores. (PP. 213 e 214)

 

Respostas às questões propostas

 

A. Por que Kardec diz que as ideias espíritas podem reduzir as causas da loucura e do suicídio?

Após explicar que a loucura decorre de uma predisposição natural e tem como causa primeira uma relativa fraqueza moral, que torna o indivíduo incapaz de suportar o choque de certas impressões como a mágoa, o desespero, o desapontamento e todas as tribulações da vida, Kardec diz que a Doutrina Espírita dá ao homem a força necessária para ver essas coisas com indiferença e, desse modo, atenua a causa mais frequente que o leva à loucura e ao suicídio. (Revista Espírita, pp. 192 e 193.)

B. Devemos corrigir os erros ortográficos contidos nas comunicações espíritas?

Sim. Se a forma da mensagem contiver erro, devemos corrigi-la. Essa a opinião de Kardec, que diz que cabe aos homens esse cuidado. A mensagem somente deve ser conservada intacta quando o fato puder servir de ensinamento. (Obra citada, p. 196.)

C. Que ocorre ao Espírito nos casos de idiotia?

No caso da idiotia, o Espírito está como que aprisionado e sofre essa constrição, mas nem por isso deixa de pensar como Espírito. O idiota é um ser dotado de razão, como todo mundo, apenas enfermo de nascença pelo cérebro, como outros o são nas pernas. (Obra citada, pp. 210 e 211.)

D. A que devemos a prevalência dos instintos animais no homem?

Isso se deve à imperfeição do seu Espírito, ainda não depurado, o qual, sob a influência da matéria, dá preponderância às necessidades físicas sobre as morais. (Obra citada, p. 213.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 5 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/07/blog-post_13.html

 

 

 

 

 

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